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Indígenas do Médio Purus manifestam apoio ao ATL 2022, contra o marco temporal e o PL191
12/04/2022
Fonte: Cimi - cimi.org.br
A Federação das Organizações e Comunidades Indígenas do Médio Purus (FOCIMP) publicou a carta na tarde desta segunda-feira (11)
POR ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO DO CIMI
Em carta aberta, a Federação das Organizações e Comunidades Indígenas do Médio Purus (FOCIMP) manifesta apoio ao Acampamento Terra Livre (ATL), contra o marco temporal, tese em análise no Supremo Tribunal Federal (STF), e o Projeto de Lei 191/2020, que abre as terras indígenas para exploração da mineração, construção de hidrelétricas e para grandes projetos de infraestrutura.
A 18ª edição do ATL tem como tema "Retomando o Brasil: Demarcar Territórios e Aldear a Política", e reúne sete mil indígenas, de 200 povos de todas as regiões do país, até o dia 14 de abril, em Brasília. O acampamento acontece no mesmo período em que o Congresso Nacional e o governo federal pautam a votação de projetos que violam os direitos dos povos originários, como o próprio PL 191/2020.
"Gostaríamos de deixar bem claro para a sociedade brasileira o que queremos e o que não queremos, como política indigenista"
"O governo Jair Bolsonaro, abertamente racista e anti-indígena e que prega o ódio e a violência, estimulando, através de falas irresponsáveis e medidas inconstitucionais, a abertura de fronteiras sobre as nossas terras, não se cansa de cometer e promover crimes, causando perplexidade diante aos olhos de todo o planeta", destaca a carta.
Os indígenas do Médio Purus também listam o que querem e o que não querem em suas vidas e em seus territórios. "Diante da catástrofe humana e ambiental que vem sendo promovida, gostaríamos de deixar bem claro para a sociedade brasileira O QUE QUEREMOS e o QUE NÃO QUEREMOS, como política indigenista para nós e para os nossos descendentes", lista o documento.
Confira na íntegra a carta Federação das Organizações e Comunidades Indígenas do Médio Purus:
CARTA DE APOIO AO 18o ATL EM BRASÍLIA
E SEMANA DOS POVOS INDÍGENAS DE LÁBREA/AM
Nós da Federação das Organizações e Comunidades Indígenas do Médio Purus - FOCIMP que representa os povos Apurinã, Paumari, Jarawara, Jamamadi, Kanamati, Banawá, Madiha Deni, Madiha Kulina, Kanamari, Miranha, Juma, Camadeni, Karipuna, Kaxarari, Desana, Mura e Mamori, Hi Merimã, Katawixi, dos isolados do Mamoriá (autônomos) e do povo Suruwahá (recente contato), vimos por meio desta somar aos conjunto da articulação que mobilizou 7 mil parentes de 200 povos todo o território brasileiro em ocasião do 18o Acampamento Terra Livre (ATL), que está ocorrendo em Brasília, capital federal com o tema "Retomando o Brasil: Demarcar Territórios e Aldear a Política".
O governo Jair Bolsonaro, abertamente racista e anti-indígena que prega o ódio e a violência, estimulando, através de falas irresponsáveis e medidas inconstitucionais, a abertura de fronteiras sobre as nossas terras, não se cansa de cometer e promover crimes, causando perplexidade diante aos olhos de todo o planeta.
Diante da catástrofe humana e ambiental que vem sendo promovida, gostaríamos de deixar bem claro para a sociedade brasileira O QUE QUEREMOS e o QUE NÃO QUEREMOS, como política indigenista para nós e para os nossos descendentes:
O QUE QUEREMOS?
Uma política indigenista de Estado protegendo e promovendo nossos direitos constitucionais;
Nossas terras homologadas, regularizadas e respeitadas;
Respeito ao direito de consulta prévia livre e informada a respeito de quaisquer empreendimentos de alto impacto sobre nossas vidas e sobre os nossos territórios;
Uma saúde indígena para TODOS e TODAS, da mais próxima a mais distante das aldeias sem privilégios ou politicagem;
Uma educação indígena de fato DIFERENCIADA e respeitosa com alunos e professores indígenas - basta de discriminação! Valorização da classe dos professores indígenas já!
O QUE NÃO QUEREMOS?
Grileiros, madeireiros, sojeiros e pecuaristas derrubando e saqueando a floresta e impondo um modelo de desenvolvimento injusto e predatório;
Decisões governamentais de cima para baixo, sem participação dos Povos Indígenas;
Não ao PL 191/2020 e ao Marco Temporal! Não ao desrespeito à Constituição de 1988!
Somos mais de 250 aldeias indígenas pelos municípios de Beruri, Tapauá, Itamarati, Canutama, Lábrea, Pauini e Boca do Acre, habitando o Purus indígena Amazonense. Temos nosso Plano de Vida e nos preocupamos com o futuro, muito além do lucro fácil e imediato de alguns poucos. Temos nossas próprias formas de organização e cultura. Somos povos nativos, conectados com a nossa ancestralidade e temos sim propostas e alternativas econômicas realmente justas e sustentáveis.
"Terra Indígena não foi feita para o índio não sair e sim para o branco não entrar"
Inácio Banawá
Antônio Cicero Santana da Silva Apurinã
Vice-Coordenador da FOCIMP
Sebastião Matias de Souza Apurinã (Táto Jr.)
