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Brasil apela para mutirão global para enfrentar a urgência climática

11/03/2025

Fonte: Valor Econômico - https://valor.globo.com/



Brasil apela para mutirão global para enfrentar a urgência climática
Presidente da COP marcada para Belém divulga carta aberta à comunidade internacional e diz que, se aquecimento não for controlado, mudança 'será imposta'

Daniela Chiaretti, Ruan Amorim e Rafael Bitencourt

11/03/2025

A presidência brasileira da COP30, a conferência climática das Nações Unidas que Belém irá sediar em novembro, faz um chamado para a união de todos no enfrentamento da urgência climática. "A mudança é inevitável - seja por escolha, seja por catástrofe", diz o embaixador André Corrêa do Lago, presidente da COP30, em carta à comunidade internacional divulgada nesta segunda-feira, durante evento em Brasília.

"Se o aquecimento global não for controlado, a mudança nos será imposta, ao desestruturar nossas sociedades, economias e famílias. Se, em vez disso, optarmos por nos organizar em uma ação coletiva, teremos a possibilidade de reescrever um futuro diferente", diz ele.

A palavra escolhida para indicar o que será o movimento da COP30 é mutirão, um termo sem tradução em outras línguas, mas simbólico e que reflete o apelo brasileiro para que governos nacionais e subnacionais, sociedades e atores econômicos se juntem, em Belém, para cooperarem e enfrentarem o desafio civilizatório em um mundo fragmentado que vive um momento geopolítico turbulento.

"A cultura brasileira herdou dos povos indígenas nativos do Brasil o conceito de mutirão ('Motirõ' em tupi-guarani), que se refere a uma comunidade que se reúne para trabalhar em uma tarefa compartilhada, seja colhendo, construindo ou apoiando uns aos outros", diz a carta. "Ao compartilhar essa inestimável sabedoria ancestral e tecnologia social, a presidência da COP30 convida a comunidade internacional a se juntar ao Brasil em um mutirão global contra a mudança do clima, um esforço global de cooperação entre os povos para o progresso da humanidade."

A carta tem 12 páginas e dá um breve histórico das negociações internacionais, coloca o contexto geopolítico em convulsão e dá a visão da presidência brasileira para a COP30. É uma prática tradicional seguida pelos últimos presidentes de COPs climáticas, para preparar os governos do caminho que o país que hospeda a conferência do clima das Nações Unidas pretende trilhar.

"A COP30 pode ser a COP em que alinharemos esforços em todo o mundo: dos governos nacionais aos municipais, dos mercados de capitais internacionais às pequenas lojas de bairro, dos principais agentes tecnológicos aos inovadores locais, dos conhecimentos acadêmicos aos tradicionais", diz o texto. O documento convoca as Nações Unidas em "nova aliança contra um inimigo comum: a mudança do clima". Lembra que 2025 marca os 80 anos do fim da Segunda Guerra Mundial e da aliança na criação da ONU.

"A filósofa germano-americana Hannah Arendt denunciou a 'banalidade do mal' como a aceitação do que era inaceitável. Agora, estamos enfrentando a 'banalidade da inação', uma inação irresponsável e também inaceitável", diz um dos trechos mais fortes.

"A ideia é transmitir a primeira avaliação da presidência sobre o que temos pela frente para a COP30. Estamos vivendo a urgência climática, o momento internacional é muito complexo, mas há três vértices orientando a presidência", adiantou Corrêa do Lago a um grupo de jornalistas. "A primeira, defender e fortalecer o multilateralismo que foi construído no Acordo de Paris e na Convenção do Clima", começou.

A segunda vertente será criar uma conexão mais sólida entre o que vem sendo negociado, muitas vezes aspectos considerados abstratos para a sociedade, e como traduzir isso para a vida das pessoas, na política e na economia.

O terceiro front será "acelerar a implementação do Acordo de Paris. Já foram negociados praticamente todos os grandes temas que faltavam para que o Acordo de Paris fosse plenamente estruturado, e agora entramos em uma fase em que a implementação é central".

A COP no Brasil é a primeira na Amazônia e a primeira em que o mundo ultrapassou o aquecimento de 1,5 grau Celsius, lembra Ana Toni, CEO da COP 30. O Brasil tentará impulsionar a agenda de ação, paralela às negociações propriamente ditas, que são feitas exclusivamente entre governos nacionais.

Na agenda de ação, o Brasil tentará impulsionar o movimento para conservar, recuperar o que se perdeu e combater o desmatamento das florestas. Também dará visibilidade a soluções para cidades e energia, mudança do clima e inteligência artificial e outras frentes.

Na pauta da negociação é preciso iniciar o Mapa do Caminho de Baku a Belém dos 1,3 T. Ou seja: como o mundo poderá chegar a 2025 com recursos de US$ 1,3 trilhão anuais, de várias fontes, para impulsionar a descarbonização do mundo em desenvolvimento.

Setor privado vai agir nos EUA
À tarde, em evento da CNI em Brasília, André Corrêa do Lago disse que, em recente viagem aos Estados Unidos, representantes da indústria local falaram que pelo menos dois terços do PIB americano vão seguir as regras do Acordo de Paris.

"Eu estive nos Estados Unidos na semana passada e encontrei com vários representantes de setores da indústria americana. Eles estimam que, pelo menos dois terços da economia... dois terços do PIB dos Estados Unidos vão seguir as regras do Acordo de Paris", disse. "Quem não vai estar atuante no Acordo de Paris é o governo americano."

O presidente da COP30, no entanto, ressaltou que os Estados Unidos são uma "fonte incrível" de tecnologia e ciência, além de contar com "empresas extraordinárias e em sua maioria multinacionais que atuam no resto do mundo". Para ele, essas mesmas empresas têm interesse de estarem alinhadas à agenda do clima.

https://valor.globo.com/brasil/noticia/2025/03/11/brasil-apela-para-mutirao-global-para-enfrentar-a-urgencia-climatica.ghtml
 

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