De Pueblos Indígenas en Brasil
The printable version is no longer supported and may have rendering errors. Please update your browser bookmarks and please use the default browser print function instead.
Notícias
Yanomami debatem conhecimentos tradicionais e recursos naturais em oficina do PGTA
15/05/2017
Fonte: ISA- https://www.socioambiental.org
Durante sete dias, cerca de 120 lideranças yanomami e ye´kwana se reuniram no Lago Caracaranã, Roraima, para realizar a 2ª Oficina Temática do Plano de Gestão Territorial e Ambiental (PGTA) da Terra Indígena Yanomami, a maior área protegida do país. Os cuidados com a floresta (urihi a, em língua Yanomami) são parte de sua cultura tradicional e são sustentados pelas suas práticas cotidianas e pelo complexo trabalho dos xamãs (xapiri thepë). A elaboração de um documento que consolide esses cuidados com sua terra-floresta vem sendo um dos principais trabalhos das lideranças Yanomami e Ye'kwana desde 2015.
Na oficina que ocorreu entre 25 e 31 de março foram abordados os temas "Conhecimentos Tradicionais e Recursos Naturais", com o objetivo de propor soluções para melhorar a qualidade de vida dentro de suas comunidades, como a valorização da medicina tradicional, a língua, o xamanismo, e também o acesso aos recursos naturais, como caça, palha, cogumelos e castanhas.
A oficina foi realizada pela Hutukara Associação Yanomami com o Instituto Socioambiental (ISA), e contou com a participação de seis associações yanomami e uma ye´kwana. Representantes da Funai, Sesai, Ibama e Exército, bem como organizações do terceiro setor, como a Diocese de Roraima, Rios Profundos, Secoya estiveram presentes.
Na temática dos "Conhecimentos Tradicionais" o problema geracional foi enfatizado como obstáculo importante para a vitalidade dos conhecimentos tradicionais. Nas décadas de 1970 e 1980 com a invasão garimpeira, 20% da população Yanomami morreu devido a violência e a epidemias. Hoje, apenas 3% da população Yanomami tem mais de 60 anos e transmitir o conhecimento dessa geração para os jovens foi uma preocupação marcante durante os debates na oficina.
Na temática dos "Recursos Naturais" as discussões evidenciaram como o manejo do ambiente tradicionalmente realizado pelos Yanomami permite a vitalidade e a regeneração dos recursos da floresta. De forma geral, as condições ambientais da Terra Indígena são muitos boas. Entretanto, algumas regiões já sofrem com a escassez de recursos. A explicação é que as comunidades tendem a permanecer ao redor dos serviços de saúde (postos de saúde) e educação (escolas), onde também costuma haver uma pista de pouso. A proposta principal para enfrentar essa questão é apoiar os Yanomami a retomar uma maior mobilidade pelo território, para que eles possam se mudar para regiões onde haja maior oferta de recursos naturais. Essa alternativa implica convencer os serviços públicos a acompanhar os Yanomami em sua mobilidade. Ou seja, em vez de as comunidades ficarem fixas no território a ideia é que os serviços acompanhem os Yanomami.
Essa é a terceira de cinco etapas para a construção do Plano de Gestão da Terra Indígena Yanomami. Na próxima reunião serão abordadas as questões que envolvem a educação, saúde e infraestrutura dentro da Terra Indígena.
O que é o PGTA
O Plano de Gestão Territorial e Ambiental (PGTA) é uma ferramenta que reconhece o direito dos povos indígenas de gerir seus territórios, por meio da valorização de seus conhecimentos e patrimônios materiais e imateriais. O objetivo principal do plano é assegurar a melhoria da qualidade de vida e as condições para o bem viver dos povos indígenas, respeitando seus usos e costumes. O PGTA auxilia tanto acordos internos, entre os membros das comunidades, bem como orienta a execução das políticas públicas e das organizações que atuam nas Terras Indígenas.
https://www.socioambiental.org/pt-br/blog/blog-do-rio-negro/yanomami-debatem-conhecimentos-tradicionais-e-recursos-naturais-em-oficina-do-pgta
Na oficina que ocorreu entre 25 e 31 de março foram abordados os temas "Conhecimentos Tradicionais e Recursos Naturais", com o objetivo de propor soluções para melhorar a qualidade de vida dentro de suas comunidades, como a valorização da medicina tradicional, a língua, o xamanismo, e também o acesso aos recursos naturais, como caça, palha, cogumelos e castanhas.
A oficina foi realizada pela Hutukara Associação Yanomami com o Instituto Socioambiental (ISA), e contou com a participação de seis associações yanomami e uma ye´kwana. Representantes da Funai, Sesai, Ibama e Exército, bem como organizações do terceiro setor, como a Diocese de Roraima, Rios Profundos, Secoya estiveram presentes.
Na temática dos "Conhecimentos Tradicionais" o problema geracional foi enfatizado como obstáculo importante para a vitalidade dos conhecimentos tradicionais. Nas décadas de 1970 e 1980 com a invasão garimpeira, 20% da população Yanomami morreu devido a violência e a epidemias. Hoje, apenas 3% da população Yanomami tem mais de 60 anos e transmitir o conhecimento dessa geração para os jovens foi uma preocupação marcante durante os debates na oficina.
Na temática dos "Recursos Naturais" as discussões evidenciaram como o manejo do ambiente tradicionalmente realizado pelos Yanomami permite a vitalidade e a regeneração dos recursos da floresta. De forma geral, as condições ambientais da Terra Indígena são muitos boas. Entretanto, algumas regiões já sofrem com a escassez de recursos. A explicação é que as comunidades tendem a permanecer ao redor dos serviços de saúde (postos de saúde) e educação (escolas), onde também costuma haver uma pista de pouso. A proposta principal para enfrentar essa questão é apoiar os Yanomami a retomar uma maior mobilidade pelo território, para que eles possam se mudar para regiões onde haja maior oferta de recursos naturais. Essa alternativa implica convencer os serviços públicos a acompanhar os Yanomami em sua mobilidade. Ou seja, em vez de as comunidades ficarem fixas no território a ideia é que os serviços acompanhem os Yanomami.
Essa é a terceira de cinco etapas para a construção do Plano de Gestão da Terra Indígena Yanomami. Na próxima reunião serão abordadas as questões que envolvem a educação, saúde e infraestrutura dentro da Terra Indígena.
O que é o PGTA
O Plano de Gestão Territorial e Ambiental (PGTA) é uma ferramenta que reconhece o direito dos povos indígenas de gerir seus territórios, por meio da valorização de seus conhecimentos e patrimônios materiais e imateriais. O objetivo principal do plano é assegurar a melhoria da qualidade de vida e as condições para o bem viver dos povos indígenas, respeitando seus usos e costumes. O PGTA auxilia tanto acordos internos, entre os membros das comunidades, bem como orienta a execução das políticas públicas e das organizações que atuam nas Terras Indígenas.
https://www.socioambiental.org/pt-br/blog/blog-do-rio-negro/yanomami-debatem-conhecimentos-tradicionais-e-recursos-naturais-em-oficina-do-pgta
As notícias publicadas no site Povos Indígenas no Brasil são pesquisadas diariamente em diferentes fontes e transcritas tal qual apresentadas em seu canal de origem. O Instituto Socioambiental não se responsabiliza pelas opiniões ou erros publicados nestes textos .Caso você encontre alguma inconsistência nas notícias, por favor, entre em contato diretamente com a fonte.