De Pueblos Indígenas en Brasil
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Notícias
Mineração ilegal e contaminação por mercúrio ameaçam povos da Amazônia, alerta aliança indígena
07/11/2025
Autor: Naiara Bertão
Fonte: Um só Planeta - https://umsoplaneta.globo.com/
Mineração ilegal e contaminação por mercúrio ameaçam povos da Amazônia, alerta aliança indígena
AARIMO defende, em fóruns internacionais, a proibição total do comércio do mercúrio e o fortalecimento da cooperação regional para combater redes criminosas que controlam a mineração de ouro
Com a aproximação da COP30, lideranças indígenas de cinco países amazônicos - Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador e Peru - articulam uma agenda comum para discutir o impacto da mineração na região e a necessidade de uma transição justa. A iniciativa é liderada pela AARIMO (Aliança Amazônica para a Redução dos Impactos da Mineração), rede que vem ampliando a pressão internacional para eliminar o uso e o comércio global de mercúrio, combater as cadeias ilegais da mineração de ouro e fortalecer alternativas econômicas sustentáveis.
A AARIMO está com presença ativa na COP6 da Convenção de Minamata sobre Mercúrio, em Genebra, na Suíça, de 3 a 7 de novembro de 2025, onde vai lançar um documentário inédito sobre contaminação em comunidades ribeirinhas. Adotada em 2013, a Convenção de Minamata é um acordo internacional que visa proteger a saúde humana e o meio ambiente da poluição por mercúrio via controle e redução do uso em uma série de produtos e processos, como na mineração artesanal e na produção de determinados bens.
Segundo Dubán Canal, coordenador e articulador internacional da AARIMO, a aliança pretende levar à conferência uma mensagem clara: é urgente agir para erradicar o uso do mercúrio e enfrentar os impactos socioambientais da mineração ilegal. O foco será o protagonismo de mulheres e jovens indígenas.
"É hora de proibir o comércio e o uso do mercúrio, em nome da nossa saúde e da saúde do planeta", afirma, citando recomendação da Rede Internacional para a Eliminação de Poluentes (IPEN).
O IPEN pede a revisão da Convenção para acelerar o fim da mineração primária de mercúrio e restrição do comércio. Também quer estabelecer uma data definitiva para a eliminação do uso de mercúrio na mineração artesanal e de pequena escala (ASGM).
Esta também será a mensagem que a organização pretende levar à Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças do Clima, a COP30. Do frio da Suíça, a equipe da AARIMO parte para enfrentar o calor de Belém, no Pará, cidade que vai sedear a partir de 10 de novembro o evento climático.
Canal explica que as mudanças geopolíticas estão impulsionando a alta do preço do ouro, aumentando a demanda pela extração do minério, muitas vezes ilegal. Isso impacta significativo as comunidades indígenas, populações locais e ecossistemas em diversas regiões da África, Ásia e América Latina.
Na América Latina, a Amazônia é uma das áreas mais gravemente afetadas pela expansão da mineração ilegal de ouro, que frequentemente se combina com outras economias ilícitas controladas por grupos armados e redes criminosas internacionais.
"Essa situação preocupante não é isolada; afeta povos indígenas em toda a região amazônica e representa uma ameaça à sua sobrevivência, devido ao acúmulo de mercúrio em espécies de peixes que são vitais para sua alimentação", diz. Níveis elevados de mercúrio afetam gravemente a saúde e o bem-estar das comunidades, comprometendo sua sobrevivência, reitera Canal.
Embora a extensão total da poluição por mercúrio na Amazônia ainda não seja completamente conhecida, há evidências crescentes de altos níveis de contaminação em peixes e em diversas comunidades indígenas. "Essa situação representa uma séria ameaça à saúde, aos direitos e aos modos de vida tradicionais dessas populações", enfatiza o porta-voz.
