De Pueblos Indígenas en Brasil
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Calor causado pelo desmatamento pode matar: um estudo projeta o no de vítimas. Como evitar isso?
27/08/2025
Fonte: FSP - https://www1.folha.uol.com.br/
Calor causado pelo desmatamento pode matar: um estudo projeta o no de vítimas. Como evitar isso?
Trabalho internacional contou com participação de cientistas da Fiocruz e foi publicado na revista 'Nature Climate Change'
27/08/2025
Renata Jansen
O desmatamento nas principais áreas tropicais do planeta, o que inclui o território do Brasil, provoca 28 mil mortes por ano, segundo estudo internacional publicado na revista científica Nature Climate Change. O trabalho, que teve a participação de pesquisadores da Fiocruz, avaliou o impacto da destruição das florestas - como a Amazônia - sobre o aumento das temperaturas locais e suas consequências na saúde humana.
Liderada pelo Instituto de Ciência do Clima e Atmosfera da Universidade de Leeds, no Reino Unido, em colaboração com a Fiocruz e com a Universidade de Ciência e Tecnologia Kwame Nkrumah, em Gana, a investigação indica que, entre 2001 e 2020, cerca de 345 milhões de pessoas foram expostas ao aquecimento local resultante do desmate em regiões tropicais das Américas Central e do Sul, de parte da África e do Sudeste da Ásia.
Cientistas já sabem há um bom tempo que o aquecimento global de forma geral tem um impacto profundo na saúde humana. Isso acontece porque a elevação das temperaturas médias do planeta aumenta a incidência de doenças transmitidas por vetores (como dengue e malária) ao ampliar a área de ocorrência de mosquitos.
As mudanças climáticas agravam também os problemas respiratórios por conta da poluição do ar e da fumaça de incêndios provenientes de queimadas e aumentam o risco das chamadas doenças hídricas, provocadas por vetores que vivem na água, devido ao aumento da ocorrência de enchentes.
O aquecimento ambém causa problemas de saúde mental, como ansiedade e depressão, e piora condições cardiovasculares e renais. Além de tudo, afeta a segurança alimentar e o acesso à água potável, impactando desproporcionalmente as populações mais vulneráveis.
O impacto mais grave do desmatamento sobre a saúde da população, de acordo com o novo estudo, foi registrado no Sudeste da Ásia, com 15,6 mil mortes por ano, impulsionado principalmente pela vulnerabilidade da população da Indonésia ao calor.
A África tropical, embora com maior número de pessoas expostas e taxas de mortalidade gerais mais altas, apresenta menor vulnerabilidade térmica, somando 9,8 mil mortes por ano.
As Américas Central e do Sul tropical, com forte aquecimento, mas menor densidade populacional nas áreas afetadas, registram 2,5 mil mortes anuais. Está nesta faixa do continente, por exemplo, a Região Norte do Brasil.
Pela primeira vez neste ano, a Cúpula do Clima das Nações Unidas (COP-30) será realizada na Amazônia: em Belém, no mês de novembro. Segundo especialistas, é preciso frear o desmatamento e investir na transição da queima de combustíveis fósseis para a energia limpa para desacelerar o aquecimento do planeta.
A perda de cobertura florestal no período analisado nesta nova pesquisa foi de cerca de 1,6 milhão de quilômetros quadrados, sendo 760 mil nas Américas Central e do Sul, 490 mil no Sudeste Asiático e 340 mil na África.
Ao comparar as áreas desmatadas a outras nas mesmas regiões que não tiveram a cobertura vegetal removida, os pesquisadores registraram aumentos significativos da temperatura atribuídos exclusivamente ao desmatamento.
Regiões que mantiveram cobertura florestal preservada apresentaram aquecimento médio de 0,20 oC, enquanto áreas desmatadas chegaram a aquecer, em média, 0,70 oC - mais de três vezes acima da média.
Em termos regionais, o aumento médio da temperatura nas áreas desmatadas foi de 0,73 oC nas Américas Central e do Sul, 0,75 oC na África tropical e 0,61 oC no Sudeste Asiático. As regiões com maior aquecimento coincidem com as áreas de maior perda florestal, caso do arco do desmatamento no sul da Amazônia.
