De Pueblos Indígenas en Brasil
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Noticias
Nove em cada dez sentem efeito da mudança climática
24/02/2025
Fonte: Valor Econômico - https://valor.globo.com/
Nove em cada dez sentem efeito da mudança climática
Calor acima do habitual é o mais sentido em termos absolutos, segundo levantamento
Rafael Vazquez
24/02/2025
Nove a cada dez brasileiros já percebem no dia a dia ao menos um dos fenômenos causados pelas mudanças climáticas e o calor mais intenso é o mais notado, de acordo com pesquisa do Instituto Locomotiva em parceria com a PwC. O instituto também chama a atenção para a falta de acesso de boa parte da população a equipamentos de refrigeração, o que tende a criar uma espiral de dificuldades cotidianas que prejudicam a produtividade dos trabalhadores.
De acordo com os dados, coletados a partir de entrevistas com 1.500 pessoas espalhadas por todo o território nacional, 94% notaram temperaturas mais altas do que o habitual nas cidades onde vivem. Além disso, 82% dos participantes do estudo relatam ter percebido chuvas mais fortes que o normal e 76% relatam ter observado surgimento ou pontos de alagamento em locais onde normalmente não viam antes.
Outros fenômenos também estão sendo notados em menor medida, conforme aponta o estudo. Em relação a períodos de secas mais fortes ou mais longas, a pesquisa detectou que 70% têm notado a ocorrência, enquanto 50% percebem ter aumentado a incidência de deslizamentos de terra. Quanto a temperaturas mais baixas que o habitual, 29% dizem já ter notado.
Conforme destaca Renato Meirelles, presidente do Instituto Locomotiva, no conjunto de todos os fenômenos climáticos relatados, 98% dos entrevistados a afirmam estar observando a ocorrência de algum desses eventos, mas o calor acima do habitual é o mais sentido em termos absolutos, embora os efeitos mais temidos sejam os causados por chuvas extremas, como enchentes e deslizamentos de terra.
As consequências de temperaturas acima da média por períodos mais longos, segundo explica Meirelles, são mais arrastadas e prejudicam principalmente as famílias mais pobres. Isso porque, em geral, pessoas com menor renda tendem a trabalhar mais na rua e sem a refrigeração ao longo do dia. Depois, quando estão em casa, tampouco possuem ar-condicionado e têm dificuldade para dormir. Com a extensão das ondas de calor por vários dias, a produtividade de trabalhadores das classes C e D tendem a cair, segundo analisa.
"A desigualdade no acesso a equipamentos de refrigeração é um exemplo bastante concreto do principal fenômeno notado nos últimos anos, que é o aumento da temperatura. A consequência da diferença de renda relacionada a esse tema é que tem gente que dorme melhor e gente que dorme pior, por exemplo, o que afeta até na recuperação do corpo. Além disso, estar em um ambiente fresco melhora a concentração e disposição das pessoas no ambiente de trabalho e também dos estudantes em salas de aula", aponta Meirelles.
Conforme indica a pesquisa, 78% dos brasileiros acreditam que aparelhos de ar-condicionado podem melhorar a concentração e o desempenho no trabalho. No entanto, enquanto nas classes A e B a percepção de pessoas com ar-condicionado doméstico é de 64%, nas classes D e E o número chega a apenas 31%. O estudo ainda aponta que seis em cada dez brasileiros das classes D e E gostariam de ter um equipamento de ar-condicionado, mas alegam não ter condições financeiras devido ao custo mais elevado do produto - com isso, acabam optando por equipamentos mais simples de ventilação.
O problema se agrava ao considerar que pessoas de classes com renda menor vivem em bairros menos arborizados e naturalmente mais quentes. "O calor extremo já não é só um incômodo passageiro. É um desafio crescente para a vida nas cidades. Com temperaturas cada vez mais altas, ventilar ou refrigerar ambientes deixou de ser um luxo e se tornou uma necessidade. Mas nem todos têm esse acesso, e as consequências vão além do desconforto: afetam desde a capacidade de concentração no trabalho até o desempenho escolar de milhões de brasileiros. Hoje, falar de mudanças climáticas é falar também sobre oportunidades ou exclusão", conclui o presidente do Instituto Locomotiva.