Em 2024, a ONG WWF-Brasil reportou que quatro bacias da Amazônia, onde estão territórios indígenas sob ameaça do garimpo ilegal, apresentavam grande risco de contaminação por mercúrio, acima de níveis considerados seguros. Recentemente, pesquisadores da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), por meio do Grupo de Pesquisa Química Aplicada à Tecnologia (GP-QAT/UEA), identificaram contaminação por mercúrio em peixes da bacia do rio Madeira durante a expedição "Iriru 3", parte do Programa de Monitoramento da Água, Ar e Solos do Estado do Amazonas (ProQAS/AM)
Um relatório divulgado em 31 de outubro por ABIN, Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) e Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), para ser apresentado na Suíça, traça um panorama inédito sobre as rotas de contrabando de mercúrio na América do Sul e o seu impacto direto na mineração de ouro ilegal em terras indígenas e outras áreas protegidas na Amazônia.
Segundo o "Mercúrio na Amazônia: redes criminosas transnacionais, vulnerabilidade socioambiental e desafios para a governança", o Brasil é um dos principais destinos do mercúrio contrabandeado na América do Sul. A recomendação são ações coordenadas entre países amazônicos para conter o fluxo ilícito.
O documento mapeou ainda 61 estudos que mostraram níveis de concentração mais de duas vezes maior que a necessária para haver efeitos adversos entre ribeirinhos e indígenas da Amazônia. Também foi encontrado uma pesquisa de 2023 que identificou que 21,3% dos peixes comercializados em regiões urbanas tinham contaminação por mercúrio em níveis acima dos limites seguros à saúde na Amazônia.
Mulheres, as mais vulneráveis
A mineração ilegal de ouro tem impactos significativos sobre os povos indígenas e as comunidades florestais, afetando de maneira desigual mulheres e crianças. Segundo a OMS, a concentração de mais de duas ppm (partes por milhão) no organismo indica riscos à saúde e que, com mais de seis, há efeitos adversos. Os principais são danos neurológicos, como tremores, insônia, perda de memória, dores de cabeça, fraqueza muscular e até a morte.
No caso das mulheres, elas podem sofrer danos reprodutivos e frequentemente apresentam níveis elevados de mercúrio no leite materno. As crianças, por sua vez, correm um risco substancial de sofrer danos neurológicos devido à exposição direta ao mercúrio e à inalação de seu vapor, de acordo com o porta-voz
Um estudo recente conduzido nas bacias dos rios Nanay e Pintuyacu, na província de Loreto, no Peru, mostrou que 79% das pessoas analisadas apresentaram níveis de mercúrio acima dos limites estabelecidos pela Organização Mundial da Saúde (OMS). "Essa situação preocupante não é isolada; afeta povos indígenas em toda a região amazônica e representa uma ameaça à sua sobrevivência, devido ao acúmulo de mercúrio em espécies de peixes que são vitais para sua alimentação", alerta o porta-voz.
Redes criminosas e desafios de governança
Embora empresas do setor mineral defendam avanços em práticas mais sustentáveis, a AARIMO vê um cenário dominado por atividades ilegais. "As operações de mineração ilegal de ouro em toda a bacia amazônica são controladas por grupos armados e redes criminosas internacionais", observa Canal.
Ele acrescenta que o aumento da demanda global por ouro tem funcionado como um incentivo econômico para o avanço dessas operações, atraindo organizações envolvidas também em tráfico de pessoas, crimes financeiros e violações de direitos humanos.
A Colômbia, segundo ele, é um exemplo de país que busca enfrentar o problema. "Após a proibição nacional do mercúrio em 2021, as autoridades colombianas intensificaram os esforços para conter o tráfico do metal líquido, lançando diversas operações que resultaram na destruição de equipamentos usados na mineração ilegal e na apreensão de mercúrio", diz. A estratégia inclui "aprimorar a diligência devida, fortalecer a responsabilidade corporativa e criar um mercado global para insumos essenciais à energia limpa".
