De Pueblos Indígenas en Brasil
The printable version is no longer supported and may have rendering errors. Please update your browser bookmarks and please use the default browser print function instead.
Noticias
"Negamos parte da história", diz kaingangue mestre em Educação
24/08/2017
Autor: Juliana Bencke
Fonte: Folha do Mate folhadomate.com
Superar a ideia do índio pelado e de cocar na cabeça e levar, para a sala de aula, aspectos da cultura, da ciência e da vida do povo indígena ainda é um desafio para os professores. O ensino da cultura e da história dos índios, assegurado por lei desde 2008, foi tema de palestra promovida pela Secretaria Municipal de Educação. "A nossa primeira dificuldade é na formação, que não nos prepara para isso. Além disso, a maioria dos materiais didáticos vem com os estereótipos. Os índios aparecem com aquela forma que já não é mais real", analisa o mestre e doutorando em Educação, Bruno Ferreira, 50 anos.
Na tarde de terça-feira, 22, o índio kaingangue e professor de História de Iraí ministrou uma formação a professores da rede municipal de ensino. Segundo ele, a escola acaba perpetuando a imagem de uma 'cultura congelada', segundo a qual o índio tem que estar sempre nu, viver no meio da floresta e usar arco e flecha. "Quando o índio não aparece com pena na cabeça dizem que não é índio, porque no livro didático ele aparece assim", comenta.
Ferreira lembra que, independentemente do povo, a cultura é algo vivo, que se movimenta e modifica. "Tem aspectos que se mantêm e sustentam a identidade de um povo, como é a questão da reciprocidade, entre os indígenas; mas a cultura se modifica. O branco pode usar TV e computador e nem por isso deixa de ser o que é", compara.
Há uma ideia equivocada de que o índio está sempre no passado. É uma ignorância pensar que a cultura indígena é atrasada. Ela vai se modificando e também produz conhecimento. A sociedade não indígena se nega a reconhecer isso, porque mexe com a estrutura social." Bruno Ferreira, doutorando em Educação.
Na opinião do doutorando em Educação, as instituições de ensino têm papel fundamental para que uma parte encoberta da história seja conhecida e a contribuição indígena para o país deixe de ser invisível. Isso abrange desde aspectos da organização social, até questões históricas, culturais e literárias - narrativas orais transmitidas ao longo das gerações.
"Negamos parte da história do Brasil, pois só trabalhamos ela a partir de 1.500, da chegada dos portugueses. Os índios são inferiorizados. Eles se sentem inferiores e não reconhecem a sua produção de conhecimento", observa.
Para Ferreira, apesar da lei que garante o ensino da cultura e da história indígena nas escolas públicas e privadas, ainda há muito a avançar. De acordo com ele, existem trabalhos pontuais, mas é preciso modificar os currículos e mudar os projetos políticos pedagógicos dos colégios. "O professor também tem que ser bom pesquisador e ter coragem de dizer, por exemplo, que antes de fazer parte da cultura gaúcha, o chimarrão faz parte da cultura indígena", exemplifica.
http://www.folhadomate.com/noticias/educacao/negamos-parte-da-historia-diz-kaingangue-mestre-em-educacao
Na tarde de terça-feira, 22, o índio kaingangue e professor de História de Iraí ministrou uma formação a professores da rede municipal de ensino. Segundo ele, a escola acaba perpetuando a imagem de uma 'cultura congelada', segundo a qual o índio tem que estar sempre nu, viver no meio da floresta e usar arco e flecha. "Quando o índio não aparece com pena na cabeça dizem que não é índio, porque no livro didático ele aparece assim", comenta.
Ferreira lembra que, independentemente do povo, a cultura é algo vivo, que se movimenta e modifica. "Tem aspectos que se mantêm e sustentam a identidade de um povo, como é a questão da reciprocidade, entre os indígenas; mas a cultura se modifica. O branco pode usar TV e computador e nem por isso deixa de ser o que é", compara.
Há uma ideia equivocada de que o índio está sempre no passado. É uma ignorância pensar que a cultura indígena é atrasada. Ela vai se modificando e também produz conhecimento. A sociedade não indígena se nega a reconhecer isso, porque mexe com a estrutura social." Bruno Ferreira, doutorando em Educação.
Na opinião do doutorando em Educação, as instituições de ensino têm papel fundamental para que uma parte encoberta da história seja conhecida e a contribuição indígena para o país deixe de ser invisível. Isso abrange desde aspectos da organização social, até questões históricas, culturais e literárias - narrativas orais transmitidas ao longo das gerações.
"Negamos parte da história do Brasil, pois só trabalhamos ela a partir de 1.500, da chegada dos portugueses. Os índios são inferiorizados. Eles se sentem inferiores e não reconhecem a sua produção de conhecimento", observa.
Para Ferreira, apesar da lei que garante o ensino da cultura e da história indígena nas escolas públicas e privadas, ainda há muito a avançar. De acordo com ele, existem trabalhos pontuais, mas é preciso modificar os currículos e mudar os projetos políticos pedagógicos dos colégios. "O professor também tem que ser bom pesquisador e ter coragem de dizer, por exemplo, que antes de fazer parte da cultura gaúcha, o chimarrão faz parte da cultura indígena", exemplifica.
http://www.folhadomate.com/noticias/educacao/negamos-parte-da-historia-diz-kaingangue-mestre-em-educacao
Las noticias publicadas en el sitio Povos Indígenas do Brasil (Pueblos Indígenas del Brasil) son investigadas en forma diaria a partir de fuentes diferentes y transcriptas tal cual se presentan en su canal de origen. El Instituto Socioambiental no se responsabiliza por las opiniones o errores publicados en esos textos. En el caso en el que Usted encuentre alguna inconsistencia en las noticias, por favor, póngase en contacto en forma directa con la fuente mencionada.