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Kuarup, o grande ritual funerário dos índios do Xingu
15/08/2005
Autor: Claire de Oliveira
Fonte: Folha de S. Paulo-São Paulo-SP
[Com os corpos pintados, centenas de índios da reserva do Xingu comemoraram neste fim de semana seu grande ritual funerário, o "Kuarup", em uma noite de lamentações e feitiços para libertar o espírito dos mortos.
Atamae, o cacique da etnia Waura, convidou os índios de cinco tribos para participar da cerimônia em homenagem ao seu irmão, por ocasião do luto de um ano, ritual este reservado aos personagens mais ilustres da comunidade.
"Vamos acabar com o luto, acabar com a tristeza. Amanhã, ao amanhecer, seu espírito deixará a terra e a tristeza da família chegará ao fim", explica Atamae.
Quatro crianças, que faleceram ao longo deste ano, também receberam a homenagem fúnebre. Kagi Waura, de 31 anos, por exemplo, desenhou nos joelhos figuras geométricas pretas da sucuri, em memória de sua filha morta há seis meses de uma pneumonia.
Os Wauras cortaram cinco troncos, os Kuarups, uma representação do espírito dos mortos. Esculpidos e enfeitados, são plantados no centro da tribo, composta de oito grandes palhoças coletivas.
De manhã, os Wauras pescaram e as mulheres prepararam bolos de mandioca para os convidados. No cair da noite, as famílias vindas das tribos vizinhas instalaram suas redes e acenderam fogueiras.
Agora, o ritual pode começar.
Cada tribo entra uma a uma na vila iluminada pelo céu estrelado com gritos aterrorizantes, dançando aos pés dos Kuarups, na frente dos quais o fogo arde.
Seu cacique vai, então, chorar com a família do morto, sentada ao redor do Kuarup. Dois índios salmodiam durante toda a noite encantamentos pungentes, segurando maracás e pedindo aos espíritos que se preparem para deixar a terra. Por volta das cinco horas da manhã, as almas foram libertadas.
Com o raiar do dia, homens com a pele marcada com as espinhas de piranhas, para se tornarem mais fortes, começam o "uka-uka", um corpo-a-corpo que representa a última fase do ritual.
Nesta reserva protegida, as práticas mais primitivas se chocam com o atração exercida pela civilização dos brancos. Aritana, principal cacique da reserva, diz estar "preocupado" com a manutenção das tradições pelas jovens gerações.
"Os jovens preferem ver a TV dos brancos (que funciona com geradores ou energia solar)", critica.
"A gente tenta fazê-los ter consciência de que eles deve preservar sua cultura, daí a importância de rituais como o Kuarup", completa o cacique.
Atamae, o cacique da etnia Waura, convidou os índios de cinco tribos para participar da cerimônia em homenagem ao seu irmão, por ocasião do luto de um ano, ritual este reservado aos personagens mais ilustres da comunidade.
"Vamos acabar com o luto, acabar com a tristeza. Amanhã, ao amanhecer, seu espírito deixará a terra e a tristeza da família chegará ao fim", explica Atamae.
Quatro crianças, que faleceram ao longo deste ano, também receberam a homenagem fúnebre. Kagi Waura, de 31 anos, por exemplo, desenhou nos joelhos figuras geométricas pretas da sucuri, em memória de sua filha morta há seis meses de uma pneumonia.
Os Wauras cortaram cinco troncos, os Kuarups, uma representação do espírito dos mortos. Esculpidos e enfeitados, são plantados no centro da tribo, composta de oito grandes palhoças coletivas.
De manhã, os Wauras pescaram e as mulheres prepararam bolos de mandioca para os convidados. No cair da noite, as famílias vindas das tribos vizinhas instalaram suas redes e acenderam fogueiras.
Agora, o ritual pode começar.
Cada tribo entra uma a uma na vila iluminada pelo céu estrelado com gritos aterrorizantes, dançando aos pés dos Kuarups, na frente dos quais o fogo arde.
Seu cacique vai, então, chorar com a família do morto, sentada ao redor do Kuarup. Dois índios salmodiam durante toda a noite encantamentos pungentes, segurando maracás e pedindo aos espíritos que se preparem para deixar a terra. Por volta das cinco horas da manhã, as almas foram libertadas.
Com o raiar do dia, homens com a pele marcada com as espinhas de piranhas, para se tornarem mais fortes, começam o "uka-uka", um corpo-a-corpo que representa a última fase do ritual.
Nesta reserva protegida, as práticas mais primitivas se chocam com o atração exercida pela civilização dos brancos. Aritana, principal cacique da reserva, diz estar "preocupado" com a manutenção das tradições pelas jovens gerações.
"Os jovens preferem ver a TV dos brancos (que funciona com geradores ou energia solar)", critica.
"A gente tenta fazê-los ter consciência de que eles deve preservar sua cultura, daí a importância de rituais como o Kuarup", completa o cacique.
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