De Pueblos Indígenas en Brasil
The printable version is no longer supported and may have rendering errors. Please update your browser bookmarks and please use the default browser print function instead.

Noticias

Os Enawenê-Nawê: o que a Globo não disse

09/06/2012

Autor: Egon Heck

Fonte: Cimi - http://www.cimi.org.br/



Numa produção milionária, com belíssimas imagens, a emissora global levou ao ar, logo depois do dia mundial do meio ambiente e no ambiente da Rio+20, o programa com a reportagem sobre os Enawenê-Nawê. No Centro de Formação Vicente Cañas, um grupo de missionários do Cimi assistiu o programa. Parte deles está realizando um encontro sobre os mais de 70 grupos indígenas em situação de isolamento voluntário (os "isolados") que fogem do contato de morte, das violências e das doenças.

Eles têm acompanhado a caminhada dos membros do Cimi junto a grupos contatados a partir da década de 1970, como foi o caso dos Enawenê-Nawê, Myky e Suruahã. Conforme o missionário Francisco Loebens, que participou dos primeiros contatos com os Suruahã, "o governo procura insensibilizar os grupos isolados até aprovar suas grandes obras, como aconteceu com a construção das hidrelétricas de Girau e Santo Antonio, no rio Madeira. Outra situação acintosa é a dos Awá-Guajá, no Maranhão. Quase duas centenas de serrarias atuam dentro da terra desse povo, com impactos de violências e ameaças de extermínio do grupo, sob a omissão dos governantes, em todos os níveis". A entidade Survival International está realizando uma ampla campanha de denúncia dessa situação, exigindo providências urgentes para evitar o genocídio desse povo.

Não poderíamos deixar de manifestar nossa admiração pela realidade tão rica em cultura, símbolos, arte, sabedoria, que boa parte de brasileiros agora conhece dos Enawenê-Nawê. É sem dúvida uma contribuição para a humanidade, e principalmente aos governantes cegados pelo sistema da acumulação, destruição da natureza, mercantilizarão da vida e consumismo absurdo.

Pena que muitas questões não foram ao ar, como a grande pressão e invasão das madeireiras da região, que criminosamente tem retirado madeira do território dos Enawenê-Nawê.

Quando, como secretário do Cimi, com o coordenador regional Mato Grosso e outro missionário, fomos, em maio de 1987, fazer uma visita ao companheiro Vicente Cañas e aos Enawenê, encontramos o corpo de Vicente, mumificado, com sinal de perfurações e afundamento craniano. Já se passavam 40 dias de seu cruel assassinato. O seu silêncio foi interpretado por seus amigos como participação no ritual da pesca, que se desenvolve durante meses. O que mais indigna é a impunidade que paira até hoje. Um julgamento de três dos acusados de participação no assassinato acabou acontecendo em Cuiabá, depois de 20 anos, sem condenação dos acusados.

Os Enawenê denunciaram a preocupante e humilhante diminuição dos peixes em função da construção de dezenas de pequenas hidrelétricas no curso do rio Juruena. Além disso, por ocasião da definição dos limites do território desse povo, o governo deixou de fora um dos mais importantes rios, o Rio Preto. Por que até hoje não se reviu essa grave violação aos direitos dos Enawenê?



http://www.cimi.org.br/site/pt-br/?system=news&conteudo_id=6328&action=read
 

Las noticias publicadas en el sitio Povos Indígenas do Brasil (Pueblos Indígenas del Brasil) son investigadas en forma diaria a partir de fuentes diferentes y transcriptas tal cual se presentan en su canal de origen. El Instituto Socioambiental no se responsabiliza por las opiniones o errores publicados en esos textos. En el caso en el que Usted encuentre alguna inconsistencia en las noticias, por favor, póngase en contacto en forma directa con la fuente mencionada.