De Pueblos Indígenas en Brasil
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Noticias
Reduzir os desmatamentos no Brasil é um ótimo negócio
24/07/2025
Fonte: FSP - https://www1.folha.uol.com.br/
Reduzir os desmatamentos no Brasil é um ótimo negócio
Proteger a vegetação nativa pode impulsionar nosso PIB
24/07/2025
O FMI (Fundo Monetário Internacional) divulgou na semana passada o relatório "Article IV" sobre o Brasil. Trata-se de uma publicação regular da instituição, em que diversos aspectos conjunturais e estruturais dos países são avaliados. Nesta edição mais recente, foram elaboradas algumas simulações para avaliar quão factível é o cumprimento das metas brasileiras de redução de emissões de gases de efeito estufa (GEE) para a próxima década.
Quais são essas metas, conhecidas como "Contribuição Nacionalmente Determinada"? Em 2023 e 2024 elas foram atualizadas pelo governo brasileiro e passaram a estipular reduções de 53% das emissões de GEE em 2030 e de 59% a 67% em 2035, comparativamente aos níveis registrados em 2005.
São metas que podem parecer muito agressivas e irrealistas à primeira vista, mas é importante lembrar que as estimativas do FMI apontam que, em 2024, as emissões totais brasileiras foram cerca de 22% inferiores àquelas de 2022 -algo que foi viabilizado principalmente pela redução, nesse mesmo período, de 43% dos desmatamentos nos três principais biomas brasileiros (floresta amazônica, cerrado e mata atlântica), sem afetar negativamente o PIB (que cresceu 3,3% ao ano no biênio 2023-24). Portanto, para atingir a meta de 2030, a redução adicional necessária ao longo de seis anos é de cerca de 25% (ante 2024).
Para avaliar a factibilidade do cumprimento dessas metas, a equipe do FMI preparou um exercício quantitativo, que levou em conta algumas premissas, tais como a entrada em operação do mercado regulado de carbono brasileiro nos próximos anos (a legislação básica foi aprovada em 2024), a redução a zero dos desmatamentos ilegais e a restauração de 12 milhões de hectares de vegetação nativa até 2030, dentre outras.
Resultado? O Brasil cumpriria, com alguma folga, a meta em 2030. Vale notar que, embora as emissões per capita brasileiras sejam relativamente baixas na comparação com outros países, em termos absolutos somos um dos maiores emissores do mundo. Assim, ao cumprir essas metas intermediárias na próxima década, nosso país estaria viabilizando a possibilidade de chegar em 2050 zerando as emissões líquidas (emissões brutas menos remoções) de GEE, dando uma contribuição decisiva para que o mundo consiga cumprir as metas do Acordo de Paris (assinado em 2015).
Mas os benefícios vão além da mitigação das mudanças climáticas globais. É sabido há algum tempo que boa parte da estiagem crônica que vem acometendo o Brasil há pouco mais de uma década decorre do desmatamento acumulado em nosso principal bioma, a floresta amazônica.
Como tenho argumentado frequentemente, o Brasil está secando (muito mais do que o resto do mundo) e isso é ruim para nossa economia, sobretudo para o agronegócio e para o setor de geração de eletricidade (ambos muitos dependentes do serviço ecossistêmico propiciado pelas chuvas). Desse modo, interromper o desmatamento e restaurar a vegetação nativa poderia estancar e mesmo reverter essa estiagem crônica, algo que representaria um choque de oferta favorável, impulsionando nosso PIB (Produto Interno Bruto) potencial.
Ademais, ao cumprir a meta de redução de emissões com folga, o Brasil poderia exportar esse "excedente" para que outros países e setores (como a aviação internacional) cumpram suas metas, no âmbito daquilo que foi definido pelo Artigo 6.2 do Acordo de Paris (que finalmente começou a sair do papel a partir do ano passado). Algumas estimativas do setor privado indicam que o Brasil poderia ter receitas de até R$ 530 a 640 bilhões até 2030 com a exportação desses créditos de carbono.