Cooperação transfronteiriça e transição justa
A AARIMO defende maior integração regional para conter os impactos da mineração ilegal e reduzir a influência de redes criminosas nas fronteiras amazônicas. "Incentivamos fortemente que os governos locais e nacionais fortaleçam a colaboração e o investimento nas regiões de fronteira", explica Canal.
Entre as propostas apresentadas está a criação de um Mecanismo Conjunto de Coordenação no âmbito da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA), que incluiria protocolos padronizados para operações conjuntas de fiscalização.
"Uma coordenação desse tipo tornará cada vez mais difícil que os atores ilegais restabeleçam suas operações e permitirá uma melhor supervisão das áreas estratégicas, garantindo que os esforços de aplicação da lei estejam alinhados com as jurisdições de cada país", diz Canal.
A aliança defende ainda ampliar a cooperação entre Minamata e o Marco Global de Biodiversidade de Kunming-Montreal até 2030, usar dados de comércio para identificar riscos de lavagem de dinheiro ligados ao mercúrio e desenvolver mecanismos conjuntos para apreensão e custódia do metal.
Para ele, o conceito de "transição justa" na Amazônia precisa incluir as populações que vivem na floresta. "É fundamental enfrentar essas questões para proteger a saúde e o bem-estar dessas populações vulneráveis", afirma.
Entre as recomendações que a AARIMO vai levar à Convenção de Minamata, estão criar um subgrupo consultivo que avalie os impactos socioambientais do mercúrio em regiões de alta biodiversidade e a incorporação da perspectiva amazônica dos povos indígenas nos documentos técnicos da convenção.
A rede também busca reforçar o papel de mulheres e jovens indígenas nas discussões sobre mineração e clima. "Nosso trabalho busca compreender os efeitos devastadores da contaminação por mercúrio em áreas de alta biodiversidade, bem como em comunidades indígenas e locais... Paralelamente, buscamos fortalecer a colaboração com autoridades indígenas, serviços de saúde e instituições acadêmicas para enfrentar os impactos socioambientais da mineração ilegal de ouro e da poluição por mercúrio em toda a Bacia Amazônica", diz Canal.
A AARIMO quer também a revisão da Convenção de Minamata, para incluir datas e metas mais ambiciosas. A organização apoia as recomendações do relator especial da ONU sobre Tóxicos e Direitos Humanos, Marcos Orellana, que investiga violações de direitos associadas ao uso do metal.
https://umsoplaneta.globo.com/financas/negocios/noticia/2025/11/07/mineracao-ilegal-e-contaminacao-por-mercurio-ameacam-povos-da-amazonia-alerta-alianca-indigena.ghtml
AARIMO defende, em fóruns internacionais, a proibição total do comércio do mercúrio e o fortalecimento da cooperação regional para combater redes criminosas que controlam a mineração de ouro
Com a aproximação da COP30, lideranças indígenas de cinco países amazônicos - Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador e Peru - articulam uma agenda comum para discutir o impacto da mineração na região e a necessidade de uma transição justa. A iniciativa é liderada pela AARIMO (Aliança Amazônica para a Redução dos Impactos da Mineração), rede que vem ampliando a pressão internacional para eliminar o uso e o comércio global de mercúrio, combater as cadeias ilegais da mineração de ouro e fortalecer alternativas econômicas sustentáveis.
A AARIMO está com presença ativa na COP6 da Convenção de Minamata sobre Mercúrio, em Genebra, na Suíça, de 3 a 7 de novembro de 2025, onde vai lançar um documentário inédito sobre contaminação em comunidades ribeirinhas. Adotada em 2013, a Convenção de Minamata é um acordo internacional que visa proteger a saúde humana e o meio ambiente da poluição por mercúrio via controle e redução do uso em uma série de produtos e processos, como na mineração artesanal e na produção de determinados bens.
Segundo Dubán Canal, coordenador e articulador internacional da AARIMO, a aliança pretende levar à conferência uma mensagem clara: é urgente agir para erradicar o uso do mercúrio e enfrentar os impactos socioambientais da mineração ilegal. O foco será o protagonismo de mulheres e jovens indígenas.
