De Pueblos Indígenas en Brasil
The printable version is no longer supported and may have rendering errors. Please update your browser bookmarks and please use the default browser print function instead.

Noticias

De joias a aviões: bens apreendidos por crimes ambientais passam de R$ 1 bilhão e já são 1/3 do total retido pela PF

27/12/2024

Fonte: O Globo - https://oglobo.globo.com/



De joias a aviões: bens apreendidos por crimes ambientais passam de R$ 1 bilhão e já são 1/3 do total retido pela PF
Patrimônio foi encontrado com alvos por exploração ilegal de ouro, madeira, caça e pesca na floresta amazônica

Por Eduardo Gonçalves - Brasília
27/12/2024 03h30 Atualizado há uma semana

Os bens e valores apreendidos pela Polícia Federal em operações para combater atividades ilegais na Amazônia representam um terço de tudo que foi recuperado pela corporação neste ano, superando o volume oriundo de ações sobre corrupção e contrabando. De acordo com a PF, o confisco chegou a R$ 3,1 bilhões de janeiro a outubro deste ano, dos quais R$ 1,15 bilhão é referente à atuação mirando crimes ambientais. O valor é próximo ao que foi apreendido em investigações sobre tráfico de drogas: R$ 1,17 bilhão.

Carros de luxo, joias, helicópteros, imóveis e embarcações estão entre os pertences. O patrimônio foi encontrado com alvos por exploração ilegal de ouro, madeira, caça e pesca na floresta amazônica. Na avaliação da PF, a dinâmica mostra como as atividades criminosas na região estão se tornando cada vez mais lucrativas.

- O crime organizado entrou fortemente nos crimes ambientais, tendo em vista as penas baixas e os lucros altos - avaliou o diretor da Amazônia e Meio Ambiente da Polícia Federal, Humberto Freire de Barros.

Das drogas à Amazônia
Segundo Barros, essa combinação tem levado as facções a recorrerem aos ilícitos ambientais como fonte de renda mais segura do que o tráfico de drogas. As apreensões relacionadas a delitos contra a flora e fauna contribuíram para elevar em 25% o total de bens recuperados neste ano em comparação com o do ano passado, de R$ 2,4 bilhões.

- Esse dado não representa os valores bloqueados pela Justiça. Mas bens efetivamente retirados do crime organizado, que foram leiloados ou destinados - afirmou o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, em conversa com jornalistas, neste mês.

Nos últimos dias, a Polícia Federal apreendeu no Pará veículos de luxo como Porsche Cayenne, BMW X6, RAM 1500 e um Chevrolet Camaro SS avaliados em mais de R$ 2,7 milhões, além de uma moto aquática e caixas com joias de luxo, no endereço de empresários envolvidos com garimpo ilegal. Os suspeitos pagavam mesadas a dezenas de policiais militares do Pará para cuidar da segurança e logística do minério ilegal, segundo a PF. A PM, na ocasião, informou que afastou todos os agentes envolvidos, exonerou os oficiais e que o caso é acompanhado pela corregedoria.

"Coincidência ou não, em brevíssimo espaço de sete meses, e dentro do lapso temporal da presente investigação, (os alvos) adquiriram automóveis de luxo em valores que ultrapassam R$ 500 mil, o que é no mínimo suspeito para integrantes de núcleo familiar formado por um servidor público e por uma enfermeira assalariada", escreveu o juiz federal ao autorizar a operação batizada de Cobiça, que resultou no afastamento de 35 policiais do cargo.

O poderio econômico dessas quadrilhas acaba levando à cooptação de agentes públicos e à migração de criminosos de outros ramos para os negócios ilegais da floresta.

Em março deste ano, a PF confiscou oito helicópteros utilizados por uma quadrilha de pilotos e mecânicos que trabalhavam a serviço do garimpo ilegal e do tráfico de drogas.

Um relatório do Grupo de Ação Financeira Internacional (GAFI), organização intergovernamental, apontou que os empreendimentos criminais contra o meio ambiente geram entre US$ 110 bilhões a US$ 281 bilhões a cada ano, elevando-o à terceira economia ilegal mais lucrativa do mundo, depois do tráfico de drogas e armas. O documento destaca que na maioria dos países esse tipo de delito é considerado de "baixo risco e alta recompensa", já que as punições aplicadas a um empresário que extrai madeira e ouro de áreas de preservação é bem mais branda do que a aplicada a um traficante de drogas.

- O crime organizado viu esse nicho do mercado e passou a investir nele. É uma logística compartilhada: o mesmo avião que leva a droga é o que traz o ouro - explicou Freire.

Aumento de punição
Um grupo de trabalho da PF ajudou o governo Lula a propor um projeto de lei, em outubro, que aumenta a punição para crimes ambientais, como o de provocar incêndios florestais e o de destruir ou danificar áreas de preservação. A medida ainda precisa ser aprovada pelo Congresso.

Publicado nesta semana, um estudo do Fórum Brasileiro de Segurança Pública em parceria com o Instituto Mãe Crioula mostrou que pouco mais de um terço da Amazônia Legal já tem a presença de facções criminosas ligadas ao narcotráfico - algumas delas locais, outras com origem no Sudeste, como a fluminense Comando Vermelho (CV) e a paulista Primeiro Comando da Capital (PCC).

https://oglobo.globo.com/brasil/noticia/2024/12/27/de-joias-a-avioes-bens-apreendidos-por-crimes-ambientais-passam-de-r-1-bilhao-e-ja-sao-13-do-total-retido-pela-pf.ghtml
 

Las noticias publicadas en el sitio Povos Indígenas do Brasil (Pueblos Indígenas del Brasil) son investigadas en forma diaria a partir de fuentes diferentes y transcriptas tal cual se presentan en su canal de origen. El Instituto Socioambiental no se responsabiliza por las opiniones o errores publicados en esos textos. En el caso en el que Usted encuentre alguna inconsistencia en las noticias, por favor, póngase en contacto en forma directa con la fuente mencionada.