De Pueblos Indígenas en Brasil
The printable version is no longer supported and may have rendering errors. Please update your browser bookmarks and please use the default browser print function instead.

Noticias

Indígenas do sul protestam em Brasília pedindo afastamento de servidores por assédio moral e sexual

03/07/2017

Autor: Fernanda Canofre

Fonte: Sul21 sul21.com.br



Uma semana depois de ocuparem sedes do DSEI (Distrito Sanitário Especial Indígena) e da Secretaria Especial da Saúde Indígena (Sesai), em Santa Catarina e Rio Grande do Sul, um grupo de indígenas protestou em Brasília na tarde desta segunda-feira (3), como forma de pressionar o Ministério da Saúde a dar respostas às suas reivindicações. Eles pedem que o governo federal investigue as denúncias de assédio moral e sexual e má gestão de recursos, que estariam ocorrendo no Distrito da Região Sul. Localizado em São José, na região da grande Florianópolis, o escritório atende aos povos indígenas dos dois estados do sul do país.

As denúncias de assédio sexual e moral dentro do DSEI e da Sesai foram levados ao conhecimento do coordenador da Saúde Indígena, na região sul, Gaspar Paschoal, em uma reunião realizada no dia 02 de junho. Servidoras indígenas e não-indígenas relataram terem sofrido assédio sexual de colegas e pediram o afastamento dos mesmos. Além disso, outros servidores relataram estarem sofrendo constrangimento e perseguição em suas áreas de atuação nos pólos do Distrito em Passo Fundo (RS) e Chapecó (SC).

Porém, segundo um documento assinado por caciques e lideranças indígenas dos dois estados, com data de 22 de junho, nenhuma medida teria sido tomada a respeito e os servidores acusados seguiram em suas funções. Os indígenas das etnias kaingang, guarani e xokleng decidiram então ocupar os escritórios responsáveis pela gestão da saúde indígena, ligados ao Ministério da Saúde, como forma de pressionar por investigações e respostas da União.

Você está em: Capa / Últimas Notícias / Geral / Indígenas do sul protestam em Brasília pedindo afastamento de servidores por assédio moral e sexual
Indígenas do sul protestam em Brasília pedindo afastamento de servidores por assédio moral e sexual
Publicado em: julho 3, 2017


0Share
170Share
Tweet
0Share

Grupo kaingang de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul protestou em frente à sede da Sesai, em Brasília, pedindo saída do coordenador da Saúde Indígena na região | Foto: Vinicius Borba, Jornalistas Livres/Radio Yandê
Fernanda Canofre

Uma semana depois de ocuparem sedes do DSEI (Distrito Sanitário Especial Indígena) e da Secretaria Especial da Saúde Indígena (Sesai), em Santa Catarina e Rio Grande do Sul, um grupo de indígenas protestou em Brasília na tarde desta segunda-feira (3), como forma de pressionar o Ministério da Saúde a dar respostas às suas reivindicações. Eles pedem que o governo federal investigue as denúncias de assédio moral e sexual e má gestão de recursos, que estariam ocorrendo no Distrito da Região Sul. Localizado em São José, na região da grande Florianópolis, o escritório atende aos povos indígenas dos dois estados do sul do país.

As denúncias de assédio sexual e moral dentro do DSEI e da Sesai foram levados ao conhecimento do coordenador da Saúde Indígena, na região sul, Gaspar Paschoal, em uma reunião realizada no dia 02 de junho. Servidoras indígenas e não-indígenas relataram terem sofrido assédio sexual de colegas e pediram o afastamento dos mesmos. Além disso, outros servidores relataram estarem sofrendo constrangimento e perseguição em suas áreas de atuação nos pólos do Distrito em Passo Fundo (RS) e Chapecó (SC).

Porém, segundo um documento assinado por caciques e lideranças indígenas dos dois estados, com data de 22 de junho, nenhuma medida teria sido tomada a respeito e os servidores acusados seguiram em suas funções. Os indígenas das etnias kaingang, guarani e xokleng decidiram então ocupar os escritórios responsáveis pela gestão da saúde indígena, ligados ao Ministério da Saúde, como forma de pressionar por investigações e respostas da União.



Os indígenas ainda questionam "indicações políticas" dentro dos órgãos em contratações de médicos, dentistas, juristas e servidores administrativos.

Depois de protestos em frente à sede do órgão, em Brasília, uma comissão de dez kaingang do Rio Grande do Sul e duas representantes dos pataxós, na Bahia, onde a saúde indígena também enfrenta problemas de gestão, foram recebidos pelo secretário Marco Antônio Toccolini.

"O secretário disse que iria apurar, que era uma surpresa a denúncia de assédio sexual e assédio moral, que era muito grave, que eles estariam mandando dois profissionais da equipe - uma advogada e um assessor especial - ainda esta semana para conversar com os funcionários da região Sul, instalando uma auditoria o quanto antes", conta Fernanda Kaingang, residente da terra indígena da Serrinha, em Ronda Alta, no Rio Grande do Sul, que participou da reunião. Em nota, a Sesai confirmou as informações, dizendo que vai apurar "com rigor" as denúncias.

Os indígenas criticam a omissão do coordenador do DSEI Sul diante das denúncias e exigem a saída imediata dele. Gaspar Paschoal foi nomeado para o cargo em outubro do ano passado. Ele é filho do ex-prefeito de Redentora, Adelar Paschoal (PMDB) que, em 2001, foi acusado pela Funasa de descumprir pagamentos de convênios para a saúde indígena. Na época, pelo menos 11 crianças indígenas morreram com quadro de desnutrição na região. O caso chegou a ser publicado, na época, no jornal Folha de São Paulo.

Na reunião de hoje, o secretário da saúde indígena teria dito que "aos primeiros indícios de irregularidade, solicitaria o afastamento" de Gaspar. O que as lideranças indígenas não aceitam. Eles afirmaram que seguirão com as ocupações até que um novo coordenador seja nomeado para a região. No referendo assinado em 22 de junho, eles pedem a nomeação de João Maria Roque para o cargo.

Esta semana, indígenas da região de Porto Alegre, de aldeias do Morro do Osso e São Leopoldo também ocuparam o escritório da Sesai na Capital. Ainda nesta segunda-feira, a Polícia Federal entregou aos indígenas que ocupam a sede da Sesai em Passo Fundo, na região norte do Estado, uma convocação para audiência de conciliação entre representantes dos kaingang, Ministério Público Federal (MPF), Fundação Nacional do Índio (Funai) e Advocacia Geral da União (AGU), para negociar a saída do grupo. A AGU é autora do pedido de reintegração de posse do edifício ocupado na cidade.

As mesmas denúncias que foram levadas à reunião com o secretário da saúde indígena hoje já haviam sido encaminhadas à Polícia Federal e ao escritório da Organização das Nações Unidas - ONU Mulher, em Brasília.

A reportagem tentou entrar em contato com o DSEI em Santa Catarina, mas o local está ocupado por indígenas e os funcionários não estão trabalhando.
 

Las noticias publicadas en el sitio Povos Indígenas do Brasil (Pueblos Indígenas del Brasil) son investigadas en forma diaria a partir de fuentes diferentes y transcriptas tal cual se presentan en su canal de origen. El Instituto Socioambiental no se responsabiliza por las opiniones o errores publicados en esos textos. En el caso en el que Usted encuentre alguna inconsistencia en las noticias, por favor, póngase en contacto en forma directa con la fuente mencionada.