Embora uma modernização da legislação ambiental fosse necessária, a excessiva flexibilização definida pelo Projeto de Lei 2.159, recém-aprovado pelo Congresso (e que aguarda sanção presidencial), coloca tudo isso sob risco.
https://www1.folha.uol.com.br/colunas/braulio-borges/2025/07/reduzir-os-desmatamentos-no-brasil-e-um-otimo-negocio.shtml
Proteger a vegetação nativa pode impulsionar nosso PIB
24/07/2025
O FMI (Fundo Monetário Internacional) divulgou na semana passada o relatório "Article IV" sobre o Brasil. Trata-se de uma publicação regular da instituição, em que diversos aspectos conjunturais e estruturais dos países são avaliados. Nesta edição mais recente, foram elaboradas algumas simulações para avaliar quão factível é o cumprimento das metas brasileiras de redução de emissões de gases de efeito estufa (GEE) para a próxima década.
Quais são essas metas, conhecidas como "Contribuição Nacionalmente Determinada"? Em 2023 e 2024 elas foram atualizadas pelo governo brasileiro e passaram a estipular reduções de 53% das emissões de GEE em 2030 e de 59% a 67% em 2035, comparativamente aos níveis registrados em 2005.
São metas que podem parecer muito agressivas e irrealistas à primeira vista, mas é importante lembrar que as estimativas do FMI apontam que, em 2024, as emissões totais brasileiras foram cerca de 22% inferiores àquelas de 2022 -algo que foi viabilizado principalmente pela redução, nesse mesmo período, de 43% dos desmatamentos nos três principais biomas brasileiros (floresta amazônica, cerrado e mata atlântica), sem afetar negativamente o PIB (que cresceu 3,3% ao ano no biênio 2023-24). Portanto, para atingir a meta de 2030, a redução adicional necessária ao longo de seis anos é de cerca de 25% (ante 2024).
Para avaliar a factibilidade do cumprimento dessas metas, a equipe do FMI preparou um exercício quantitativo, que levou em conta algumas premissas, tais como a entrada em operação do mercado regulado de carbono brasileiro nos próximos anos (a legislação básica foi aprovada em 2024), a redução a zero dos desmatamentos ilegais e a restauração de 12 milhões de hectares de vegetação nativa até 2030, dentre outras.
Resultado? O Brasil cumpriria, com alguma folga, a meta em 2030. Vale notar que, embora as emissões per capita brasileiras sejam relativamente baixas na comparação com outros países, em termos absolutos somos um dos maiores emissores do mundo. Assim, ao cumprir essas metas intermediárias na próxima década, nosso país estaria viabilizando a possibilidade de chegar em 2050 zerando as emissões líquidas (emissões brutas menos remoções) de GEE, dando uma contribuição decisiva para que o mundo consiga cumprir as metas do Acordo de Paris (assinado em 2015).
Mas os benefícios vão além da mitigação das mudanças climáticas globais. É sabido há algum tempo que boa parte da estiagem crônica que vem acometendo o Brasil há pouco mais de uma década decorre do desmatamento acumulado em nosso principal bioma, a floresta amazônica.
Como tenho argumentado frequentemente, o Brasil está secando (muito mais do que o resto do mundo) e isso é ruim para nossa economia, sobretudo para o agronegócio e para o setor de geração de eletricidade (ambos muitos dependentes do serviço ecossistêmico propiciado pelas chuvas). Desse modo, interromper o desmatamento e restaurar a vegetação nativa poderia estancar e mesmo reverter essa estiagem crônica, algo que representaria um choque de oferta favorável, impulsionando nosso PIB (Produto Interno Bruto) potencial.
Ademais, ao cumprir a meta de redução de emissões com folga, o Brasil poderia exportar esse "excedente" para que outros países e setores (como a aviação internacional) cumpram suas metas, no âmbito daquilo que foi definido pelo Artigo 6.2 do Acordo de Paris (que finalmente começou a sair do papel a partir do ano passado). Algumas estimativas do setor privado indicam que o Brasil poderia ter receitas de até R$ 530 a 640 bilhões até 2030 com a exportação desses créditos de carbono.
Embora uma modernização da legislação ambiental fosse necessária, a excessiva flexibilização definida pelo Projeto de Lei 2.159, recém-aprovado pelo Congresso (e que aguarda sanção presidencial), coloca tudo isso sob risco.
https://www1.folha.uol.com.br/colunas/braulio-borges/2025/07/reduzir-os-desmatamentos-no-brasil-e-um-otimo-negocio.shtml
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