Coordenador Regional da FOCIMP - Lábrea
Comissão indígena organizadora da Semana dos Povos Indígenas de Lábrea
Lábrea, 09/04/2022
https://cimi.org.br/2022/04/indigenas-do-medio-purus-manifestam-apoio-ao-atl-2022-contra-o-marco-temporal-e-o-pl191/
POR ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO DO CIMI
Em carta aberta, a Federação das Organizações e Comunidades Indígenas do Médio Purus (FOCIMP) manifesta apoio ao Acampamento Terra Livre (ATL), contra o marco temporal, tese em análise no Supremo Tribunal Federal (STF), e o Projeto de Lei 191/2020, que abre as terras indígenas para exploração da mineração, construção de hidrelétricas e para grandes projetos de infraestrutura.
A 18ª edição do ATL tem como tema "Retomando o Brasil: Demarcar Territórios e Aldear a Política", e reúne sete mil indígenas, de 200 povos de todas as regiões do país, até o dia 14 de abril, em Brasília. O acampamento acontece no mesmo período em que o Congresso Nacional e o governo federal pautam a votação de projetos que violam os direitos dos povos originários, como o próprio PL 191/2020.
"Gostaríamos de deixar bem claro para a sociedade brasileira o que queremos e o que não queremos, como política indigenista"
"O governo Jair Bolsonaro, abertamente racista e anti-indígena e que prega o ódio e a violência, estimulando, através de falas irresponsáveis e medidas inconstitucionais, a abertura de fronteiras sobre as nossas terras, não se cansa de cometer e promover crimes, causando perplexidade diante aos olhos de todo o planeta", destaca a carta.
Os indígenas do Médio Purus também listam o que querem e o que não querem em suas vidas e em seus territórios. "Diante da catástrofe humana e ambiental que vem sendo promovida, gostaríamos de deixar bem claro para a sociedade brasileira O QUE QUEREMOS e o QUE NÃO QUEREMOS, como política indigenista para nós e para os nossos descendentes", lista o documento.
Confira na íntegra a carta Federação das Organizações e Comunidades Indígenas do Médio Purus:
CARTA DE APOIO AO 18o ATL EM BRASÍLIA
E SEMANA DOS POVOS INDÍGENAS DE LÁBREA/AM
Nós da Federação das Organizações e Comunidades Indígenas do Médio Purus - FOCIMP que representa os povos Apurinã, Paumari, Jarawara, Jamamadi, Kanamati, Banawá, Madiha Deni, Madiha Kulina, Kanamari, Miranha, Juma, Camadeni, Karipuna, Kaxarari, Desana, Mura e Mamori, Hi Merimã, Katawixi, dos isolados do Mamoriá (autônomos) e do povo Suruwahá (recente contato), vimos por meio desta somar aos conjunto da articulação que mobilizou 7 mil parentes de 200 povos todo o território brasileiro em ocasião do 18o Acampamento Terra Livre (ATL), que está ocorrendo em Brasília, capital federal com o tema "Retomando o Brasil: Demarcar Territórios e Aldear a Política".
O governo Jair Bolsonaro, abertamente racista e anti-indígena que prega o ódio e a violência, estimulando, através de falas irresponsáveis e medidas inconstitucionais, a abertura de fronteiras sobre as nossas terras, não se cansa de cometer e promover crimes, causando perplexidade diante aos olhos de todo o planeta.
Diante da catástrofe humana e ambiental que vem sendo promovida, gostaríamos de deixar bem claro para a sociedade brasileira O QUE QUEREMOS e o QUE NÃO QUEREMOS, como política indigenista para nós e para os nossos descendentes:
O QUE QUEREMOS?
Uma política indigenista de Estado protegendo e promovendo nossos direitos constitucionais;
Nossas terras homologadas, regularizadas e respeitadas;
Respeito ao direito de consulta prévia livre e informada a respeito de quaisquer empreendimentos de alto impacto sobre nossas vidas e sobre os nossos territórios;
Uma saúde indígena para TODOS e TODAS, da mais próxima a mais distante das aldeias sem privilégios ou politicagem;
Uma educação indígena de fato DIFERENCIADA e respeitosa com alunos e professores indígenas - basta de discriminação! Valorização da classe dos professores indígenas já!
O QUE NÃO QUEREMOS?
Grileiros, madeireiros, sojeiros e pecuaristas derrubando e saqueando a floresta e impondo um modelo de desenvolvimento injusto e predatório;
Decisões governamentais de cima para baixo, sem participação dos Povos Indígenas;
Não ao PL 191/2020 e ao Marco Temporal! Não ao desrespeito à Constituição de 1988!
Somos mais de 250 aldeias indígenas pelos municípios de Beruri, Tapauá, Itamarati, Canutama, Lábrea, Pauini e Boca do Acre, habitando o Purus indígena Amazonense. Temos nosso Plano de Vida e nos preocupamos com o futuro, muito além do lucro fácil e imediato de alguns poucos. Temos nossas próprias formas de organização e cultura. Somos povos nativos, conectados com a nossa ancestralidade e temos sim propostas e alternativas econômicas realmente justas e sustentáveis.
"Terra Indígena não foi feita para o índio não sair e sim para o branco não entrar"
Inácio Banawá
Antônio Cicero Santana da Silva Apurinã
Vice-Coordenador da FOCIMP
Sebastião Matias de Souza Apurinã (Táto Jr.)
Coordenador Regional da FOCIMP - Lábrea
Comissão indígena organizadora da Semana dos Povos Indígenas de Lábrea
Lábrea, 09/04/2022
https://cimi.org.br/2022/04/indigenas-do-medio-purus-manifestam-apoio-ao-atl-2022-contra-o-marco-temporal-e-o-pl191/
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