De Pueblos Indígenas en Brasil
The printable version is no longer supported and may have rendering errors. Please update your browser bookmarks and please use the default browser print function instead.

Noticias

Funai tem sede e carros incendiados em protesto no AM

27/12/2013

Fonte: FSP, Poder, p. A7



Funai tem sede e carros incendiados em protesto no AM
Moradores de Humaitá se revoltaram após sumiço de 3 homens e culpam indígenas pelos desaparecimentos
Protesto de anteontem teve confronto com a polícia e obrigou índios a se refugiarem em unidade do Exército

JAIRO BARBOSA COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, EM PORTO VELHO

Revoltados com o desaparecimento de três homens, moradores de Humaitá (AM), a 700 km de Manaus, atearam fogo na noite de anteontem a dois prédios, 13 veículos e três barcos usados por órgãos do governo federal no atendimento a índios da região.
O protesto violento começou por volta das 19h e tinha como alvo índios da etnia tenharim, que vivem em uma reserva próxima à cidade.
Os tenharim são acusados pelos moradores de Humaitá de serem responsáveis pelo desaparecimento do funcionário da Eletrobras Aldeney Ribeiro Salvador, do professor Stef Pinheiro de Souza e do representante comercial Luciano Ferreira.
Os três sumiram no último dia 16 durante uma viagem da cidade vizinha de Apuí para Humaitá pela BR-319.
Anteontem, 146 índios estavam no centro de Humaitá quando começaram a ser hostilizados. Acuados, decidiram se refugiar na base do 54o Batalhão de Infantaria de Selva do Exército, o que desencadeou a revolta da população.
Segundo a Polícia Militar, cerca de 3.000 pessoas participaram do protesto e entraram em confronto com a polícia. Usando galões com gasolina, os moradores atearam fogo na sede da Funai (Fundação Nacional do Índio) e da Funasa (Fundação Nacional de Saúde) e incendiaram os carros estacionados no pátio.
Depois seguiram para as margens do rio Madeira, onde atearam fogo a três barcos de grande porte usados pela Funai para transportar índios da cidade para as aldeias.
A PM ainda tentou conter os moradores com balas de borracha e bombas de efeito moral, mas o efetivo reduzido obrigou os policiais a recuarem diante da multidão.
Cinco pessoas ficaram feridas no confronto. Elas foram atendidas no hospital local e liberadas em seguida.
Desde anteontem, a rodovia em que os três homens desapareceram está bloqueada pelos moradores.
Ontem, o superintendente da Polícia Federal em Rondônia, Carlos Manoel Gaya da Costa, disse que o clima na região é de "muita tensão".
Segundo ele, os índios "não são amigáveis" e limitaram a área de atuação dos agentes da PF na reserva.
"Eles dificultam o acesso da polícia à área e negam envolvimento no desaparecimento dessas pessoas", disse Costa. Ele afirmou que teme um confronto entre índios e não índios na região.
Foram enviados ontem a Humaitá homens da Polícia Federal, da Força Nacional, da Polícia Rodoviária Federal e das polícias Civil e Militar.
CACIQUE MORTO
Segundo Costa, moradores disseram à PF que viram os índios empurrando o carro onde estavam os desaparecidos.
Os moradores dizem acreditar que o índios sequestraram os homens como represália pela morte de um cacique tenharim, no início do mês.
Os indígenas dizem que o cacique Ivan Tenharim foi assassinado. Ele foi encontrado desacordado na estrada, sem capacete, ao lado de uma moto, e acabou levado a um hospital, mas não resistiu.
A PRF confirmou que houve um atropelamento, mas ainda não há suspeitos.
A Polícia Federal disse que instaurou um inquérito para apurar os desaparecimentos, que enviou policiais ao local no dia 19 para as buscas e que organiza uma operação para procurar os três homens.
A reportagem não conseguiu contato com a Funai em Humaitá. Em Manaus, a Funai informou que enviou uma equipe à região.

FSP, 27/12/2013, Poder, p. A7

http://www1.folha.uol.com.br/fsp/poder/145428-funai-tem-sede-e-carros-incendiados-em-protesto-no-am.shtml
 

Las noticias publicadas en el sitio Povos Indígenas do Brasil (Pueblos Indígenas del Brasil) son investigadas en forma diaria a partir de fuentes diferentes y transcriptas tal cual se presentan en su canal de origen. El Instituto Socioambiental no se responsabiliza por las opiniones o errores publicados en esos textos. En el caso en el que Usted encuentre alguna inconsistencia en las noticias, por favor, póngase en contacto en forma directa con la fuente mencionada.