De Pueblos Indígenas en Brasil
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Noticias
Ocupação guarani na Presidência altera rotina da avenida Paulista
30/08/2017
Autor: Gustavo Basso
Fonte: R7 - http://noticias.r7.com
O movimento constante de pedestres e passageiros do metrô entrando e saindo da estação Consolação contrasta com a música cantada no interior do prédio que abriga o escritório da Presidência da República. O edifício, localizado no cruzamento da rua Augusta com a avenida Paulista, um dos mais famosos da capital, foi ocupado por índios guaranis na manhã desta quarta-feira (30).
Em meio a cânticos culturais e religiosos, com letras sobre a migração para além do oceano, onde há uma terra sem mal, conquistas e resistência, os guaranis reclamam da publicação da portaria 683 do Ministério da Justiça. O documento publicado na semana passada anulou a declaração de posse de 532 hectares aos índios na região do Jaraguá, na zona norte de São Paulo. A área havia sido definida em 2015 pelo mesmo ministério, sob orientação da Funai, que levou 13 anos de estudos antropológicos na região.
"O Temer tomou nossa casa, então a gente ocupa a dele", comenta Thiago Karai Djekupe, líder indígena da aldeia Tekoa Ytu, única do Jaraguá que continua demarcada após a portaria publicada na última segunda-feira.
Em Brasília estão cerca de 40 guaranis do Jaraguá acampados diante do Minisério da Justiça. Eles reforçam os protestos e exigem uma audiência com o ministro Torquato Jardim.
Por volta de 14h, marmitas foram entregues para aliviar a fome dos ocupantes. Elas foram doadas por ONGs e apoiadores da Comissão Guarani Yvyrupa que ajudaram com alimentação e cobertores na ocupação.
O índio Mirinju Yan aproveitou o fluxo de gente na calçada da Paulista para vender colares, pulseiras e outros adornos feitos por ele. "A gente usa como proteção, mas também serve como enfeite", diz, contando que algumas das penas ele trouxe de Roraima, onde vive a mãe, do povo Makuxi. Ele mesmo mora em Brasília, onde é membro do Conselho Indígena do DF e volta para o Jaraguá duas vezes ao ano.
Os 'visitantes' despertaram a atenção de 'brancos' que passavam pelo local fotografando e filmando a movimentação. Outros, no entanto, se mostravam incomodados com o fechamento da agência do Banco do Brasil que fica no primeiro andar do prédio. Ao menos quatro vezes clientes tentaram subir e foram frustrados pelos policiais militares que impedem a entrada dos índios para além do saguão de entrada do edifício.
De acordo com Marcos Tupã, coordenador geral da Comissão Guarani Yvyrupa, os manifestantes só vão sair do local quando o ministro Torquato Jardim atender as pessoas que estão na frente do ministério. Thiago Wera Djakupé é mais incisivo, e afirma que os cerca de 150 guaranis só deixariam o escritório da Presidência "quando a demarcação voltar a valer, quando nosso território estiver seguro".
Durante a tarde, ônibus trazendo mais índios chegou do Jaraguá, e estava programada a chegada de mais gente vinda de Parelheiros e até mesmo um grupo de guaranis kayowá vindos do Mato Grosso do Sul. Werá Rokaju, de 60 anos é pajé da aldeia Krukutu, localizada em Parelheiros, no extremo sul de São Paulo. Ele conta que volta para a aldeia para dormir, mas amanhã, caso a decisão não seja revertida, volta à Paulista.
- Estamos prontos para ficar dois, três, cinco, dez dias se precisar.
A assessoria de imprensa da Presidência da República afirmou por telefone que apenas o andar térreo do edifício foi ocupado, e não o terceiro andar, onde funciona, de fato, o escritório. Segundo a Presidência, os funcionários continuam com atividades normais, e a Polícia Militar foi chamada para fazer a segurança do local.
Os guaranis programaram para as 17h uma manifestação no vão livre do Masp (Museu de Arte de São Paulo). Além da revogação da portaria que retirou a demarcação de 532 hectares no Jaraguá, os índios pedem a revogação do parecer 001/2017 da AGU (Advocacia Geral da União) - que pode afetar todos os processos de demarcação de terras indígenas - e a saída de Azilene Kaingang do departamento de demarcação de terras da Funai, acusada de agir contra as terras indígenas.
A reportagem do R7 vem solicitando desde quarta-feira passada um posicionamento do Ministério da Justiça, com uma série de questionamentos sobre o tema, no entanto até o momento obteve resposta apenas que até o momento não uma retorno oficial por parte da Pasta.
