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Coiab forma 30 lideranças da Amazônia como especialistas em economias indígenas

28/07/2025

Autor: Valdeniza Vasques

Fonte: COIAB - https://coiab.org.br



Até 29 de julho, ocorre, em Manaus-AM a primeira edição do 'Curso de Formação de Especialistas em Economias Indígenas', iniciativa que formará 30 lideranças dos nove estados da Amazônia brasileira com o objetivo de fortalecer os modelos de economias desenvolvidos e praticados a partir dos territórios, baseados nos conhecimentos e culturas indígenas, na sustentabilidade e numa relação harmônica com a terra e o meio ambiente.

O curso é uma realização da Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab), por meio do Centro Amazônico de Formação Indígena (Cafi), no âmbito do projeto Redes Indígenas da Amazônia, em parceria com a TNC Brasil, com recursos do BNDES/Fundo Amazônia.

A formação é dividida em cinco módulos: planejamento de negócios comunitários indígenas; concepções e práticas das economias indígenas; macro diagnóstico das economias indígenas; riscos e ameaças das mudanças climáticas; e acesso a mercados e certificações. Os cursistas participarão, ainda, da segunda edição do Bioeconomy Amazon Summit (BAS), nos dias 30 e 31 de julho, fórum que discute o papel da inovação e do empreendedorismo da Amazônia na agenda global de mudanças climáticas. Neste espaço, as lideranças terão a oportunidade de trocar experiências com outros empreendedores e se conectar com agentes da sociobioeconomia da região.

Segundo o coordenador-geral da Coiab, Toya Manchineri, a formação é um passo estratégico importante na valorização e fortalecimento das economias desenvolvidas pelos povos indígenas e a promoção delas como alternativas econômicas reais ante o cenário de crise ambiental e climática que afeta o mundo.

"As economias indígenas são verdadeiros modelos de sustentabilidade; enquanto o mundo enfrenta crises ecológicas e busca alternativas, os povos indígenas já praticam há séculos uma relação equilibrada com a terra, baseada na exploração não predatória e no respeito aos recursos naturais. Essas economias geram renda para os territórios sem esgotá-los, provando que inovação e tradição podem caminhar juntas", disse o coordenador-geral.

"Nesta formação, as lideranças vão ampliar seus conhecimentos sobre gestão, planejamento de negócios e empreendedorismo, e vão aplicar esses conhecimentos no fortalecimento das economias em seus territórios. Desta forma, a Coiab fortalece a economia que vêm do chão do território e mostra ao mundo que os povos indígenas têm seus próprios mecanismos e contribuem, de fato, para o desenvolvimento econômico do país", acrescenta Toya.

Oportunidades
Os participantes do curso são lideranças que já têm, em suas comunidades, iniciativas de negócios e buscam fortalecer seus empreendimentos. É o caso de Inara Waty, do povo Sateré-Mawé, do Amazonas. Artesã há 10 anos e integrante da Organização de Mulheres Watyamã, ela tem nessa atividade a principal fonte de renda de sua família. Sua expectativa para a formação é encontrar estratégias para ampliar seu negócio e empoderar outras mulheres indígenas empreendedoras.

"Somos muitas as mulheres que fazem a economia, seja no artesanato, na agricultura, no teçume, nas roupas. Participar desta formação é um meio de me aprimorar e também ajudar as outras mulheres que, com suas mãos, fazer a economia nos territórios. O artesanato vai além de moda e estética, ele carrega a história do nosso povo, a proteção do corpo e a relação com a natureza. Acredito que a formação vai abrir as portas para o conhecimento e oportunidades de negócios. Um dos obstáculos que temos é o escoamento: as sementes e fibras são coletadas direto do território, as peças também são produzidas lá, e depois vão para o município e então para a capital, onde são vendidas. Queremos negociar preços justos com os lojistas, ter nosso trabalho reconhecido e valorizado", relata a artesã.

Sobre o Projeto Redes Indígenas da Amazônia
Com recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), através do Fundo Amazônia, o projeto é desenvolvido pela Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab), em parceria com a The Nature Conservancy do Brasil (TNC Brasil), com o intuito de promover estruturas, ferramentas e capacidades institucionais e técnicas para as nove organizações indígenas nos estados da Amazônia Legal, além da União das Mulheres Indígenas da Amazônia (Umiab). As nove organizações indígenas que compõem a rede Coiab são: Articulação dos Povos e Organizações Indígenas do Amapá e Norte do Pará (Apoianp), Articulação dos Povos Indígenas do Amazonas (Apiam), Articulação dos Povos Indígenas do Tocantins (Arpit), Conselho Indígena de Roraima (CIR), Coordenação das Organizações e Articulações dos Povos Indígenas do Maranhão (Coapima), Federação dos Povos e Organizações Indígenas de Mato Grosso (Fepoimt), Federação Estadual dos Povos Indígenas do Pará (Fepipa), Movimento Indígena do Acre e Organização dos Povos Indígenas de Rondônia e Noroeste do Mato-Grosso (Opiroma).

Foto de capa: Edinho Kambeba

https://coiab.org.br/coiab-forma-30-liderancas-da-amazonia-como-especialistas-em-economias-indigenas/
 

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