De Pueblos Indígenas en Brasil
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Notícias
O Brasil está mais seco
27/03/2025
Fonte: FSP - https://www1.folha.uol.com.br/
O Brasil está mais seco
Superfície de água encolhe por dois anos seguidos; abundância do recurso no país não significa sustentabilidade eterna
27/03/2025
Dois anos consecutivos de diminuição da superfície de água no Brasil deveriam disparar todos os alarmes governamentais. É consternador o dado apurado pelo MapBiomas com imagens de satélites: o recuo medido em 2024 foi de 2,2% sobre 2023 e de 3,2% na comparação com a média histórica.
O país contava no ano passado 17,9 milhões de hectares de espelho d'água, de acordo com o consórcio de instituições de pesquisa, empresas e ONGs ambientais. A série histórica de mapas anuais produzidos pelo grupo começa em 1985 e reúne ainda dados como áreas de desmatamento, agricultura e aglomerados urbanos.
Em quilômetros quadrados, medida talvez mais familiar, o conjunto de corpos d'água em território nacional corresponde a 179 mil. Trata-se de uma área de apenas 2,1% do Brasil, mas com tamanho quase equivalente ao estado do Paraná ou a três quartos do estado de São Paulo.
Não é por outra razão que este país tropical figura como potência em recursos hídricos, a garantir, por exemplo, uma matriz energética com alto grau de fontes renováveis (49%, de acordo com dados de 2023). De toda a eletricidade produzida aqui, nada menos do que 59% provêm de energia hidráulica.
Abundância não significa, todavia, sustentabilidade para todo o sempre. Em especial sob as condições preocupantes da mudança climática em curso, prevê-se diminuição da precipitação média em todo o território. A devastação de florestas, reguladoras naturais de vazões hídricas, também contribui para delinear o espectro de escassez.
A maior parte da superfície de água (61%) se encontra na amazônia, seguida pelo bioma mata atlântica (13%). Não por coincidência, duas florestas chuvosas. Outra área úmida célebre é o pantanal, que no entanto concentra apenas 2% da área hídrica total.
O pantanal atualmente se encontra na pior condição, mostrando-se 60% mais seco do que na média histórica do MapBiomas. Rios, baías e corixos da planície inundável dependem das chuvas e nascentes do planalto adjacente, no cerrado.
Este, por sua vez, sofre com desmatamento pela expansão do agronegócio. Além disso, é o bioma nacional com a lâmina d'água mais alterada por ação humana.
Auspicioso é que o cerrado, assim como caatinga e mata atlântica, apresentou em 2024 uma cobertura hídrica maior do que a média histórica. Isso não parece bastante, contudo, para contrabalançar a tendência preocupante: desde 1985, os corpos d'água naturais sofreram recuo de 15%.
https://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2025/03/o-brasil-esta-mais-seco.shtml
Superfície de água encolhe por dois anos seguidos; abundância do recurso no país não significa sustentabilidade eterna
27/03/2025
Dois anos consecutivos de diminuição da superfície de água no Brasil deveriam disparar todos os alarmes governamentais. É consternador o dado apurado pelo MapBiomas com imagens de satélites: o recuo medido em 2024 foi de 2,2% sobre 2023 e de 3,2% na comparação com a média histórica.
O país contava no ano passado 17,9 milhões de hectares de espelho d'água, de acordo com o consórcio de instituições de pesquisa, empresas e ONGs ambientais. A série histórica de mapas anuais produzidos pelo grupo começa em 1985 e reúne ainda dados como áreas de desmatamento, agricultura e aglomerados urbanos.
Em quilômetros quadrados, medida talvez mais familiar, o conjunto de corpos d'água em território nacional corresponde a 179 mil. Trata-se de uma área de apenas 2,1% do Brasil, mas com tamanho quase equivalente ao estado do Paraná ou a três quartos do estado de São Paulo.
Não é por outra razão que este país tropical figura como potência em recursos hídricos, a garantir, por exemplo, uma matriz energética com alto grau de fontes renováveis (49%, de acordo com dados de 2023). De toda a eletricidade produzida aqui, nada menos do que 59% provêm de energia hidráulica.
Abundância não significa, todavia, sustentabilidade para todo o sempre. Em especial sob as condições preocupantes da mudança climática em curso, prevê-se diminuição da precipitação média em todo o território. A devastação de florestas, reguladoras naturais de vazões hídricas, também contribui para delinear o espectro de escassez.
A maior parte da superfície de água (61%) se encontra na amazônia, seguida pelo bioma mata atlântica (13%). Não por coincidência, duas florestas chuvosas. Outra área úmida célebre é o pantanal, que no entanto concentra apenas 2% da área hídrica total.
O pantanal atualmente se encontra na pior condição, mostrando-se 60% mais seco do que na média histórica do MapBiomas. Rios, baías e corixos da planície inundável dependem das chuvas e nascentes do planalto adjacente, no cerrado.
Este, por sua vez, sofre com desmatamento pela expansão do agronegócio. Além disso, é o bioma nacional com a lâmina d'água mais alterada por ação humana.
Auspicioso é que o cerrado, assim como caatinga e mata atlântica, apresentou em 2024 uma cobertura hídrica maior do que a média histórica. Isso não parece bastante, contudo, para contrabalançar a tendência preocupante: desde 1985, os corpos d'água naturais sofreram recuo de 15%.
https://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2025/03/o-brasil-esta-mais-seco.shtml
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