De Pueblos Indígenas en Brasil
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Noticias
Aurélio Álvares: Enir Terena... Uma Grande Guerreira
27/06/2016
Autor: Aurélio Álvares
Fonte: Correio do Estado- http://www.correiodoestado.com.br
Ao discorrer sobre Enir Terena, é interessante retroceder um pouco no tempo para lembrar a história do povo Terena, remanescente da nação Guaná ou Chané, eles falam a língua Aruak, e têm características culturais da região do Chaco, são caçadores e coletores e, essencialmente, dedicados à agricultura. Antes assentados na região fronteiriça paraguaia, após a Guerra Paraguai, foram forçados a habitar nas regiões do rio Miranda e Aquidauana, dispersando-se, depois, para regiões mais inacessíveis, como, o lugar chamado Pulôwî'uti, ou nas serras de Maracaju. Lá construíram seus ranchos vastos e cômodos.
Entretanto, o fenômeno da urbanização os apanhou, suas terras foram invadidas e eles tiveram que acomodar-se em locais cada vez menores. Todavia, isso não os esmoreceu e, com muito esforço, seus filhos começaram a instruir-se, informando-se de seus direitos e aprendendo a lutar por eles.
Hoje, porém, não só os Terenas, mas o povo indígena está de luto. Nesta última terça-feira, dia 21/06, faleceu Enir Terena, primeira cacique mulher do Estado de Mato Groso do Sul. Ela dedicou sua vida à comunidade indígena, além de ter sido a fundadora da aldeia urbana Marçal de Souza, em Campo Grande. Uma grande líder, guerreira, um exemplo a ser seguido por todos.
Enir Terena, como era conhecida, comercializava produtos em frente ao Mercadão Municipal, produtos que vinham da aldeia. Foi eleita a primeira cacique mulher do Estado, em 2008, transformando-se numa das maiores lideranças. Muito conhecida entre o seu povo, pela sua luta, pela sua bondade e por representar as suas tradições. Enfim, pela busca por melhores dias e qualidade de vida da comunidade indígena.
Podemos, entretanto, dizer que ela sempre lutou pela educação de qualidade na primeira aldeia urbana do Brasil, em que foi a pioneira, construída no bairro Tiradentes, em Campo Grande. Destacou-se por retirar as famílias indígenas das favelas onde viviam. Também, é dela o mérito na construção da escola na aldeia urbana, que acabou se tornando um dos pontos turísticos da população indígena, mantendo a tradição na construção da Oca, em que está instalado o Memorial da cultura indígena. Foi homenageada pelos Correios com um selo de correspondência com sua fotografia.
A Comunidade indígena da aldeia urbana preserva suas características, um povo simples, muito acolhedor e procura preservar as suas raízes, seus costumes e, suas histórias com o respeito e a dignidade de sua gente. Todos que conheciam a Enir estão pesarosos com a grande perda para a Comunidade, pois ela não sabia fazer outra coisa a não ser abdicar do seu descanso, para, apenas, lutar pelos direitos dos índios, sacrificando, muitas vezes, o aconchego da família para zelar pela satisfação dos seus descendentes.
Nesta terra de Santa Cruz, de contrastes, atrocidades e dificuldades, como: desemprego, corrupção nunca vista antes, para os índios, apesar de tantas adversidades, percebemos, ainda, que conseguem viver felizes num país com 26 estados carentes de recursos e de programam que atendam às necessidades sociais.
Enfim, não é fácil para o índio lutar pelos seus direitos e, Enir, foi incansável em seu trabalho durante todos esses anos em que esteve à frente da Cultura da Comunidade Indígena.
Hoje, todavia, graças ao movimento constante de ideias, é evidente que os índios, também, conquistaram seu lugar na sociedade. Contudo, muito há ainda para ser feito pelo povo indígena. Esse foi o desejo e o motivo da luta de Enir Terena; o que falta é o reconhecimento de que o povo indígena também é brasileiro, e deve, por isso, ver mantido o respeito a suas culturas e propriedades. Para isso, porém, é necessário o bom senso e vontade políticas de reconhecer o índio como cidadão pleno de direitos.
