De Pueblos Indígenas en Brasil
The printable version is no longer supported and may have rendering errors. Please update your browser bookmarks and please use the default browser print function instead.

News

Permissão para obras iniciais da usina emitida

21/03/2013

Autor: Sérgio de Souza

Fonte: Diário do Nordeste - http://diariodonordeste.globo.com/



A justificativa da Petrobras sobre o atraso das obras era a pendência com a questão indígena


A partir de agora, a Petrobras irá esperar a licença de instalação da refinaria. Entretanto, a estatal já tem permissão para realizar as primeiras obras no local. Na última segunda-feira, a Superintendência Estadual do meio Ambiente (Semace) emitiu duas autorizações ambientais à empresa, segundo informou ontem a assessoria de imprensa do órgão.

Uma delas é destinada ao desmatamento para construção do cercamento e outra para o cercamento, construção de guaritas e áreas de servidão. A Petrobras já possuía estas autorizações, mas elas expiraram no fim do ano passado, e tiveram que ser novamente solicitadas.

A Petrobras não havia iniciado as obras até então porque, segundo afirmava a sua presidente, Graças Foster, a empresa não entraria no terreno enquanto todas as pendências relacionadas à questão indígena não estivessem resolvidas.


Empecilho

O governador Cid Gomes já havia declarado ao Diário do Nordeste, em fevereiro passado, que, ao invés do terreno dos indígenas, o real empecilho para o início das obras da Premium II seria de ordem financeira da Petrobras. O governador afirmou entender que a estatal possui um problema de liquidez de recursos, com prejuízos acumulados nas operações de importação e venda de combustível.

Na última quarta-feira, a presidente da empresa, Graças Foster, afirmou, ao detalhar o Plano de Negócios 2013-2017 da estatal, que os avanços com a refinaria ainda não foram suficientes para que se traga o projeto ao ponto que se pretende começar a obra.


Projeto em análise

A Premium II continua entre os projetos "em análise" pela empresa. "O que eu não posso é construir uma refinaria que ainda não deu tudo de si (no projeto)", disse Foster.


Funai pondera

Mesmo dando anuência à refinaria, a Funai lançou uma condicionante que, caso não cumprida, implicará na suspensão da licença de instalação do empreendimento: a assinatura de um Termo de Compromisso entre o órgão, o Governo do Estado e a Petrobras para a criação da Reserva Indígena Anacé. Uma reunião foi agendada para o próximo dia 2 de abril, que ocorrerá em Brasília, para que o governo e a estatal expliquem o motivo de tal documento ainda não ter sido firmado.

Segundo ressalta o ofício da Funai, o programa de assessoria à realocação dos índios deverá ser executado observando o cumprimento do termo. "Este Termo de Compromisso permanece em aberto e sem maiores justificativas a esta Fundação dos motivos pelos quais não foi assinado no período acordado, isto é, dezembro de 2012. A não assinatura e execução do termo de compromisso inviabiliza para as comunidades indígenas de Bolso e Matões a realização dos demais programas do componente indígena do PBA".


Reserva

O Governo do Estado, juntamente com a Petrobras, já acordaram verbalmente com a Funai o compromisso de disponibilizar um terreno de 720 hectares para a criação da Reserva Indígena Anacé, garantindo ainda a infraestrutura básica para a realocação das famílias anacés das localidades de Bolso e Matões. Estas obrigações são exatamente do que se trata o termo não firmado.

A Funai informa, no ofício, que o Ministério Público Federal (MPF) tem acompanhado as tratativas entre representantes do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), o governo estadual, a Petrobras, a Funai e a tribo Anacé. O encontro agendado, em Brasília, ocorrerá na 6ª Câmara de Coordenação e Revisão do MPF e, a partir dele, será contado um prazo máximo de 90 dias para que o termo seja celebrado, sob pena de suspensão da licença de instalação.

A decisão do órgão leva em consideração, segundo informa o documento, "toda a situação de vulnerabilidade dos povos Anacé de Bolso e Matões diante da eminência de instalação do empreendimento, haja vista a restrição de utilização das áreas destinadas à instalação da refinaria e o aumento de trabalhadores na região".


Análise

A Funai reforçou que, cumprindo portaria de setembro de 2012, constituíra um grupo técnico para realizar os estudos de natureza etno-histórica, antropológica, cartográfica e ambiental, dentro do procedimento de constituição da reserva indígena, que apontou que os resultados preliminares mostraram viabilidade da área para constituição da reserva.

O governo já informou que, dos 720 hectares, 170 ainda não estariam desapropriados, e pertenceriam a um único proprietário. A Procuradoria Geral do Estado (PGE) confirmou ontem, por meio de sua assessoria de imprensa, que este status ainda não avançou. O governador Cid Gomes já chegou a anunciar a possibilidade de realizar uma permuta com o dono da propriedade, ou deixar essa área de fora, complementando a reserva com outro terreno.



http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=1244461
 

The news items published by the Indigenous Peoples in Brazil site are researched daily from a variety of media outlets and transcribed as presented by their original source. ISA is not responsible for the opinios expressed or errors contained in these texts. Please report any errors in the news items directly to the source