De Pueblos Indígenas en Brasil
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Noticias
Índio quer apito e gols
18/06/2014
Fonte: O Globo, Especial, p. 19
Índio quer apito e gols
Integrantes das etnias kuikuro e pareci assistiram a Rússia e Coreia na Arena Pantanal, que transmitiu também Brasil e México no telão
LAURO NETO
Enviado especial
lauro.neto@oglobo.com.br
CUIABÁ e MANAUS - Quinze índios das etnias kuikuro e pareci entraram hoje pela primeira vez num estádio de futebol. A ocasião não poderia ser mais especial para eles: primeiro, um jogo do Brasil na Copa do Mundo, transmitido nos telões da Arena Pantanal, seguido do confronto entre Rússia e Coreia do Sul, que terminou empatado em 1 a 1.
Para os kuikuros, espalhados em cinco aldeias ao longo do Xingu, chegar à cidade foi uma grande viagem: cinco horas de barco e 13 de ônibus. Com celulares, câmeras fotográficas e tatuagens de uma marca de refrigerante nos braços, eles não chamaram tanta atenção como os parecis e seus cocares, que viraram atracão turística.
Liderados por Nedino Maizokie, de 49 anos, eles chegaram no segundo tempo do jogo do Brasil depois de 200 quilômetros de estrada a partir de Tangará da Serra, onde vivem 50% dos quase 3 mil parecis espalhados por 62 aldeias. Apesar de ver um jogo sem gols, os olhos de Nedino não escondiam a emoção de estar ali.
- Como liderança dos parecis, é muito importante estar aqui torcendo e representando a minha etnia. É uma grande satisfação. Estou muito emocionado. Nunca pensei que iríamos assistir à Copa do Mundo com povos de outros países - disse Nedino, já na sua cadeira, depois de ver boa parte do jogo em pé, mais perto do gramado.
Enquanto parte da torcida vaiava nos momentos em que o telão saía do ar, os kuikuros permaneciam com os olhos fixos esperando a imagem voltar enquanto trocaram palavras em karib, língua materna da etnia.
Vestindo uma camisa de Neymar, Yamaluy, de 30 anos, era um dos mais empolgados. Casado com a filha do cacique da aldeia central, ele levava as mãos à cabeça e gritava nos lances de perigo.
- Foi 0 a 0, mas uma grande pressão pros dois lados. É uma honra para mim assistir a um jogo da Copa no estádio. Nunca mais vou esquecer e vai ficar registrado em todas as fotos que tirei - comemorou Yamaluy.
Durante os hinos da Coréia e da Rússia, eles ficaram de pé, respeitosamente. Também se levantaram para bater palmas e cantar "eu sou brasileiro, com muito orgulho, com muito amor!". Mas pareceram não perceber o movimento da "ola" e permaneceram sentados.
Convidados pela Funai para assistir a um jogo entre seleções sem tanta expressividade, eles pareciam não se importar muito com a qualidade do futebol apresentado em campo. O ineditismo da experiência era muito mais importante do que isso.
- É uma emoção muito grande porque é a primeira vez que os índios são contemplados com ingressos. Também promovemos esportes indígenas e é um privilégio estar aqui - disse Maria Helena Azomezohero, de 50 anos.
O Globo, 18/06/2014, Especial, p. 19
http://oglobo.globo.com/brasil/indios-do-xingu-conhecem-arena-pantanal-no-jogo-entre-russia-coreia-do-sul-12907468
Integrantes das etnias kuikuro e pareci assistiram a Rússia e Coreia na Arena Pantanal, que transmitiu também Brasil e México no telão
LAURO NETO
Enviado especial
lauro.neto@oglobo.com.br
CUIABÁ e MANAUS - Quinze índios das etnias kuikuro e pareci entraram hoje pela primeira vez num estádio de futebol. A ocasião não poderia ser mais especial para eles: primeiro, um jogo do Brasil na Copa do Mundo, transmitido nos telões da Arena Pantanal, seguido do confronto entre Rússia e Coreia do Sul, que terminou empatado em 1 a 1.
Para os kuikuros, espalhados em cinco aldeias ao longo do Xingu, chegar à cidade foi uma grande viagem: cinco horas de barco e 13 de ônibus. Com celulares, câmeras fotográficas e tatuagens de uma marca de refrigerante nos braços, eles não chamaram tanta atenção como os parecis e seus cocares, que viraram atracão turística.
Liderados por Nedino Maizokie, de 49 anos, eles chegaram no segundo tempo do jogo do Brasil depois de 200 quilômetros de estrada a partir de Tangará da Serra, onde vivem 50% dos quase 3 mil parecis espalhados por 62 aldeias. Apesar de ver um jogo sem gols, os olhos de Nedino não escondiam a emoção de estar ali.
- Como liderança dos parecis, é muito importante estar aqui torcendo e representando a minha etnia. É uma grande satisfação. Estou muito emocionado. Nunca pensei que iríamos assistir à Copa do Mundo com povos de outros países - disse Nedino, já na sua cadeira, depois de ver boa parte do jogo em pé, mais perto do gramado.
Enquanto parte da torcida vaiava nos momentos em que o telão saía do ar, os kuikuros permaneciam com os olhos fixos esperando a imagem voltar enquanto trocaram palavras em karib, língua materna da etnia.
Vestindo uma camisa de Neymar, Yamaluy, de 30 anos, era um dos mais empolgados. Casado com a filha do cacique da aldeia central, ele levava as mãos à cabeça e gritava nos lances de perigo.
- Foi 0 a 0, mas uma grande pressão pros dois lados. É uma honra para mim assistir a um jogo da Copa no estádio. Nunca mais vou esquecer e vai ficar registrado em todas as fotos que tirei - comemorou Yamaluy.
Durante os hinos da Coréia e da Rússia, eles ficaram de pé, respeitosamente. Também se levantaram para bater palmas e cantar "eu sou brasileiro, com muito orgulho, com muito amor!". Mas pareceram não perceber o movimento da "ola" e permaneceram sentados.
Convidados pela Funai para assistir a um jogo entre seleções sem tanta expressividade, eles pareciam não se importar muito com a qualidade do futebol apresentado em campo. O ineditismo da experiência era muito mais importante do que isso.
- É uma emoção muito grande porque é a primeira vez que os índios são contemplados com ingressos. Também promovemos esportes indígenas e é um privilégio estar aqui - disse Maria Helena Azomezohero, de 50 anos.
O Globo, 18/06/2014, Especial, p. 19
http://oglobo.globo.com/brasil/indios-do-xingu-conhecem-arena-pantanal-no-jogo-entre-russia-coreia-do-sul-12907468
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