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Indígenas do Alto Solimões protestam em frente ao MPF por proteção territorial

29/06/2025

Autor: Lucas Thiago

Fonte: Agencia Cenarium - https://agenciacenarium.com.br



MANAUS (AM) - Indígenas de diversas etnias fizeram uma manifestação em frente ao Ministério Público Federal (MPF) em Tabatinga, município do Amazonas que faz parte da tríplice fronteira amazônica. O ato aconteceu na quinta-feira, 26, com a reivindicação de proteção aos territórios indígenas na região do Alto Solimões. Eles foram recebidos pelo órgão e entregaram um documento com as reivindicações.

Pela tarde, os indígenas protestaram pelas ruas da cidade conhecida como "Princesinha do Alto Solimões", com cânticos sagrados, ritos de guerra, cartazes e gritos de resistência até a chegada na sede do MPF. Eles criticaram a negligência histórica dos órgãos de justiça com os povos originários.

Cerca de dez lideranças foram recebidas para uma reunião emergencial com o procurador da República em exercício no município, onde foi entregue, oficialmente, a Carta Final do I Fórum Internacional Indígena de Segurança Pública, Justiça Social e Acordos de Paz em Contexto de Fronteira, realizado entre os dias 23 e 26 de junho na cidade, além de reivindicações específicas da Terra Indígena do Alto Solimões.

As lideranças ressaltaram que, mesmo após três meses do envio de ofício ao MPF informando sobre o fórum, nenhum representante compareceu às reuniões do movimento. Os povos indígenas na manifestação foram representados pelas etnias Tikuna, Kokama, Witoto, Kanamari, Kaixana, Kambeba, Marubo, Mayuruna e Matsés.

Segundo os indígenas, a reunião com o procurador revelou que algumas medidas já estavam em andamento, como o diálogo com a 6ª Câmara do MPF para reativar a Base Anzol na região do Alto Solimões. O procurador afirmou estar com diálogo e soluções interministeriais, incluindo ações conjuntas com o Exército, Marinha, Polícia Federal e Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai).

Os manifestantes relataram, ao procurador, a ausência de fiscalização nas margens do Rio Solimões, o que tem facilitado o avanço do narcotráfico, da extração ilegal de madeira e pesca predatória, bem como a atuação de piratas e facções criminosas. O resultado disso é a deterioração dos modos de vida tradicionais, aumento da violência e alcoolismo entre jovens indígenas.

A manifestação também denunciou a urbanização acelerada dos territórios indígenas, com crescimento populacional e pressões externas, sem o devido planejamento ou políticas públicas voltadas às necessidades específicas das comunidades. As lideranças reivindicaram a criação de protocolos de atendimento interministerial, com prazos definidos e participação direta das comunidades.

O ato foi encerrado na parte da noite, com o encerramento da reunião entre as lideranças indígenas e o procurador. A reivindicação final foi que as instituições públicas cumpram seu dever constitucional de proteger os povos originários e seus territórios.

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