De Pueblos Indígenas en Brasil
The printable version is no longer supported and may have rendering errors. Please update your browser bookmarks and please use the default browser print function instead.

Noticias

Mortes: Quilombola, dedicou-se à luta pela terra

20/02/2025

Fonte: FSP, Mortes, p. A43



Documentos anexos


Mortes: Quilombola, dedicou-se à luta pela terra
Benzedeira e kardecista, marcou pelas histórias, alegria e liderança em comunidade no interior de SP

Mauren Luc
19.fev.2025 às 17h00

Antônia Gonçalves de Pontes foi a principal liderança quilombola da comunidade Cangume, no Vale do Ribeira, em Itaoca (SP), onde nasceu. Filha de escravos, teve dez filhos e uma trajetória de dedicação à luta pela terra.
"Lutou contra as barragens e empreendimentos de mineração na região, trabalhou em prol da titulação do território e teve a felicidade de ver o reconhecimento do quilombo Cangume pelo Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária)", publicou o ISA (Instituto Socioambiental).
A entidade destaca que Antônia foi uma das médiuns e benzedeiras mais experientes do Cangume, formado por negros que fugiram do recrutamento forçado para a Guerra do Paraguai, por volta de 1870.
Segundo o instituto, a comunidade pratica o espiritismo kardecista desde 1930, com a atividade de médiuns como dona Antônia. "Ela começou a desenvolver suas capacidades aos 17 anos e, desde então, não parou", disse o ISA.

Antônia Gonçalves de Pontes (1933 - 2025) - quilombo_cangume no Instagram
Líder espiritual, Antônia foi também uma grande contadora de histórias. Aqueles que visitavam a comunidade param primeiro na casa de Antônia, onde eram recebidos com o famoso café, torrado, socado no pilão e preparado no fogão a lenha por ela.
Era chamada de guardiã do Cangume e descrita como uma mulher de força e símbolo de humildade e resistência. A entidade publicou que o legado de Antônia permanecerá vivo e servirá de inspiração para futuras gerações. "Que sua luz continue a brilhar em nós", publicou a entidade.
A nora Cinira conta que Antônia era a mulher mais velha do quilombo, adorada por todos. "Guerreira que ajudou o marido a criar os filhos trabalhando na roça. Era muito querida e muitos a chamavam de vó."
A história que ela mais contava, diz Cinira, era sobre a primeira pessoa quilombola, João Cangume. "O que mais gostava era ter a casa cheia de gente, ela já começava a contar suas histórias. Tinha uma casa de barro, com fogão a lenha, era muito alegre."
O sobrinho Odair dos Santos recorda que ela tinha a sabedoria das ervas medicinais e deixa um legado de conhecimento e história. "Só ajudava o próximo e falava bem dos outros. A vida dela era sorrir e abraçar."
Antônia morreu em 6 de janeiro, aos 91 anos, de pneumonia.

FSP, 20/02/2025, Mortes, p. A43

https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2025/02/mortes-quilombola-dedicou-se-a-luta-pela-terra.shtml
 

Las noticias publicadas en el sitio Povos Indígenas do Brasil (Pueblos Indígenas del Brasil) son investigadas en forma diaria a partir de fuentes diferentes y transcriptas tal cual se presentan en su canal de origen. El Instituto Socioambiental no se responsabiliza por las opiniones o errores publicados en esos textos. En el caso en el que Usted encuentre alguna inconsistencia en las noticias, por favor, póngase en contacto en forma directa con la fuente mencionada.