https://valor.globo.com/brasil/noticia/2025/02/24/nove-em-cada-dez-sentem-efeito-da-mudanca-climatica.ghtml
Calor acima do habitual é o mais sentido em termos absolutos, segundo levantamento
Rafael Vazquez
24/02/2025
Nove a cada dez brasileiros já percebem no dia a dia ao menos um dos fenômenos causados pelas mudanças climáticas e o calor mais intenso é o mais notado, de acordo com pesquisa do Instituto Locomotiva em parceria com a PwC. O instituto também chama a atenção para a falta de acesso de boa parte da população a equipamentos de refrigeração, o que tende a criar uma espiral de dificuldades cotidianas que prejudicam a produtividade dos trabalhadores.
De acordo com os dados, coletados a partir de entrevistas com 1.500 pessoas espalhadas por todo o território nacional, 94% notaram temperaturas mais altas do que o habitual nas cidades onde vivem. Além disso, 82% dos participantes do estudo relatam ter percebido chuvas mais fortes que o normal e 76% relatam ter observado surgimento ou pontos de alagamento em locais onde normalmente não viam antes.
Outros fenômenos também estão sendo notados em menor medida, conforme aponta o estudo. Em relação a períodos de secas mais fortes ou mais longas, a pesquisa detectou que 70% têm notado a ocorrência, enquanto 50% percebem ter aumentado a incidência de deslizamentos de terra. Quanto a temperaturas mais baixas que o habitual, 29% dizem já ter notado.
Conforme destaca Renato Meirelles, presidente do Instituto Locomotiva, no conjunto de todos os fenômenos climáticos relatados, 98% dos entrevistados a afirmam estar observando a ocorrência de algum desses eventos, mas o calor acima do habitual é o mais sentido em termos absolutos, embora os efeitos mais temidos sejam os causados por chuvas extremas, como enchentes e deslizamentos de terra.
As consequências de temperaturas acima da média por períodos mais longos, segundo explica Meirelles, são mais arrastadas e prejudicam principalmente as famílias mais pobres. Isso porque, em geral, pessoas com menor renda tendem a trabalhar mais na rua e sem a refrigeração ao longo do dia. Depois, quando estão em casa, tampouco possuem ar-condicionado e têm dificuldade para dormir. Com a extensão das ondas de calor por vários dias, a produtividade de trabalhadores das classes C e D tendem a cair, segundo analisa.
"A desigualdade no acesso a equipamentos de refrigeração é um exemplo bastante concreto do principal fenômeno notado nos últimos anos, que é o aumento da temperatura. A consequência da diferença de renda relacionada a esse tema é que tem gente que dorme melhor e gente que dorme pior, por exemplo, o que afeta até na recuperação do corpo. Além disso, estar em um ambiente fresco melhora a concentração e disposição das pessoas no ambiente de trabalho e também dos estudantes em salas de aula", aponta Meirelles.
Conforme indica a pesquisa, 78% dos brasileiros acreditam que aparelhos de ar-condicionado podem melhorar a concentração e o desempenho no trabalho. No entanto, enquanto nas classes A e B a percepção de pessoas com ar-condicionado doméstico é de 64%, nas classes D e E o número chega a apenas 31%. O estudo ainda aponta que seis em cada dez brasileiros das classes D e E gostariam de ter um equipamento de ar-condicionado, mas alegam não ter condições financeiras devido ao custo mais elevado do produto - com isso, acabam optando por equipamentos mais simples de ventilação.
O problema se agrava ao considerar que pessoas de classes com renda menor vivem em bairros menos arborizados e naturalmente mais quentes. "O calor extremo já não é só um incômodo passageiro. É um desafio crescente para a vida nas cidades. Com temperaturas cada vez mais altas, ventilar ou refrigerar ambientes deixou de ser um luxo e se tornou uma necessidade. Mas nem todos têm esse acesso, e as consequências vão além do desconforto: afetam desde a capacidade de concentração no trabalho até o desempenho escolar de milhões de brasileiros. Hoje, falar de mudanças climáticas é falar também sobre oportunidades ou exclusão", conclui o presidente do Instituto Locomotiva.
https://valor.globo.com/brasil/noticia/2025/02/24/nove-em-cada-dez-sentem-efeito-da-mudanca-climatica.ghtml
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