A Comissão Guarani Yvyrupa também divulgou um vídeo sobre o ato.
http://noticias.r7.com/sao-paulo/ocupacao-guarani-na-presidencia-altera-rotina-da-avenida-paulista-01092017
Em meio a cânticos culturais e religiosos, com letras sobre a migração para além do oceano, onde há uma terra sem mal, conquistas e resistência, os guaranis reclamam da publicação da portaria 683 do Ministério da Justiça. O documento publicado na semana passada anulou a declaração de posse de 532 hectares aos índios na região do Jaraguá, na zona norte de São Paulo. A área havia sido definida em 2015 pelo mesmo ministério, sob orientação da Funai, que levou 13 anos de estudos antropológicos na região.
"O Temer tomou nossa casa, então a gente ocupa a dele", comenta Thiago Karai Djekupe, líder indígena da aldeia Tekoa Ytu, única do Jaraguá que continua demarcada após a portaria publicada na última segunda-feira.
Em Brasília estão cerca de 40 guaranis do Jaraguá acampados diante do Minisério da Justiça. Eles reforçam os protestos e exigem uma audiência com o ministro Torquato Jardim.
Por volta de 14h, marmitas foram entregues para aliviar a fome dos ocupantes. Elas foram doadas por ONGs e apoiadores da Comissão Guarani Yvyrupa que ajudaram com alimentação e cobertores na ocupação.
O índio Mirinju Yan aproveitou o fluxo de gente na calçada da Paulista para vender colares, pulseiras e outros adornos feitos por ele. "A gente usa como proteção, mas também serve como enfeite", diz, contando que algumas das penas ele trouxe de Roraima, onde vive a mãe, do povo Makuxi. Ele mesmo mora em Brasília, onde é membro do Conselho Indígena do DF e volta para o Jaraguá duas vezes ao ano.
Os 'visitantes' despertaram a atenção de 'brancos' que passavam pelo local fotografando e filmando a movimentação. Outros, no entanto, se mostravam incomodados com o fechamento da agência do Banco do Brasil que fica no primeiro andar do prédio. Ao menos quatro vezes clientes tentaram subir e foram frustrados pelos policiais militares que impedem a entrada dos índios para além do saguão de entrada do edifício.
De acordo com Marcos Tupã, coordenador geral da Comissão Guarani Yvyrupa, os manifestantes só vão sair do local quando o ministro Torquato Jardim atender as pessoas que estão na frente do ministério. Thiago Wera Djakupé é mais incisivo, e afirma que os cerca de 150 guaranis só deixariam o escritório da Presidência "quando a demarcação voltar a valer, quando nosso território estiver seguro".
Durante a tarde, ônibus trazendo mais índios chegou do Jaraguá, e estava programada a chegada de mais gente vinda de Parelheiros e até mesmo um grupo de guaranis kayowá vindos do Mato Grosso do Sul. Werá Rokaju, de 60 anos é pajé da aldeia Krukutu, localizada em Parelheiros, no extremo sul de São Paulo. Ele conta que volta para a aldeia para dormir, mas amanhã, caso a decisão não seja revertida, volta à Paulista.
- Estamos prontos para ficar dois, três, cinco, dez dias se precisar.
A assessoria de imprensa da Presidência da República afirmou por telefone que apenas o andar térreo do edifício foi ocupado, e não o terceiro andar, onde funciona, de fato, o escritório. Segundo a Presidência, os funcionários continuam com atividades normais, e a Polícia Militar foi chamada para fazer a segurança do local.
Os guaranis programaram para as 17h uma manifestação no vão livre do Masp (Museu de Arte de São Paulo). Além da revogação da portaria que retirou a demarcação de 532 hectares no Jaraguá, os índios pedem a revogação do parecer 001/2017 da AGU (Advocacia Geral da União) - que pode afetar todos os processos de demarcação de terras indígenas - e a saída de Azilene Kaingang do departamento de demarcação de terras da Funai, acusada de agir contra as terras indígenas.
A reportagem do R7 vem solicitando desde quarta-feira passada um posicionamento do Ministério da Justiça, com uma série de questionamentos sobre o tema, no entanto até o momento obteve resposta apenas que até o momento não uma retorno oficial por parte da Pasta.
A Comissão Guarani Yvyrupa também divulgou um vídeo sobre o ato.
http://noticias.r7.com/sao-paulo/ocupacao-guarani-na-presidencia-altera-rotina-da-avenida-paulista-01092017
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