De Pueblos Indígenas en Brasil
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Noticias
Anistia cobra investigação de morte de índio
03/03/2013
Autor: Paulo Yafusso
Fonte: O Globo, País, p. 19
Anistia cobra investigação de morte de índio
Organização quer caso dos guaranis-caiovás incluído nos trabalhos da Comissão da Verdade
Paulo Yafusso
A Anistia Internacional vai pedir que a Comissão Nacional da Verdade inclua o caso dos índios guaranis- caiovás de Mato Grosso do Sul no programa que apura o que houve com as vítimas da ditadura. Segundo Maurício Santoro, assessor de direitos humanos da Anistia Internacional, de certa forma os índios foram vítimas do período ditatorial no país e, por isso, vivem ameaçados pela violência por causa dos conflitos agrários.
O último relatório da violência divulgado pelo Conselho Indigenista Missionário (Cimi) aponta que 62% dos assassinatos de indígenas no país em 2011 foram registrados em Mato Grosso do Sul. Ocorreram 32 assassinatos e 27 tentativas contra indígenas, a maioria guaranis-caiovás.
Santoro fez parte do grupo de representantes das entidades de direitos humanos ligadas às questões indígenas que esteve nesta semana no acampamento montado pelos índios na fazenda Santa Helena, em Caarapó, ao sul do estado. No último dia 17, o guarani-caiová Denílson Barbosa, de 15 anos, foi morto a tiros e o corpo dele foi enterrado dentro da propriedade pelos indígenas que ocuparam a área um dia após o crime. O fazendeiro Orlandino Gonçalves Carneiro se apresentou à polícia e confessou que matou o adolescente, mas disse que atirou sem intenção de matar. Um irmão de Denílson, de 11 anos, e o cunhado, de 20 anos, estavam juntos da vítima e disseram em depoimento à polícia que o ruralista atirou para matar.
Segundo Santoro, o episódio retrata bem a realidade vivida pelos índios. Com a caça e a pesca escassa, eles saem das aldeias onde vivem o drama da superpopulação, em busca de alimento e água. Denílson e as duas testemunhas foram atacados por estarem pescando num açude que fica dentro da fazenda de Orlandino. Segundo os índios, o fazendeiro já havia ameaçado outros guaranis-caiovás que foram pescar no local.
Logo que ocuparam a fazenda e montaram os barracos, os cerca de 300 indígenas afirmam que foram atacados e ameaçados por seguranças. Por conta disso, nove familiares de Denílson, entre eles o irmão e o cunhado que testemunharam o crime, foram incluídos no Programa de Proteção a Testemunhas do governo federal. À polícia, Orlandino Gonçalves afirmou que estava sozinho quando atacou os indígenas. Mas as testemunhas afirmam que ele estava com seguranças quando chegou atirando. O delegado regional de polícia, Carlos Videira, disse que, para esclarecer esse fato, o irmão e o cunhado do índio assassinado terão que ser ouvidos novamente, mas que isso deverá ser feito por carta precatória, pois agora estão sob proteção e não podem ter o endereço onde estão morando informada, nem para autoridades.
A Comissão Nacional da Verdade foi criada pela Presidência para investigar os casos de violação aos direitos humanos ocorridos de 1946 a 1988. No entendimento da Anistia Internacional, a situação em que vivem os guaranis-caiovás hoje é reflexo do tratamento dado à questão indígena na época da ditadura.
O Globo, 03/03/2013, País, p. 19
http://oglobo.globo.com/pais/anistia-internacional-quer-que-comissao-da-verdade-investigue-mortes-de-guarani-caiua-7720865
Organização quer caso dos guaranis-caiovás incluído nos trabalhos da Comissão da Verdade
Paulo Yafusso
A Anistia Internacional vai pedir que a Comissão Nacional da Verdade inclua o caso dos índios guaranis- caiovás de Mato Grosso do Sul no programa que apura o que houve com as vítimas da ditadura. Segundo Maurício Santoro, assessor de direitos humanos da Anistia Internacional, de certa forma os índios foram vítimas do período ditatorial no país e, por isso, vivem ameaçados pela violência por causa dos conflitos agrários.
O último relatório da violência divulgado pelo Conselho Indigenista Missionário (Cimi) aponta que 62% dos assassinatos de indígenas no país em 2011 foram registrados em Mato Grosso do Sul. Ocorreram 32 assassinatos e 27 tentativas contra indígenas, a maioria guaranis-caiovás.
Santoro fez parte do grupo de representantes das entidades de direitos humanos ligadas às questões indígenas que esteve nesta semana no acampamento montado pelos índios na fazenda Santa Helena, em Caarapó, ao sul do estado. No último dia 17, o guarani-caiová Denílson Barbosa, de 15 anos, foi morto a tiros e o corpo dele foi enterrado dentro da propriedade pelos indígenas que ocuparam a área um dia após o crime. O fazendeiro Orlandino Gonçalves Carneiro se apresentou à polícia e confessou que matou o adolescente, mas disse que atirou sem intenção de matar. Um irmão de Denílson, de 11 anos, e o cunhado, de 20 anos, estavam juntos da vítima e disseram em depoimento à polícia que o ruralista atirou para matar.
Segundo Santoro, o episódio retrata bem a realidade vivida pelos índios. Com a caça e a pesca escassa, eles saem das aldeias onde vivem o drama da superpopulação, em busca de alimento e água. Denílson e as duas testemunhas foram atacados por estarem pescando num açude que fica dentro da fazenda de Orlandino. Segundo os índios, o fazendeiro já havia ameaçado outros guaranis-caiovás que foram pescar no local.
Logo que ocuparam a fazenda e montaram os barracos, os cerca de 300 indígenas afirmam que foram atacados e ameaçados por seguranças. Por conta disso, nove familiares de Denílson, entre eles o irmão e o cunhado que testemunharam o crime, foram incluídos no Programa de Proteção a Testemunhas do governo federal. À polícia, Orlandino Gonçalves afirmou que estava sozinho quando atacou os indígenas. Mas as testemunhas afirmam que ele estava com seguranças quando chegou atirando. O delegado regional de polícia, Carlos Videira, disse que, para esclarecer esse fato, o irmão e o cunhado do índio assassinado terão que ser ouvidos novamente, mas que isso deverá ser feito por carta precatória, pois agora estão sob proteção e não podem ter o endereço onde estão morando informada, nem para autoridades.
A Comissão Nacional da Verdade foi criada pela Presidência para investigar os casos de violação aos direitos humanos ocorridos de 1946 a 1988. No entendimento da Anistia Internacional, a situação em que vivem os guaranis-caiovás hoje é reflexo do tratamento dado à questão indígena na época da ditadura.
O Globo, 03/03/2013, País, p. 19
http://oglobo.globo.com/pais/anistia-internacional-quer-que-comissao-da-verdade-investigue-mortes-de-guarani-caiua-7720865
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