Estima-se que, apenas entre 2003 e 2018, cerca de 2,8 milhões de trabalhadores tropicais foram expostos a níveis de calor que ultrapassam os limites térmicos seguros para o trabalho ao ar livre. Além do desempenho físico e cognitivo comprometido, a exposição ao calor extremo está ligada a doenças cardiovasculares e respiratórias, sobretudo em pessoas mais vulneráveis, como os idosos.
https://www.estadao.com.br/sustentabilidade/o-calor-causado-pelo-desmatamento-pode-matar-um-estudo-projeta-o-n-de-vitimas-como-evitar-isso/
Trabalho internacional contou com participação de cientistas da Fiocruz e foi publicado na revista 'Nature Climate Change'
27/08/2025
Renata Jansen
O desmatamento nas principais áreas tropicais do planeta, o que inclui o território do Brasil, provoca 28 mil mortes por ano, segundo estudo internacional publicado na revista científica Nature Climate Change. O trabalho, que teve a participação de pesquisadores da Fiocruz, avaliou o impacto da destruição das florestas - como a Amazônia - sobre o aumento das temperaturas locais e suas consequências na saúde humana.
Liderada pelo Instituto de Ciência do Clima e Atmosfera da Universidade de Leeds, no Reino Unido, em colaboração com a Fiocruz e com a Universidade de Ciência e Tecnologia Kwame Nkrumah, em Gana, a investigação indica que, entre 2001 e 2020, cerca de 345 milhões de pessoas foram expostas ao aquecimento local resultante do desmate em regiões tropicais das Américas Central e do Sul, de parte da África e do Sudeste da Ásia.
Cientistas já sabem há um bom tempo que o aquecimento global de forma geral tem um impacto profundo na saúde humana. Isso acontece porque a elevação das temperaturas médias do planeta aumenta a incidência de doenças transmitidas por vetores (como dengue e malária) ao ampliar a área de ocorrência de mosquitos.
As mudanças climáticas agravam também os problemas respiratórios por conta da poluição do ar e da fumaça de incêndios provenientes de queimadas e aumentam o risco das chamadas doenças hídricas, provocadas por vetores que vivem na água, devido ao aumento da ocorrência de enchentes.
O aquecimento ambém causa problemas de saúde mental, como ansiedade e depressão, e piora condições cardiovasculares e renais. Além de tudo, afeta a segurança alimentar e o acesso à água potável, impactando desproporcionalmente as populações mais vulneráveis.
O impacto mais grave do desmatamento sobre a saúde da população, de acordo com o novo estudo, foi registrado no Sudeste da Ásia, com 15,6 mil mortes por ano, impulsionado principalmente pela vulnerabilidade da população da Indonésia ao calor.
A África tropical, embora com maior número de pessoas expostas e taxas de mortalidade gerais mais altas, apresenta menor vulnerabilidade térmica, somando 9,8 mil mortes por ano.
As Américas Central e do Sul tropical, com forte aquecimento, mas menor densidade populacional nas áreas afetadas, registram 2,5 mil mortes anuais. Está nesta faixa do continente, por exemplo, a Região Norte do Brasil.
Pela primeira vez neste ano, a Cúpula do Clima das Nações Unidas (COP-30) será realizada na Amazônia: em Belém, no mês de novembro. Segundo especialistas, é preciso frear o desmatamento e investir na transição da queima de combustíveis fósseis para a energia limpa para desacelerar o aquecimento do planeta.
A perda de cobertura florestal no período analisado nesta nova pesquisa foi de cerca de 1,6 milhão de quilômetros quadrados, sendo 760 mil nas Américas Central e do Sul, 490 mil no Sudeste Asiático e 340 mil na África.
Ao comparar as áreas desmatadas a outras nas mesmas regiões que não tiveram a cobertura vegetal removida, os pesquisadores registraram aumentos significativos da temperatura atribuídos exclusivamente ao desmatamento.
Regiões que mantiveram cobertura florestal preservada apresentaram aquecimento médio de 0,20 oC, enquanto áreas desmatadas chegaram a aquecer, em média, 0,70 oC - mais de três vezes acima da média.
Em termos regionais, o aumento médio da temperatura nas áreas desmatadas foi de 0,73 oC nas Américas Central e do Sul, 0,75 oC na África tropical e 0,61 oC no Sudeste Asiático. As regiões com maior aquecimento coincidem com as áreas de maior perda florestal, caso do arco do desmatamento no sul da Amazônia.
Estima-se que, apenas entre 2003 e 2018, cerca de 2,8 milhões de trabalhadores tropicais foram expostos a níveis de calor que ultrapassam os limites térmicos seguros para o trabalho ao ar livre. Além do desempenho físico e cognitivo comprometido, a exposição ao calor extremo está ligada a doenças cardiovasculares e respiratórias, sobretudo em pessoas mais vulneráveis, como os idosos.
https://www.estadao.com.br/sustentabilidade/o-calor-causado-pelo-desmatamento-pode-matar-um-estudo-projeta-o-n-de-vitimas-como-evitar-isso/
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