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Índios enfrentam fome em protesto

24/04/2013

Fonte: Diário do Pará - http://diariodopara.diarioonline.com.br



Há dois dias ocupando o prédio do Distrito Sanitário Especial Indígena, em Belém (Dsei/Guamá-Tocantins), índios de cinco etnias começam a enfrentar as adversidades da manifestação que não tem previsão para acabar. Ontem, estavam sem água e sem comida, mas reforçaram que não vão deixar o local até que a coordenadora do órgão, Daniele Soares, seja exonerada.

Desde que eles chegaram ao Dsei, na tarde da última segunda-feira, 22, que não há expediente e nenhum funcionário aparece para negociar. Índios das etnias Tembé, Xicrin, Kayapó, Assurini e Gavião denunciam a falta de medicamentos e de médicos de várias especialidades, além de meios de transporte para os doentes. À tarde, mais dois grupos indígenas chegarampara a manifestação.

O Dsei é ligado à Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai), do Ministério da Saúde, e funciona como gestor de políticas públicas de assistência à saúde dos indígenas. De acordo com o cacique Piná Tembé, a ausência da coordenadora da unidade demonstra a falta de comprometimento dela para negociar. "Nós já pedimos a saída desta coordenadora do cargo, desde o início do mês e não fomos atendidos", destacou o cacique.

Apenas um servidor compareceu ao trabalho, ontem, para cumprir horário. Como as portas continuam trancadas, os indígenas não tem acesso à água mineral e mantimentos. Eles dormem nos corredores e tentam se agasalhar em meio à recepção do prédio. Ao meio dia de ontem, a principal reclamação dos índios era sede e fome. José Sarmento Tembé estava revoltado porque seu filho de apenas 13 anos estava há 14 dias com febre e não conseguia atendimento médico. Ontem, por causa das condições em que estão, precisou ser levado para o Pronto-Socorro. "Tivemos que fazer coleta para pagar um táxi e levar ele, quase não conseguimos arrecadar a quantia cobrada", destacou.

O cacique Neto Tembé questiona a aplicação dos recursos, cerca de R$ 11 milhões, dados pelo Governo Federal para garantir acesso e assistência à saúde. "Ela não está fazendo as coisas chegarem às aldeias. É triste a nossa situação", disse. "Somos nós mesmos que temos que pagar as passagens para ir até os postos de saúde porque não tem transporte. Faltam medicamentos de média e alta complexidade, que antes eram distribuídos e agora quem precisa tem de comprar".

Até o inicio da noite de ontem, os índios não foram recebidos pela coordenadoria da Sesai. Ao Diário, o Cacique Pina informou que houve contato telefônico da coordenadora do Distrito Guamá-Tocantins, Daniela Cavalcante. Ela informou ao Cacique Akranire que disponibilizaria alimentação para os índios acampados no prédio e que vai aguardar por eles na Procuradoria Federal para uma reunião hoje (24) de manhã.



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