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Indígenas processam 'New York Times' e pedem R$ 1 bilhão em indenização

24/05/2025

Autor: Jadson Lima

Fonte: Agencia Cenarium - https://agenciacenarium.com.br



MANAUS (AM) - Indígenas do Vale do Javari (AM) ingressaram com ação judicial contra o jornal "New York Times", na quinta-feira, 22, pedindo indenização de cerca de US$ 180 milhões, o que equivale a R$ 1 bilhão, após o veículo publicar reportagens de que a chegada da internet causou problemas nos jovens, como vícios em pornografia e jogos violentos, assim como desinteresse em questões das comunidades. A informação é da agência de notícias Associated Press.

A etnia Marubo acusa o jornal de difamação, na ação registrada em um tribunal em Los Angeles, nos Estados Unidos. A comunidade pede indenização de cerca de US$ 180 milhões, o que equivale a R$ 1 bilhão. De acordo com a agência de notícias, o processo também cita os portais TMZ e Yahoo como responsáveis pela veiculação dos conteúdos. Os dois veículos, segundo o documento, amplificaram e transformaram o assunto em algo ainda mais sensacionalista.

A ação contra o veículo norte-americano aponta que a reportagem, data de junho de 2024, "retratava o povo Marubo como uma comunidade incapaz de lidar com a exposição básica à internet, destacando que os jovens indígenas haviam sido consumidos pela pornografia". O material é assinado pelo chefe do jornal no Brasil, o jornalista Jack Nicas.

De acordo com trechos do processo, os indígenas informaram que "as declarações [na reportagem] não eram somente de difamação, mas transmitiam ao leitor que o povo Marubo tinha pouca moral. Tais representações atacam diretamente o caráter, a moralidade e a posição social de um povo, sugerindo que lhes falta a disciplina ou os valores para se adaptarem ao mundo moderno", diz trecho do processo.

Indígenas repudiaram matéria
Após a publicação da reportagem, estudantes indígenas repudiaram declarações do jornal norte-americano. Segundo a Rede de Estudantes Indígenas do Vale do Javari (Rede Reivaj), além de infundadas e discriminatórias, as declarações também perpetuam "estereótipos negativos sobre os povos indígenas e ignora a complexidade das questões que envolvem a introdução de novas tecnologias em suas comunidades".

"Repudiamos a postura paternalista e preconceituosa implícita nessas declarações, que desconsidera a autonomia dos jovens indígenas do Vale do Javari, e sua capacidade de gerir o uso das tecnologias de acordo com suas necessidades e valores culturais. É essencial reconhecer que os indígenas são agentes ativos na construção de seu futuro e possuem o direito inalienável de acessar e utilizar as tecnologias da informação de forma benéfica, consciente e educacional", destacou a Rede Reivaj.

A organização acrescentou que as declarações são tentativas de desviar o foco de questões que afetam os povos do Vale do Javari, como a falta de políticas públicas eficazes, a invasão de territórios e a precariedade de serviços básicos de saúde e educação. "Essas são questões que devem ser tratadas com urgência e seriedade pelas autoridades competentes, bem como pelos veículos de informação, cuja responsabilidade será atribuída", consta ainda na nota de repúdio.

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