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Índios bloqueiam estrada em Tenente Portela
19/03/2004
Autor: SILVANA DE CASTRO
Fonte: Zero Hora-Porto Alegre-RS
Protesto ocorreu na RS-330
Com troncos e pedras, índios caingangues da Reserva da Guarita obstruíram ontem uma rodovia em Tenente Portela, no noroeste do Estado, em protesto pelo atraso em seis meses dos salários de funcionários das escolas indígenas.
Por oito horas, a estrada Miraguaí-Tenente Portela (RS-330) ficou interrompida no km 22. Ao meio-dia, os índios liberaram o tráfego para cerca de 40 veículos que estavam retidos. A pista voltou a ser fechada das 13h às 17h.
Conforme o major Paulo César Ribeiro, um dos líderes indígenas, cerca de 160 funcionários da área contratados por meio do Programa de Apoio ao Desenvolvimento do Ensino Estadual no Município (Pradem) não são pagos desde outubro passado.
São merendeiras, secretários, vigias e serviços gerais, todos indígenas, que, em média, recebem um salário mínimo.
O Pradem é uma parceria estabelecida entre prefeituras e o governo estadual. Situação semelhante é enfrentada em 222 municípios que firmaram o convênio, 17 deles com áreas indígenas.
- O pessoal não tem mais crédito nos mercados para comprar comida, ninguém mais quer vender para eles - indignou-se Ribeiro.
Na próxima quarta-feira, se os salários não forem pagos, os indígenas prometem obstruir novamente a rodovia e suspender as aulas. Os funcionários trabalham nas 12 escolas da reserva, onde estudam cerca de 3 mil estudantes.
- Já estou vendendo minha criação de gado para pagar a faculdade do meu filho. No final do ano, entreguei uma rês para pagar a dívida em um mercado - conta Natálio Sales, 46, contratado há seis anos para desempenhar serviços gerais na Escola Estadual de Ensino Fundamental Moken.
Contraponto
O que diz a Secretaria Estadual da Educação:
Conforme a assessoria de imprensa do órgão, o atraso nos salários se deve à crise financeira enfrentada pelo Estado. A previsão de pagamento dos 405 servidores contratados via Pradem em 222 municípios é dia 23 de março. Mas deverão ser pagos apenas os meses de outubro, novembro, dezembro e o 13º salário.
Com troncos e pedras, índios caingangues da Reserva da Guarita obstruíram ontem uma rodovia em Tenente Portela, no noroeste do Estado, em protesto pelo atraso em seis meses dos salários de funcionários das escolas indígenas.
Por oito horas, a estrada Miraguaí-Tenente Portela (RS-330) ficou interrompida no km 22. Ao meio-dia, os índios liberaram o tráfego para cerca de 40 veículos que estavam retidos. A pista voltou a ser fechada das 13h às 17h.
Conforme o major Paulo César Ribeiro, um dos líderes indígenas, cerca de 160 funcionários da área contratados por meio do Programa de Apoio ao Desenvolvimento do Ensino Estadual no Município (Pradem) não são pagos desde outubro passado.
São merendeiras, secretários, vigias e serviços gerais, todos indígenas, que, em média, recebem um salário mínimo.
O Pradem é uma parceria estabelecida entre prefeituras e o governo estadual. Situação semelhante é enfrentada em 222 municípios que firmaram o convênio, 17 deles com áreas indígenas.
- O pessoal não tem mais crédito nos mercados para comprar comida, ninguém mais quer vender para eles - indignou-se Ribeiro.
Na próxima quarta-feira, se os salários não forem pagos, os indígenas prometem obstruir novamente a rodovia e suspender as aulas. Os funcionários trabalham nas 12 escolas da reserva, onde estudam cerca de 3 mil estudantes.
- Já estou vendendo minha criação de gado para pagar a faculdade do meu filho. No final do ano, entreguei uma rês para pagar a dívida em um mercado - conta Natálio Sales, 46, contratado há seis anos para desempenhar serviços gerais na Escola Estadual de Ensino Fundamental Moken.
Contraponto
O que diz a Secretaria Estadual da Educação:
Conforme a assessoria de imprensa do órgão, o atraso nos salários se deve à crise financeira enfrentada pelo Estado. A previsão de pagamento dos 405 servidores contratados via Pradem em 222 municípios é dia 23 de março. Mas deverão ser pagos apenas os meses de outubro, novembro, dezembro e o 13º salário.
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