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Investigações sobre agressão a estudante indígena da UFRGS seguem sem conclusão

05/07/2016

Autor: Marco Weissheimer

Fonte: Sul21- http://www.sul21.com.br



As investigações abertas pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e pela Polícia Federal para identificar os responsáveis pela agressão a Nerlei Fidelis, estudante cotista indígena de Medicina Veterinária da UFRGS, ainda não chegaram ao fim. Fidelis, da etnia caingangue, foi agredido com socos e pontapés por um grupo de jovens, na madrugada do dia 20 de março deste ano, quase em frente à Casa do Estudante da universidade, localizada no centro de Porto Alegre. A reitoria abriu um processo disciplinar interno para tratar do caso e a Superintendência da Polícia Federal no Rio Grande do Sul abriu, dia 24 de março, um inquérito para apurar a tentativa de homicídio e injúria racial contra o estudante.

Segundo o relato de Nerlei, no dia da agressão, ele estava acompanhado de um sobrinho e tinha ido até à Casa do Estudante para encontrar outro parente que mora no local. Na entrada da moradia estudantil, ele teria sido insultado pelos jovens (que também seriam estudantes) que teriam perguntado o que "esses indígenas" estavam fazendo ali. Uma câmera instalada na entrada do prédio da Casa do Estudante gravou toda a agressão.

A assessoria de Comunicação Social da UFRGS informa que o processo ainda está em andamento, sem previsão de término. Segundo a UFRGS, o próprio estudante agredido não compareceu a algumas audiências, o que também teria contribuído para a lentidão do processo. A comissão disciplinar que apura o caso é formada por dois professores e um aluno. Onir Araújo, advogado de Nerlei Fidelis, confirma que as investigações prosseguem e assinala que a universidade e a Polícia Federal estão tentando ouvir um sobrinho do estudante, que testemunhou a agressão, mas está aldeado em Nonoai. Ainda segundo o advogado, a Polícia Federal praticamente já identificou os agressores e deve estar entrando na fase de oitivas.

Na audiência pública realizada pelo Ministério Público Federal, segunda-feira (4), em Porto Alegre, para debater a criminalização dos movimentos sociais, um colega do estudante caingangue relatou que ele ficou abalado pela agressão e deixou de frequentar as aulas do curso de Medicina Veterinária da UFRGS. Segundo Onir Araújo, Nerlei não se desligou formalmente do curso, mas, na prática, se afastou. O estudante não quer falar sobre o caso com a imprensa. Segundo relato de lideranças indígenas na audiência pública de segunda-feira, seguem frequentes os casos de preconceito e violência racista contra estudantes cotistas negros, indígenas e africanos no ambiente universitário.



http://www.sul21.com.br/jornal/investigacoes-sobre-agressao-a-estudante-indigena-da-ufrgs-seguem-sem-conclusao/
 

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