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Censo mostra que Brasil tem 295 línguas indígenas, com 474,9 mil falantes
24/10/2025
Fonte: FSP - https://www1.folha.uol.com.br/c
Censo mostra que Brasil tem 295 línguas indígenas, com 474,9 mil falantes
Tikúna é a mais numerosa, com 51,9 mil falantes, segundo levantamento do IBGE
Warao, da Venezuela, virou língua indígena com mais falantes em PI, RN e DF após migração
24/10/2025
Lucas Lacerda
O Brasil tem 295 línguas indígenas faladas em todo o território nacional, aponta o Censo. Na comparação com o levantamento anterior, de 2010, houve um aumento de 21 registros. A língua indígena com mais falantes no país é tikúna, com 51.978 falantes. Em seguida estão a guarani-kaiowá, com 38.658, e a guajajara, que soma 29.212.
Ao todo, considerando as pessoas com dois ou mais anos de idade, 474.856 pessoas indígenas falavam ou usavam línguas indígenas no domicílio em 2022.
Os dados foram divulgados nesta sexta-feira (24) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Ao todo, a população indígena registrada no país foi de 1.694.836 pessoas. Os dados consideram a declaração durante o recenseamento, em 2022. Já as etnias são 391, sendo a tikúna, a kokama e a makuxi as três mais numerosas.
O Brasil tem 391 etnias indígenas diferentes, mostram dados do Censo divulgados nesta sexta-feira (24) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Dos grupos mapeados, os mais numerosos são os tikúnas (com 74 mil pessoas), seguidos por kokamas (64,3 mil), ambos no Amazonas, e makuxis (53,4 mil), com a maioria em Roraima.
Também foram cadastradas 295 línguas indígenas em todo o território nacional, com predominância da tikúna, com 51.978 falantes, da guarani-kaiowá, com 38.658, e da guajajara, que soma 29.212. Entre mudanças e línguas adicionadas, houve um crescimento de 21 idiomas desde o recenseamento anterior.
No recenseamento anterior, de 2010, tinham sido registradas 305 etnias. De acordo com o IBGE, a mudança se deve à melhoria na coleta de dados e em mudanças de metodologia, como a inclusão de novos grupos e a desagregação de categorias.
Ao todo, a população indígena registrada no país foi de 1.694.836 pessoas. Os dados consideram a declaração durante o recenseamento, realizado em 2022.
Desse total, 7 de cada 10 -cerca de 1,23 milhão de pessoas- declararam pertencer a uma etnia. Outras 24.167 disseram pertencer a dois desses grupos. Ainda foram registradas as categorias não sabe (221.260), não declarou (167.008), declaração mal definida (27.119) e declaração não determinada (16.637).
A pedido de organizações indígenas, segundo o IBGE, os povos guarani foram apresentados de forma separada e também em conjunto. Se considerada toda a população sob a categoria, são 92.862 pessoas
No outro extremo dos registros estão os piripkura, povo isolado com três integrantes, segundo o acompanhamento de um indigenista da Funai, mas apenas uma pessoa listada no recenseamento de 2022, em Rondônia. Esta é uma das novas denominações incluídas na operação mais recente do IBGE. Segundo os técnicos, 25 foram desagregadas desde 2010. Outras oito, apresentadas antes como "outras etnias das Américas" foram divididas, uma foi inserida para agregar duas isoladas em 2010 e 73 novas denominações se tornaram etnias.
Entre as unidades da federação, São Paulo reúne o maior número de etnias, com 271, sendo o agrupamento dos guarani o mais populoso, com 8.611 pessoas declaradas. Em seguida está o Amazonas, com 259 grupos e a maioria dos tikúnas, com 73.654 pessoas, e a Bahia, que tem 233 etnias. No estado, os pataxós são os mais numerosos, com 35.291 pessoas.
As maiores concentrações de etnias nos municípios estão em São Paulo (194), Manaus (186), Rio de Janeiro (176), Brasília (167) e Salvador (142). Fora as capitais, as maiores quantidades de grupos se dividem entre Campinas (96), Santarém no Pará (87), e Iranduba, no Amazonas (77).
Embora tikúnas e kokamas estejam em regiões próximas no Amazonas, o primeiro grupo tem 71,% de sua população dentro de terras indígenas, enquanto a parcela do segundo é de apenas 12,9%, já que 67,6% vivem em áreas urbanas.
De acordo com o IBGE, das 29 etnias com mais de 10 mil pessoas, os yanomamis têm a maior parcela vivendo dentro de terras indígenas (94,3%), seguidos pelos guajajaras (80,3%) e os xavantes (79,5%). Já etnia com o menor percentual de sua população dentro desses territórios é a dos tupinambás (1,2%).
Segundo os técnicos do IBGE, o salto na população cadastrada dos kokamas, que passou de 11.274 pessoas declaradas em 2010 para 64.327 -a segunda mais numerosa do país- em 2022, é um exemplo dos principais motivos para as mudanças.
