De Pueblos Indígenas en Brasil
The printable version is no longer supported and may have rendering errors. Please update your browser bookmarks and please use the default browser print function instead.
Noticias
Fogão de Guaranis-Kaiowás é premiado pela ONU
05/02/2013
Fonte: O Globo, Amanhã, p. 28
Fogão de Guaranis-Kaiowás é premiado pela ONU
Tecnologia social levada a aldeias indígenas brasileiras conquista primeiro lugar entre iniciativas que promovem desenvolvimento. Fumaça de cozinha é a oitava causa de mortes de mulheres no mundo
CAMILA NOBREGA
camila.nobrega@oglobo.com.br
Em meados de 2012, a etnia Guarani-Kaiowá foi alçada ao foco da opinião pública ao protagonizar um dos principais conflitos de terra no país. A briga está longe de ser resolvida, mas, nesse caminho, os índios conseguiram chamar atenção para as mazelas que vivem no dia a dia. Seis meses depois, são notícia novamente, agora por um bom motivo. Um projeto iniciado ano passado, levando fogões ecológicos às aldeias no Cerrado do Mato Grosso do Sul, ganhou o primeiro lugar num concurso do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud).
A história dos fogões foi escolhida entre 120 enviadas por 66 escritórios da agência no mundo inteiro. A tecnologia tem como objetivo aumentar a eficiência energética, reduzindo a pressão sobre o meio ambiente, e garantir mais saúde aos moradores, diminuindo a exposição dos índios à fumaça.
Na prática, significou para as primeiras dez famílias beneficiadas o fim do hábito de improvisar um fogão à lenha no chão de casa para cozinhar. Sem proteção, esse modelo tradicional precisa de muita madeira para deixar a comida no ponto e alastra a fumaça pela casa, prejudicando a saúde dos moradores, especialmente de mulheres e crianças, que passam mais tempo no ambiente. Feito de tijolo e finalizado com materiais abundantes na região, como o barro, o fogão ecológico tem uma chaminé acoplada e usa ao máximo o calor produzido pela queima da madeira.
Segundo a coordenadora das ações do Pnud dentro do projeto, Renata Oliveira Costa, a tecnologia social está sendo ensinada aos próprios indígenas, que poderão mantê-la.
- A fumaça de cozinha é a oitava causa de morte de mulheres no mundo. É um problema silencioso, mas muito perigoso - disse Renata, por telefone, de uma das aldeias, na localidade de Panambizinho, no município de Dourados (MS).
A mudança parece pequena frente à turbulência em que vivem os Guaranis-Kaiowás.
E é. Mas representa consequências importantes no dia a dia deles. Em primeiro lugar, reduz o uso de madeiras de florestas nativas. As áreas delimitadas há cerca de seis anos para os índios abrigaram monoculturas e são desmatadas, o que os obriga a buscar lenha em outros locais. Com isso, mulheres da aldeia andam de oito a dez quilômetros, de três em três dias, e carregavam a madeira nas costas, causando comprometimentos à saúde.
O fogão ecológico faz parte do programa Programa Conjunto de Segurança Alimentar e Nutricional de Mulheres e Crianças Indígenas, financiado pelo Fundo Espanhol para os Objetivos do Milênio e apoiado por cinco agências da ONU, entre elas o Pnud. O projeto recebe ainda apoio do governo brasileiro, por meio do Ministério do Desenvolvimento Social, e da Fundação Nacional do Índio (Funai). Até junho, a promessa é instalar fogões em toda a aldeia, beneficiando cerca de 80 famílias. Além de Dourados, o município de Tabatinga também receberá o projeto, que, além dos fornos, tem outras iniciativas, como reflorestamento de áreas degradadas.
O Globo, 05/02/2013, Amanhã, p. 28
Tecnologia social levada a aldeias indígenas brasileiras conquista primeiro lugar entre iniciativas que promovem desenvolvimento. Fumaça de cozinha é a oitava causa de mortes de mulheres no mundo
CAMILA NOBREGA
camila.nobrega@oglobo.com.br
Em meados de 2012, a etnia Guarani-Kaiowá foi alçada ao foco da opinião pública ao protagonizar um dos principais conflitos de terra no país. A briga está longe de ser resolvida, mas, nesse caminho, os índios conseguiram chamar atenção para as mazelas que vivem no dia a dia. Seis meses depois, são notícia novamente, agora por um bom motivo. Um projeto iniciado ano passado, levando fogões ecológicos às aldeias no Cerrado do Mato Grosso do Sul, ganhou o primeiro lugar num concurso do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud).
A história dos fogões foi escolhida entre 120 enviadas por 66 escritórios da agência no mundo inteiro. A tecnologia tem como objetivo aumentar a eficiência energética, reduzindo a pressão sobre o meio ambiente, e garantir mais saúde aos moradores, diminuindo a exposição dos índios à fumaça.
Na prática, significou para as primeiras dez famílias beneficiadas o fim do hábito de improvisar um fogão à lenha no chão de casa para cozinhar. Sem proteção, esse modelo tradicional precisa de muita madeira para deixar a comida no ponto e alastra a fumaça pela casa, prejudicando a saúde dos moradores, especialmente de mulheres e crianças, que passam mais tempo no ambiente. Feito de tijolo e finalizado com materiais abundantes na região, como o barro, o fogão ecológico tem uma chaminé acoplada e usa ao máximo o calor produzido pela queima da madeira.
Segundo a coordenadora das ações do Pnud dentro do projeto, Renata Oliveira Costa, a tecnologia social está sendo ensinada aos próprios indígenas, que poderão mantê-la.
- A fumaça de cozinha é a oitava causa de morte de mulheres no mundo. É um problema silencioso, mas muito perigoso - disse Renata, por telefone, de uma das aldeias, na localidade de Panambizinho, no município de Dourados (MS).
A mudança parece pequena frente à turbulência em que vivem os Guaranis-Kaiowás.
E é. Mas representa consequências importantes no dia a dia deles. Em primeiro lugar, reduz o uso de madeiras de florestas nativas. As áreas delimitadas há cerca de seis anos para os índios abrigaram monoculturas e são desmatadas, o que os obriga a buscar lenha em outros locais. Com isso, mulheres da aldeia andam de oito a dez quilômetros, de três em três dias, e carregavam a madeira nas costas, causando comprometimentos à saúde.
O fogão ecológico faz parte do programa Programa Conjunto de Segurança Alimentar e Nutricional de Mulheres e Crianças Indígenas, financiado pelo Fundo Espanhol para os Objetivos do Milênio e apoiado por cinco agências da ONU, entre elas o Pnud. O projeto recebe ainda apoio do governo brasileiro, por meio do Ministério do Desenvolvimento Social, e da Fundação Nacional do Índio (Funai). Até junho, a promessa é instalar fogões em toda a aldeia, beneficiando cerca de 80 famílias. Além de Dourados, o município de Tabatinga também receberá o projeto, que, além dos fornos, tem outras iniciativas, como reflorestamento de áreas degradadas.
O Globo, 05/02/2013, Amanhã, p. 28
Las noticias publicadas en el sitio Povos Indígenas do Brasil (Pueblos Indígenas del Brasil) son investigadas en forma diaria a partir de fuentes diferentes y transcriptas tal cual se presentan en su canal de origen. El Instituto Socioambiental no se responsabiliza por las opiniones o errores publicados en esos textos. En el caso en el que Usted encuentre alguna inconsistencia en las noticias, por favor, póngase en contacto en forma directa con la fuente mencionada.