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Crimes sexuais contra menores na Amazônia exigem ação urgente

16/08/2025

Fonte: O Globo - https://oglobo.globo.com/



Crimes sexuais contra menores na Amazônia exigem ação urgente
Num ambiente sem presença efetiva do Estado, estudo constata vulnerabilidade dos mais jovens

16/08/2025

São alarmantes os indicadores de violência sexual contra crianças e adolescentes na Amazônia Legal, revela levantamento feito pelo Unicef e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP). O índice na região alcançou, em 2023, 141,3 casos por 100 mil indivíduos na faixa etária, ou 21,4% acima da média nacional. As notificações aumentaram 26,4% entre 2021 e 2022, ante crescimento de 12,5% no país todo. E os registros contra crianças indígenas, as mais vulneráveis, aumentaram 151% de 2021 a 2023. Seis estados da Amazônia Legal - Acre, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Maranhão - estão entre os dez com maior incidência de crimes contra menores.

É preciso agir com presteza. "As crianças e adolescentes da Amazônia Legal estão expostos a diferentes violências", diz Nayana Lorena da Silva, responsável no Brasil pela Proteção contra a Violência do Unicef. "As desigualdades étnico-raciais, a vulnerabilidade social, os conflitos territoriais, a extensa área de fronteira e a grande incidência de crimes ambientais criam um cenário complexo, que precisa ser compreendido e enfrentado para assegurar a proteção de cada criança e adolescente."

Num ambiente sem presença efetiva do Estado, em que organizações criminosas ampliam o controle do território, a vulnerabilidade dos mais jovens é enorme. Não é por acaso que as mortes violentas nas cidades amazônicas são 31,9% mais altas que no resto do país, de acordo com o pesquisador Cauê Martins, do FBSP. Todos os dados apontam para a necessidade de um choque de legalidade na região. E a defesa das crianças e adolescentes precisa ter prioridade especial.

A conselheira tutelar Joelma de Souza Leal Ribeira, de Manacapuru, no interior do Amazonas, relatou à reportagem do GLOBO um caso estarrecedor: a aluna de uma escola manifestava comportamento revoltado, que, depois descobriu-se, era resultado de estupros pelo pai e pelos irmãos. "Na nossa cultura amazônica, foi perpetuado um comportamento que chamamos de 'estupro consensual' ", diz ela. "A gente esbarra na questão da logística, da falta de transporte, falta de combustível, falta de acesso a essas comunidades. Muitas vezes nosso trabalho acaba sendo uma proteção tardia. Quando o conselho consegue chegar ao local, a criança já vem sendo vítima por muito tempo."

O panorama traçado pelo levantamento do Unicef e do FBSP é tão desolador que não há tempo a perder. União e governadores da região deveriam, desde já, resolver o problema grave da falta de meios para que os agentes públicos responsáveis pela defesa dos menores possam ao menos se deslocar com a frequência e a rapidez necessárias para combater a violência sexual. Não é muito - e já faria enorme diferença.

https://oglobo.globo.com/opiniao/editorial/coluna/2025/08/crimes-sexuais-contra-menores-na-amazonia-exigem-acao-urgente.ghtml
 

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