"Kokama é um grupo que chamou muita atenção por conta do grande incremento populacional, refletindo tanto os esforços comunitários de autoafirmação étnica e também as melhorias metodológicas para captação do fenômeno étnico entre o censo 2010 e o de 2022", disse Fernando Damasco, gerente de territórios tradicionais e áreas protegidas do IBGE.
As mudanças citadas pelo técnico envolvem treinamentos e reuniões com organizações indígenas e a Funai (Fundação Nacional dos Povos Indígenas), a possibilidade de dupla declaração de etnia e de até três línguas, entre outras.
O instituto chegou ao número de 1.990 municípios em que a população com dois ou mais anos de idade fala ao menos uma língua indígena. Os que possuem as maiores concentrações são Manaus (99), São Paulo (78) e Brasília (61). Fora as capitais, São Gabriel da Cachoeira (AM) registrou 68 línguas, Altamira (PA) teve 33 e Iranduba (AM), 31.
Para efeito de comparação, o IBGE considerou o número de falantes com cinco ou mais anos de idade, o mesmo divulgado em 2010. Naquele ano, eram 293,8 mil, contingente que passou para 433,9 mil em 2022. Apesar do aumento absoluto, houve uma queda proporcional entre os falantes de línguas indígenas, caindo de 37,5% para 28,5% do total da população indígena no país.
Ao todo, considerando as pessoas com dois ou mais anos de idade, 474.856 pessoas indígenas falavam ou usavam línguas indígenas no domicílio em 2022.
Já dentro das terras indígenas, os falantes dessas línguas passaram de 57,4% para 63,22% das populações que residem nesses territórios.
Para o estudante de linguística da Unicamp e ativista Naldo Tukano, 35, a coleta desses dados é ponto de partida para a criação de políticas públicas. "É importante termos esses dados para o desenvolvimento da educação escolar indígena e para que as línguas sobrevivam e ultrapassem gerações, porque atualmente têm um sério risco de morrerem."
Natural de São Gabriel da Cachoeira, Naldo se preocupa em passar os conhecimentos da língua tukano para o filho e os enteados. "Eu tento preservar o máximo possível da minha raiz, porque a morte da língua vem através de ideias, de conceitos e modos de vida, e muitos indígenas abandonaram a língua."
Atualmente, ele trabalha para inserir a língua tukano, que teve 12.435 falantes registrados no recenseamento de 2022. O objetivo é criar dicionários, materiais didáticos e programas de formação para manter a língua viva por meio da formação de novos falantes.
https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2025/10/com-17-milhao-de-habitantes-a-populacao-indigena-no-brasil-se-divide-em-391-etnias.shtml
Tikúna é a mais numerosa, com 51,9 mil falantes, segundo levantamento do IBGE
Warao, da Venezuela, virou língua indígena com mais falantes em PI, RN e DF após migração
24/10/2025
Lucas Lacerda
O Brasil tem 295 línguas indígenas faladas em todo o território nacional, aponta o Censo. Na comparação com o levantamento anterior, de 2010, houve um aumento de 21 registros. A língua indígena com mais falantes no país é tikúna, com 51.978 falantes. Em seguida estão a guarani-kaiowá, com 38.658, e a guajajara, que soma 29.212.
Ao todo, considerando as pessoas com dois ou mais anos de idade, 474.856 pessoas indígenas falavam ou usavam línguas indígenas no domicílio em 2022.
Os dados foram divulgados nesta sexta-feira (24) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Ao todo, a população indígena registrada no país foi de 1.694.836 pessoas. Os dados consideram a declaração durante o recenseamento, em 2022. Já as etnias são 391, sendo a tikúna, a kokama e a makuxi as três mais numerosas.
O Brasil tem 391 etnias indígenas diferentes, mostram dados do Censo divulgados nesta sexta-feira (24) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Dos grupos mapeados, os mais numerosos são os tikúnas (com 74 mil pessoas), seguidos por kokamas (64,3 mil), ambos no Amazonas, e makuxis (53,4 mil), com a maioria em Roraima.
Também foram cadastradas 295 línguas indígenas em todo o território nacional, com predominância da tikúna, com 51.978 falantes, da guarani-kaiowá, com 38.658, e da guajajara, que soma 29.212. Entre mudanças e línguas adicionadas, houve um crescimento de 21 idiomas desde o recenseamento anterior.
No recenseamento anterior, de 2010, tinham sido registradas 305 etnias. De acordo com o IBGE, a mudança se deve à melhoria na coleta de dados e em mudanças de metodologia, como a inclusão de novos grupos e a desagregação de categorias.
Ao todo, a população indígena registrada no país foi de 1.694.836 pessoas. Os dados consideram a declaração durante o recenseamento, realizado em 2022.
Desse total, 7 de cada 10 -cerca de 1,23 milhão de pessoas- declararam pertencer a uma etnia. Outras 24.167 disseram pertencer a dois desses grupos. Ainda foram registradas as categorias não sabe (221.260), não declarou (167.008), declaração mal definida (27.119) e declaração não determinada (16.637).
