De Pueblos Indígenas en Brasil
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Noticias
Índios Tembé celebram após 4 anos
21/08/2011
Fonte: Diário do Pará - http://diariodopara.diarioonline.com.br/
O sol que anuncia o rigoroso verão aponta as 7h de segunda-feira, 8, na aldeia Tekohaw, que integra parte da Reserva Indígena Alto Rio Guamá, na divisa com o Maranhão, às margens do rio Gurupi, a 160 km de Paragominas. Parte dos 203 alunos índios - da educação infantil ao 9 ano do ensino fundamental - se desloca para a escola mantida pela Secretaria de Educação do município na aldeia. Seus pais e avôs partem em direção às roças de mandioca; as mães e avós se ocupam com tarefas domésticas, no silêncio que chega após terem ouvido durante a noite o barulho do motor que gera energia por cinco horas ininterruptas, para que televisores, freezers e geladeiras pudessem ser ligados.
Nada disso. O dia a dia dos aproximadamente 300 índios que habitam o chão batido que sustenta as casas cobertas de palha do Tekohaw foi virado do avesso até domingo, 14, período em que receberam aproximadamente 400 convidados, incluindo alguns brancos, para a Festa do Moqueado, a maior e mais tradicional manifestação cultural de todos os tempos dos índios da etnia Tembé. O evento voltou a ser promovido depois de quatro anos, na maloca de reuniões da aldeia.
A festa consolidou a chegada da primeira menstruação de 13 meninas índias que habitam as aldeias Tekohaw, Canindé, Mamão, Cajueiro e Suçuarana, localizadas às margens dos rios Gurupi e Uraim. Em cada uma dessas aldeias, a passagem da infância para a juventude já havia sido comemorada separadamente com a Festa do Mingau, nos dois últimos anos.
"É muito gratificante ver nosso povo reunido numa festa como essa. Isso é importante para a interação entre nossos parentes, porque no dia a dia cada aldeia cuida de sua vida", diz o cacique Sérgio Mutti, do Tekohaw.
O líder indígena prometeu solicitar ao governador Simão Jatene que a Festa do Moqueado seja inserida no calendário cultural do Pará. "Pretendemos resgatar o maior número possível de cânticos. Para isso, é preciso que as crianças aprendam a falar a língua Tembé e a cantar com os índios mais antigos que sempre participaram dessa festividade", antecipa Mutti.
CÂNTICOS
Na segunda-feira, 8, quando estudantes trocaram as salas de aula e os adultos largaram seus afazeres para cuidar da organização da festa, a rotina do Tekohaw já havia sido quebrada. No início da tarde, normalmente quando todos se recolhem às suas casas para escapar do sol causticante, já se ouvia Agostinho (73 anos), Lourival (70) e Manoel Moreira (71) Tembé puxarem os cânticos na espaçosa maloca circular de aproximadamente 40 metros de diâmetro construída no centro da aldeia.
Jovens cantadores seguiam as vozes dos mestres, afinadas com goles de gengibre misturado a caldo de cana, servido numa garrafa plástica de refrigerante de dois litros. "O gengibre é o melhor remédio para garantir fôlego", garante Agostinho Tembé.
Ele precisava mesmo cuidar das cordas vocais, já que, assim como outros cantadores, fumava cigarros feitos na hora com a casca de tauari, árvore de grande porte muito utilizada hoje para a produção de compensado. As cascas estavam penduradas nas vigas de aquariquara que dão sustentação à maloca.
Em meio aos sons acima dos decibéis normais que ecoavam dos cantadores, engrossados pelo barulho dos maracás, as agora 13 moças Tembé que voltaram a receber homenagem dançavam junto com jovens índios.
Vez por outra um índio adulto participava da roda, já que eles perambulavam pelas matas atrás das caças que seriam consumidas sábado e domingo, os dois principais dias da festa, incluindo catitu, porco, queixada, guariba, mutum e nambu.
De acordo com a tradição dos Tembé, para não azarar as meninas-moças, paca, capivara e anta foram excluídas do cardápio.
http://diariodopara.diarioonline.com.br/N-140431-INDIOS+TEMBE+CELEBRAM+APOS+4+ANOS.html
Nada disso. O dia a dia dos aproximadamente 300 índios que habitam o chão batido que sustenta as casas cobertas de palha do Tekohaw foi virado do avesso até domingo, 14, período em que receberam aproximadamente 400 convidados, incluindo alguns brancos, para a Festa do Moqueado, a maior e mais tradicional manifestação cultural de todos os tempos dos índios da etnia Tembé. O evento voltou a ser promovido depois de quatro anos, na maloca de reuniões da aldeia.
A festa consolidou a chegada da primeira menstruação de 13 meninas índias que habitam as aldeias Tekohaw, Canindé, Mamão, Cajueiro e Suçuarana, localizadas às margens dos rios Gurupi e Uraim. Em cada uma dessas aldeias, a passagem da infância para a juventude já havia sido comemorada separadamente com a Festa do Mingau, nos dois últimos anos.
"É muito gratificante ver nosso povo reunido numa festa como essa. Isso é importante para a interação entre nossos parentes, porque no dia a dia cada aldeia cuida de sua vida", diz o cacique Sérgio Mutti, do Tekohaw.
O líder indígena prometeu solicitar ao governador Simão Jatene que a Festa do Moqueado seja inserida no calendário cultural do Pará. "Pretendemos resgatar o maior número possível de cânticos. Para isso, é preciso que as crianças aprendam a falar a língua Tembé e a cantar com os índios mais antigos que sempre participaram dessa festividade", antecipa Mutti.
CÂNTICOS
Na segunda-feira, 8, quando estudantes trocaram as salas de aula e os adultos largaram seus afazeres para cuidar da organização da festa, a rotina do Tekohaw já havia sido quebrada. No início da tarde, normalmente quando todos se recolhem às suas casas para escapar do sol causticante, já se ouvia Agostinho (73 anos), Lourival (70) e Manoel Moreira (71) Tembé puxarem os cânticos na espaçosa maloca circular de aproximadamente 40 metros de diâmetro construída no centro da aldeia.
Jovens cantadores seguiam as vozes dos mestres, afinadas com goles de gengibre misturado a caldo de cana, servido numa garrafa plástica de refrigerante de dois litros. "O gengibre é o melhor remédio para garantir fôlego", garante Agostinho Tembé.
Ele precisava mesmo cuidar das cordas vocais, já que, assim como outros cantadores, fumava cigarros feitos na hora com a casca de tauari, árvore de grande porte muito utilizada hoje para a produção de compensado. As cascas estavam penduradas nas vigas de aquariquara que dão sustentação à maloca.
Em meio aos sons acima dos decibéis normais que ecoavam dos cantadores, engrossados pelo barulho dos maracás, as agora 13 moças Tembé que voltaram a receber homenagem dançavam junto com jovens índios.
Vez por outra um índio adulto participava da roda, já que eles perambulavam pelas matas atrás das caças que seriam consumidas sábado e domingo, os dois principais dias da festa, incluindo catitu, porco, queixada, guariba, mutum e nambu.
De acordo com a tradição dos Tembé, para não azarar as meninas-moças, paca, capivara e anta foram excluídas do cardápio.
http://diariodopara.diarioonline.com.br/N-140431-INDIOS+TEMBE+CELEBRAM+APOS+4+ANOS.html
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