Temos certeza, porém, que onde quer que esteja a líder guerreira, estará gozando de boa companhia e que os seus ensinamentos e as suas inspirações, de dignidade, respeito, justiça, admiração e de luta estejam sempre presentes nos corações da comunidade indígena.
Enir Terena vá com Deus e descanse em Paz, porque seu povo não vai desistir da luta!
http://www.correiodoestado.com.br/opiniao/aurelio-alvares-enir-terena-uma-grande-guerreira/280918/
Entretanto, o fenômeno da urbanização os apanhou, suas terras foram invadidas e eles tiveram que acomodar-se em locais cada vez menores. Todavia, isso não os esmoreceu e, com muito esforço, seus filhos começaram a instruir-se, informando-se de seus direitos e aprendendo a lutar por eles.
Hoje, porém, não só os Terenas, mas o povo indígena está de luto. Nesta última terça-feira, dia 21/06, faleceu Enir Terena, primeira cacique mulher do Estado de Mato Groso do Sul. Ela dedicou sua vida à comunidade indígena, além de ter sido a fundadora da aldeia urbana Marçal de Souza, em Campo Grande. Uma grande líder, guerreira, um exemplo a ser seguido por todos.
Enir Terena, como era conhecida, comercializava produtos em frente ao Mercadão Municipal, produtos que vinham da aldeia. Foi eleita a primeira cacique mulher do Estado, em 2008, transformando-se numa das maiores lideranças. Muito conhecida entre o seu povo, pela sua luta, pela sua bondade e por representar as suas tradições. Enfim, pela busca por melhores dias e qualidade de vida da comunidade indígena.
Podemos, entretanto, dizer que ela sempre lutou pela educação de qualidade na primeira aldeia urbana do Brasil, em que foi a pioneira, construída no bairro Tiradentes, em Campo Grande. Destacou-se por retirar as famílias indígenas das favelas onde viviam. Também, é dela o mérito na construção da escola na aldeia urbana, que acabou se tornando um dos pontos turísticos da população indígena, mantendo a tradição na construção da Oca, em que está instalado o Memorial da cultura indígena. Foi homenageada pelos Correios com um selo de correspondência com sua fotografia.
A Comunidade indígena da aldeia urbana preserva suas características, um povo simples, muito acolhedor e procura preservar as suas raízes, seus costumes e, suas histórias com o respeito e a dignidade de sua gente. Todos que conheciam a Enir estão pesarosos com a grande perda para a Comunidade, pois ela não sabia fazer outra coisa a não ser abdicar do seu descanso, para, apenas, lutar pelos direitos dos índios, sacrificando, muitas vezes, o aconchego da família para zelar pela satisfação dos seus descendentes.
Nesta terra de Santa Cruz, de contrastes, atrocidades e dificuldades, como: desemprego, corrupção nunca vista antes, para os índios, apesar de tantas adversidades, percebemos, ainda, que conseguem viver felizes num país com 26 estados carentes de recursos e de programam que atendam às necessidades sociais.
Enfim, não é fácil para o índio lutar pelos seus direitos e, Enir, foi incansável em seu trabalho durante todos esses anos em que esteve à frente da Cultura da Comunidade Indígena.
Hoje, todavia, graças ao movimento constante de ideias, é evidente que os índios, também, conquistaram seu lugar na sociedade. Contudo, muito há ainda para ser feito pelo povo indígena. Esse foi o desejo e o motivo da luta de Enir Terena; o que falta é o reconhecimento de que o povo indígena também é brasileiro, e deve, por isso, ver mantido o respeito a suas culturas e propriedades. Para isso, porém, é necessário o bom senso e vontade políticas de reconhecer o índio como cidadão pleno de direitos.
Temos certeza, porém, que onde quer que esteja a líder guerreira, estará gozando de boa companhia e que os seus ensinamentos e as suas inspirações, de dignidade, respeito, justiça, admiração e de luta estejam sempre presentes nos corações da comunidade indígena.
Enir Terena vá com Deus e descanse em Paz, porque seu povo não vai desistir da luta!
http://www.correiodoestado.com.br/opiniao/aurelio-alvares-enir-terena-uma-grande-guerreira/280918/
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