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Festival pioneiro na Bahia quer difundir a literatura e os saberes indígenas
02/09/2025
Fonte: FSP - https://www1.folha.uol.com.br/
Festival pioneiro na Bahia quer difundir a literatura e os saberes indígenas
Trudruá Dorrico é uma das curadoras do Caju, evento que acontece na Oca Tururim, na região de Porto Seguro
02/09/2025
Isadora Laviola
"Descendo de avião você pega um ônibus, mais uma canoa e uma carroça", descreve a coordenadora Joanna Savaglia sobre o caminho para chegar ao "paraíso" em que está o festival Caju.
O evento acontece na Oca Tururim, no Território Indígena Barra Velha, em Porto Seguro, na Bahia. Segundo Savaglia, que também é uma das curadoras, o caminho vale a pena para quem gosta de ler. O festival é o primeiro evento literário indígena do Brasil e chega agora a sua quarta edição, que acontece gratuitamente desta terça, 2, até a sexta, dia 5.
"A gente trabalha para transformar não só o Caju, mas o município de Porto Seguro, no maior polo de intercâmbio de literatura indígena do Brasil", afirma Savaglia.
De sua experiência trabalhando em festivais como a Flip e a Flup, ambas no Rio de Janeiro, ela tirou a inspiração para fundar o Caju, um evento pensado para estudantes e a comunidade indígena -a inspiração do evento vem principalmente da proliferação de cajueiros em torno da oca.
"A gente nunca vai virar uma Flip, não é esse o nosso horizonte. Nosso objetivo é preservar a memória, melhorar a capacidade de leitura dos alunos e trazer entretenimento para toda a comunidade."
O tema desta edição, "A Voz da Terra", reflete a urgência e a importância da conexão com o meio ambiente. Trudruá Dorrico, escritora e pesquisadora Macuxi que completa a curadoria com Edson Kayapó, destaca que a programação está "muito voltada para meio ambiente".
"De uma forma muito nítida, o festival destaca a importância dos povos indígenas na proteção das florestas. Não só colocando sua responsabilidade em salvar os ecossistemas e a humanidade, mas reconhecendo o trabalho já realizado", afirma Dorrico.
O evento quer difundir os princípios e conhecimentos indígenas, presentes também na literatura, fortalecendo vínculos entre saberes tradicionais e acadêmicos. Os livros indígenas, como aponta Dorrico, são veículos para tratar da urgência ambiental.
A programação de 2025 é a maior de todas as edições até agora, com 27 convidados distribuídos em dois palcos -um pensado para o público infantil e outro para pessoas mais velhas, a partir do ensino médio.
"Receberemos desde Marcos Terena, que é um dos mais antigos líderes indígenas, até Yamaluí Cuicuro, que é um autor do Xingu", conta Savaglia. Também passarão pela Oca Tururim nomes como Auritha Tabajara, Aline Kayapó e Sairi Pataxó, que é o anfitrião das personalidades indígenas convidadas.
Além dos bate-papos com autores, educadores e lideranças, o evento terá apresentações de música, teatro, contação de histórias e venda de livros dos autores convidados.
Apesar do crescimento, calcado no patrocínio de empresas como Itaú Unibanco e Neoenergia captados via Lei Rouanet, Savaglia aponta que os principais desafios para a realização do festival continuam sendo a falta de recursos e a distância do território. Como a viagem de Porto Seguro até a oca leva até três horas, a ida de visitantes fica difícil.
"Fazer esse festival é demarcar um território dentro da literatura brasileira e dizer que ela também é indígena", afirma Dorrico. "Nós temos uma literatura indígena sendo produzida que é criativa, imaginativa e mágica."
https://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/2025/09/festival-pioneiro-na-bahia-quer-difundir-a-literatura-e-os-saberes-indigenas.shtml
Trudruá Dorrico é uma das curadoras do Caju, evento que acontece na Oca Tururim, na região de Porto Seguro
02/09/2025
Isadora Laviola
"Descendo de avião você pega um ônibus, mais uma canoa e uma carroça", descreve a coordenadora Joanna Savaglia sobre o caminho para chegar ao "paraíso" em que está o festival Caju.
O evento acontece na Oca Tururim, no Território Indígena Barra Velha, em Porto Seguro, na Bahia. Segundo Savaglia, que também é uma das curadoras, o caminho vale a pena para quem gosta de ler. O festival é o primeiro evento literário indígena do Brasil e chega agora a sua quarta edição, que acontece gratuitamente desta terça, 2, até a sexta, dia 5.
"A gente trabalha para transformar não só o Caju, mas o município de Porto Seguro, no maior polo de intercâmbio de literatura indígena do Brasil", afirma Savaglia.
De sua experiência trabalhando em festivais como a Flip e a Flup, ambas no Rio de Janeiro, ela tirou a inspiração para fundar o Caju, um evento pensado para estudantes e a comunidade indígena -a inspiração do evento vem principalmente da proliferação de cajueiros em torno da oca.
"A gente nunca vai virar uma Flip, não é esse o nosso horizonte. Nosso objetivo é preservar a memória, melhorar a capacidade de leitura dos alunos e trazer entretenimento para toda a comunidade."
O tema desta edição, "A Voz da Terra", reflete a urgência e a importância da conexão com o meio ambiente. Trudruá Dorrico, escritora e pesquisadora Macuxi que completa a curadoria com Edson Kayapó, destaca que a programação está "muito voltada para meio ambiente".
"De uma forma muito nítida, o festival destaca a importância dos povos indígenas na proteção das florestas. Não só colocando sua responsabilidade em salvar os ecossistemas e a humanidade, mas reconhecendo o trabalho já realizado", afirma Dorrico.
O evento quer difundir os princípios e conhecimentos indígenas, presentes também na literatura, fortalecendo vínculos entre saberes tradicionais e acadêmicos. Os livros indígenas, como aponta Dorrico, são veículos para tratar da urgência ambiental.
A programação de 2025 é a maior de todas as edições até agora, com 27 convidados distribuídos em dois palcos -um pensado para o público infantil e outro para pessoas mais velhas, a partir do ensino médio.
"Receberemos desde Marcos Terena, que é um dos mais antigos líderes indígenas, até Yamaluí Cuicuro, que é um autor do Xingu", conta Savaglia. Também passarão pela Oca Tururim nomes como Auritha Tabajara, Aline Kayapó e Sairi Pataxó, que é o anfitrião das personalidades indígenas convidadas.
Além dos bate-papos com autores, educadores e lideranças, o evento terá apresentações de música, teatro, contação de histórias e venda de livros dos autores convidados.
Apesar do crescimento, calcado no patrocínio de empresas como Itaú Unibanco e Neoenergia captados via Lei Rouanet, Savaglia aponta que os principais desafios para a realização do festival continuam sendo a falta de recursos e a distância do território. Como a viagem de Porto Seguro até a oca leva até três horas, a ida de visitantes fica difícil.
"Fazer esse festival é demarcar um território dentro da literatura brasileira e dizer que ela também é indígena", afirma Dorrico. "Nós temos uma literatura indígena sendo produzida que é criativa, imaginativa e mágica."
https://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/2025/09/festival-pioneiro-na-bahia-quer-difundir-a-literatura-e-os-saberes-indigenas.shtml
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