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Falta de médico agrava problemas de saúde em aldeia

13/02/2006

Fonte: Agência Estado-São Paulo-SP



A falta de médico na reserva indígena Apinajé, a 531 km de Palmas, no Tocantins, está agravando ainda mais os problemas de saúde nas aldeias locais. De janeiro de 2005 até este mês, 17 crianças morreram, quase todas com os mesmos sintomas: gripe, febre, vômito, diarréia, tosse, pneumonia e um severo quadro de desnutrição. A coordenação regional da Fundação Nacional de Saúde (Funasa) informou que está encontrando dificuldades para contratar um médico exclusivo para nas aldeias, como reivindicam os índios, porque os médicos resistem em ir trabalhar na aldeia. A situação se arrasta há meses.

A aldeia São José, uma das maiores, com 700 habitantes, distante apenas 18 km da cidade, não recebe a visita de um médico há pelo menos sete meses. Os casos mais graves são atendidos em Tocantinópolis. No último final de semana, pelo menos onze crianças índias estavam internadas com infecção respiratória no hospital municipal e outras quatro no Hospital Regional de Araguaína. A Funasa chegou a mobilizar uma força-tarefa de Brasília para fazer um levantamento sobre a situação, mas o problema permanece.

Depois de tantas mortes, oito somente em 2006, a Funasa e demais órgãos que lidam com a questão indígena reconhecem que é preciso uma compreensão mais ampla sobre os hábitos, costumes, tradições e a cultura do povo apinajé para identificar a causa dessas fatalidades.

O antropólogo Márcio Santos, do Ministério Público Federal no Tocantins, que esteve no local, acredita que, apesar do contato intenso com o homem branco, os índios continuam com práticas diferentes sobre uso da terra e os hábitos de higiene em relação ao homem branco. Os profissionais de saúde por exemplo, não são preparados para lidar com o modo de vida indígena, por isso os tratamentos que indicam sofrem resistências nas aldeias e nem sempre são seguidos.

A maioria só procura os hospitais quando está com um quadro de saúde bem grave. Eles temem ser mal atendidos e, pior que isso, morrer no hospital, como aconteceu com muitas crianças. Enquanto não se discute a situação com mais profundidade, a Funasa continua levando cestas básicas para suprir a fome nas aldeias e presta uma assistência de emergência aos índios. As mães, por sua vez, tentam administrar tratamentos da medicina convencional com conhecimentos tradicionais, mas por via das dúvidas, fazem seus rituais religiosos para evitar que seus filhos sejam as próximas vítimas
 

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