A pedido de organizações indígenas, segundo o IBGE, os povos guarani foram apresentados de forma separada e também em conjunto. Se considerada toda a população sob a categoria, são 92.862 pessoas
No outro extremo dos registros estão os piripkura, povo isolado com três integrantes, segundo o acompanhamento de um indigenista da Funai, mas apenas uma pessoa listada no recenseamento de 2022, em Rondônia. Esta é uma das novas denominações incluídas na operação mais recente do IBGE. Segundo os técnicos, 25 foram desagregadas desde 2010. Outras oito, apresentadas antes como "outras etnias das Américas" foram divididas, uma foi inserida para agregar duas isoladas em 2010 e 73 novas denominações se tornaram etnias.
Entre as unidades da federação, São Paulo reúne o maior número de etnias, com 271, sendo o agrupamento dos guarani o mais populoso, com 8.611 pessoas declaradas. Em seguida está o Amazonas, com 259 grupos e a maioria dos tikúnas, com 73.654 pessoas, e a Bahia, que tem 233 etnias. No estado, os pataxós são os mais numerosos, com 35.291 pessoas.
As maiores concentrações de etnias nos municípios estão em São Paulo (194), Manaus (186), Rio de Janeiro (176), Brasília (167) e Salvador (142). Fora as capitais, as maiores quantidades de grupos se dividem entre Campinas (96), Santarém no Pará (87), e Iranduba, no Amazonas (77).
Embora tikúnas e kokamas estejam em regiões próximas no Amazonas, o primeiro grupo tem 71,% de sua população dentro de terras indígenas, enquanto a parcela do segundo é de apenas 12,9%, já que 67,6% vivem em áreas urbanas.
De acordo com o IBGE, das 29 etnias com mais de 10 mil pessoas, os yanomamis têm a maior parcela vivendo dentro de terras indígenas (94,3%), seguidos pelos guajajaras (80,3%) e os xavantes (79,5%). Já etnia com o menor percentual de sua população dentro desses territórios é a dos tupinambás (1,2%).
Segundo os técnicos do IBGE, o salto na população cadastrada dos kokamas, que passou de 11.274 pessoas declaradas em 2010 para 64.327 -a segunda mais numerosa do país- em 2022, é um exemplo dos principais motivos para as mudanças.
"Kokama é um grupo que chamou muita atenção por conta do grande incremento populacional, refletindo tanto os esforços comunitários de autoafirmação étnica e também as melhorias metodológicas para captação do fenômeno étnico entre o censo 2010 e o de 2022", disse Fernando Damasco, gerente de territórios tradicionais e áreas protegidas do IBGE.
As mudanças citadas pelo técnico envolvem treinamentos e reuniões com organizações indígenas e a Funai (Fundação Nacional dos Povos Indígenas), a possibilidade de dupla declaração de etnia e de até três línguas, entre outras.
O instituto chegou ao número de 1.990 municípios em que a população com dois ou mais anos de idade fala ao menos uma língua indígena. Os que possuem as maiores concentrações são Manaus (99), São Paulo (78) e Brasília (61). Fora as capitais, São Gabriel da Cachoeira (AM) registrou 68 línguas, Altamira (PA) teve 33 e Iranduba (AM), 31.
Para efeito de comparação, o IBGE considerou o número de falantes com cinco ou mais anos de idade, o mesmo divulgado em 2010. Naquele ano, eram 293,8 mil, contingente que passou para 433,9 mil em 2022. Apesar do aumento absoluto, houve uma queda proporcional entre os falantes de línguas indígenas, caindo de 37,5% para 28,5% do total da população indígena no país.
Ao todo, considerando as pessoas com dois ou mais anos de idade, 474.856 pessoas indígenas falavam ou usavam línguas indígenas no domicílio em 2022.
Já dentro das terras indígenas, os falantes dessas línguas passaram de 57,4% para 63,22% das populações que residem nesses territórios.
Para o estudante de linguística da Unicamp e ativista Naldo Tukano, 35, a coleta desses dados é ponto de partida para a criação de políticas públicas. "É importante termos esses dados para o desenvolvimento da educação escolar indígena e para que as línguas sobrevivam e ultrapassem gerações, porque atualmente têm um sério risco de morrerem."
Natural de São Gabriel da Cachoeira, Naldo se preocupa em passar os conhecimentos da língua tukano para o filho e os enteados. "Eu tento preservar o máximo possível da minha raiz, porque a morte da língua vem através de ideias, de conceitos e modos de vida, e muitos indígenas abandonaram a língua."
Atualmente, ele trabalha para inserir a língua tukano, que teve 12.435 falantes registrados no recenseamento de 2022. O objetivo é criar dicionários, materiais didáticos e programas de formação para manter a língua viva por meio da formação de novos falantes.
https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2025/10/com-17-milhao-de-habitantes-a-populacao-indigena-no-brasil-se-divide-em-391-etnias.shtml
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