De Pueblos Indígenas en Brasil
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Noticias

Gritos e celebrações de agosto

08/09/2011

Autor: Egon Heck

Fonte: Cimi - http://www.cimi.org.br/



Mês intenso. Inúmeras lutas e celebrações. Mobilizações por esse Brasil e mundão afora. Enquanto se mostrava nacionalmente as enormes máquinas ferindo a Mãe Terra, a revolta e indignação contra a barbaridade da hidrelétrica de Belo Monte ecoou das profundezas da natureza aos fortes ventos e furacões de agosto. Não dá mais para calar a rebelião. As violências e agressões são tantas e tão infames, que nos resta inflamar a sagrada ira de clamor e luta pela vida, pela natureza agredida, pela Mãe Terra sendo destruída, pela paz sendo banida!


Pyelito Kue e Mbaraka'i - rastros de uma guerra secular

Tonico Kaiowá faz a vez de um repórter de guerra. Um frágil celular e um computador são os canais que transmitem a dor diária das agressões, dos ranchos destruídos, do temor de um novo ataque eminente. Relata a hora e a intensidade dos tiros, do fogo, da fuga desesperada, dos ferimentos e dos desaparecidos. Retrata com a fidelidade e a emoção e o compromisso com seu povo permitem. Fala da fome que acoita velhos, crianças e adultos, provocando desespero.

Um absurdo. Uma centena de nativos querendo apenas um pedaço de sua terra tradicional para sobreviver, armados apenas de sua disposição de viver e de seus direitos sagrados na lei e no chão, sendo tratados como bandidos invasores. Os heróicos Kaiowá-Guarani enfrentam as forças armadas do agronegócio com o escudo e certeza dos Nhanderu, de Tupã, com grandeza e espiritualidade. O deus do capital, da acumulação, do mercado, jamais conseguirá destruir a resistência, paciência e persistência do povo Kaiowá-Guarani.

Representante do Ministério Público (MP) esteve no local e constatou a brutalidade, violência e destruição feita pelos pistoleiros e capangas dos fazendeiros, conforme é possível constatar nas fotos.

Após denúncia das violências a Polícia Federal de Naviraí foi ao local. Estranhamente não permitiu a presença da Funai, preferindo ir em companhia do fazendeiro. Obviamente que não viram os índios. Foi o suficiente para espalharem a notícia de que não havia índios na região.

Também a polícia militar e civil do Estado se fez presente para ameaçar os índios conforme escreveu Ava: "Os parentes indígenas Guarani e Kaiowá de Jaguapire e Pyelito kue ligaram para mim e para todos, várias vezes, contando que policiais civis e militares do Estado (MS) compareceram ao acampamento, avisando que para não permanecerem ali, nem matar vacas. Além disso, impediram a pessoa que leva comida ao grupo atacado de entrar. Para impedir, policiais civis estão fazendo barreira ao longo da estrada (ou asfalto - BR) que liga as cidades de Amambai, Tacuru e Iguatemi, parando todos os carros, avisando que não é para levar comida e nem nada para o grupo indígena atacado, que de hoje em diante não deixará entrar qualquer pessoa que seja, indígena ou não, com comida lá em acampamento Via Sassoro. Puxa! Dessa forma a PC e PM estão contribuindo com o genocídio, desrespeitando o princípio dos direitos Humano".


Marchas e flores

Marcham as margaridas em frente à casa de Dilma. Marcham os Kaiowá-Guarani sob as amarelo-douradas flores da sibipiruna, em Dourados. Gritam os sem terra em Brasília, ecoam as vozes pelo mundo contra Belo Monte de destruição, de povos e da vida.

A vida pede passagem. A dor da revolta incendeia os guerreiros que estavam à sobra das árvores destruídas. As águas poluídas pela ganância do latifúndio e do agronegócio se lançam contra as turbinas da morte e da acumulação. Empreiteiras e empreitadas afiam suas armas em seus berços verdes de dólares saqueados e saciados com a cumplicidade do poder.


Pequenas vitórias, grandes esperanças

Yta'i, completa hoje um ano. Retomaram um pequeno espaço de seu tekohá - território sagrado. Ali fincaram a bandeira da esperança. Neste ano conseguiram construir uma importante e indispensável coesão do grupo, construíram uma "oga pisy" (casa de reza) e fizeram o ritual da benção do milho branco (saborô). A maioria dos barracos está coberta de sapé. Certo clima de tranquilidade parece marcar a passagem de acampamento para aldeia.

Estão aguardando a publicação do relatório de identificação da área, que será entregue conforme cronograma acertado entre o Ministério Público e Funai.

Fomos até a comunidade para levar nossa solidariedade nessa celebração de um ano da retomada. Tempo marcado por tensões, mas também de crescimento da esperança.

Vimos juntos o vídeo da retomada, e outros vídeos da luta dos povos indígenas no Mato Grosso do Sul.


http://www.cimi.org.br/site/pt-br/?system=news&action=read&id=5779
 

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