De Pueblos Indígenas en Brasil
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Noticias
Aldeias sofreram ataque aéreo, relata índio
26/04/2014
Fonte: FSP, Poder2, p. 4
Aldeias sofreram ataque aéreo, relata índio
Em depoimento à Comissão da Verdade, waimiri-atroari fala em aviões que jogavam pó que 'queimava por dentro'
Segundo indigenista, etnia considera que houve uma guerra em que foi vencida; o Exército não comenta
De Manaus
"A estrada chegou com o Exército. Os índios tentavam flechar o avião. Havia um avião que sobrevoava as aldeias e jogava algo que esquentava as pessoas. Elas morriam logo." A declaração, feita no ano passado pelo índio Tomás Tamerré durante visita da Comissão Nacional da Verdade à aldeia dos waimiri-atroari, sugere algum tipo de ataque aéreo à etnia durante a construção da BR-174, que liga Manaus(AM) a Boa Vista (RR), iniciada em 1972.
Outros relatos sobre um pó que era arremessado de aviões e "queimava por dentro", segundo os índios, foram colhidos pelos integrantes da comissão.
"Para os índios, o que aconteceu foi uma guerra. E os vitoriosos continuam no poder", disse o indigenista José Porfírio de Carvalho, ex-funcionário da Funai, que ainda trabalha com a etnia. Segundo ele, ao fim da construção da rodovia, em 1981, muitas crianças waimiri-atroari ficaram abandonadas na floresta. "Encontrei na mata 17 crianças isoladas, sem adultos por perto", disse o indigenista durante visita da comissão às aldeias em 2013.
Em entrevista à Folha em 2012, Carvalho revelou que no começo dos anos 1970, diante dos atritos com os índios, pediu ao Exército que parasse a construção da estrada. "Fomos procurar o general Gentil Nogueira Paes [do Comando Militar da Amazônia, morto em 2010]. Pedimos para parar a estrada. Ele disse: Vou construir, mesmo que tenha que matar esses índios assassinos. Dei ordem para meter fogo'", afirmou. O Exército não comentou o caso.
Atualmente, há 1.689 waimiri-atroari vivendo em 30 aldeias próximas à BR-174. Cada um deles, segundo Carvalho, custa R$ 350 por mês à Eletronorte. Os pagamentos são uma compensação pela construção da usina de Balbina nos anos 1980, que inundou grande parte da reserva da etnia.
No fim de 2013, a Justiça Federal suspendeu a construção de uma linha de transmissão de energia entre Manaus a Boa Vista porque a obra passaria pela reserva dos waimiri-atroari.
A Justiça entendeu que, como no episódio da BR-174, não houve consulta prévia aos índios.
(LR)
FSP, 26/04/2014, Poder2, p. 4
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/poder/163049-aldeias-sofreram-ataque-aereo-relata-indio.shtml
Em depoimento à Comissão da Verdade, waimiri-atroari fala em aviões que jogavam pó que 'queimava por dentro'
Segundo indigenista, etnia considera que houve uma guerra em que foi vencida; o Exército não comenta
De Manaus
"A estrada chegou com o Exército. Os índios tentavam flechar o avião. Havia um avião que sobrevoava as aldeias e jogava algo que esquentava as pessoas. Elas morriam logo." A declaração, feita no ano passado pelo índio Tomás Tamerré durante visita da Comissão Nacional da Verdade à aldeia dos waimiri-atroari, sugere algum tipo de ataque aéreo à etnia durante a construção da BR-174, que liga Manaus(AM) a Boa Vista (RR), iniciada em 1972.
Outros relatos sobre um pó que era arremessado de aviões e "queimava por dentro", segundo os índios, foram colhidos pelos integrantes da comissão.
"Para os índios, o que aconteceu foi uma guerra. E os vitoriosos continuam no poder", disse o indigenista José Porfírio de Carvalho, ex-funcionário da Funai, que ainda trabalha com a etnia. Segundo ele, ao fim da construção da rodovia, em 1981, muitas crianças waimiri-atroari ficaram abandonadas na floresta. "Encontrei na mata 17 crianças isoladas, sem adultos por perto", disse o indigenista durante visita da comissão às aldeias em 2013.
Em entrevista à Folha em 2012, Carvalho revelou que no começo dos anos 1970, diante dos atritos com os índios, pediu ao Exército que parasse a construção da estrada. "Fomos procurar o general Gentil Nogueira Paes [do Comando Militar da Amazônia, morto em 2010]. Pedimos para parar a estrada. Ele disse: Vou construir, mesmo que tenha que matar esses índios assassinos. Dei ordem para meter fogo'", afirmou. O Exército não comentou o caso.
Atualmente, há 1.689 waimiri-atroari vivendo em 30 aldeias próximas à BR-174. Cada um deles, segundo Carvalho, custa R$ 350 por mês à Eletronorte. Os pagamentos são uma compensação pela construção da usina de Balbina nos anos 1980, que inundou grande parte da reserva da etnia.
No fim de 2013, a Justiça Federal suspendeu a construção de uma linha de transmissão de energia entre Manaus a Boa Vista porque a obra passaria pela reserva dos waimiri-atroari.
A Justiça entendeu que, como no episódio da BR-174, não houve consulta prévia aos índios.
(LR)
FSP, 26/04/2014, Poder2, p. 4
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/poder/163049-aldeias-sofreram-ataque-aereo-relata-indio.shtml
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