"É hora de proibir o comércio e o uso do mercúrio, em nome da nossa saúde e da saúde do planeta", afirma, citando recomendação da Rede Internacional para a Eliminação de Poluentes (IPEN).
O IPEN pede a revisão da Convenção para acelerar o fim da mineração primária de mercúrio e restrição do comércio. Também quer estabelecer uma data definitiva para a eliminação do uso de mercúrio na mineração artesanal e de pequena escala (ASGM).
Esta também será a mensagem que a organização pretende levar à Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças do Clima, a COP30. Do frio da Suíça, a equipe da AARIMO parte para enfrentar o calor de Belém, no Pará, cidade que vai sedear a partir de 10 de novembro o evento climático.
Canal explica que as mudanças geopolíticas estão impulsionando a alta do preço do ouro, aumentando a demanda pela extração do minério, muitas vezes ilegal. Isso impacta significativo as comunidades indígenas, populações locais e ecossistemas em diversas regiões da África, Ásia e América Latina.
Na América Latina, a Amazônia é uma das áreas mais gravemente afetadas pela expansão da mineração ilegal de ouro, que frequentemente se combina com outras economias ilícitas controladas por grupos armados e redes criminosas internacionais.
"Essa situação preocupante não é isolada; afeta povos indígenas em toda a região amazônica e representa uma ameaça à sua sobrevivência, devido ao acúmulo de mercúrio em espécies de peixes que são vitais para sua alimentação", diz. Níveis elevados de mercúrio afetam gravemente a saúde e o bem-estar das comunidades, comprometendo sua sobrevivência, reitera Canal.
Embora a extensão total da poluição por mercúrio na Amazônia ainda não seja completamente conhecida, há evidências crescentes de altos níveis de contaminação em peixes e em diversas comunidades indígenas. "Essa situação representa uma séria ameaça à saúde, aos direitos e aos modos de vida tradicionais dessas populações", enfatiza o porta-voz.
Em 2024, a ONG WWF-Brasil reportou que quatro bacias da Amazônia, onde estão territórios indígenas sob ameaça do garimpo ilegal, apresentavam grande risco de contaminação por mercúrio, acima de níveis considerados seguros. Recentemente, pesquisadores da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), por meio do Grupo de Pesquisa Química Aplicada à Tecnologia (GP-QAT/UEA), identificaram contaminação por mercúrio em peixes da bacia do rio Madeira durante a expedição "Iriru 3", parte do Programa de Monitoramento da Água, Ar e Solos do Estado do Amazonas (ProQAS/AM)
Um relatório divulgado em 31 de outubro por ABIN, Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) e Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), para ser apresentado na Suíça, traça um panorama inédito sobre as rotas de contrabando de mercúrio na América do Sul e o seu impacto direto na mineração de ouro ilegal em terras indígenas e outras áreas protegidas na Amazônia.
Segundo o "Mercúrio na Amazônia: redes criminosas transnacionais, vulnerabilidade socioambiental e desafios para a governança", o Brasil é um dos principais destinos do mercúrio contrabandeado na América do Sul. A recomendação são ações coordenadas entre países amazônicos para conter o fluxo ilícito.
O documento mapeou ainda 61 estudos que mostraram níveis de concentração mais de duas vezes maior que a necessária para haver efeitos adversos entre ribeirinhos e indígenas da Amazônia. Também foi encontrado uma pesquisa de 2023 que identificou que 21,3% dos peixes comercializados em regiões urbanas tinham contaminação por mercúrio em níveis acima dos limites seguros à saúde na Amazônia.
Mulheres, as mais vulneráveis
A mineração ilegal de ouro tem impactos significativos sobre os povos indígenas e as comunidades florestais, afetando de maneira desigual mulheres e crianças. Segundo a OMS, a concentração de mais de duas ppm (partes por milhão) no organismo indica riscos à saúde e que, com mais de seis, há efeitos adversos. Os principais são danos neurológicos, como tremores, insônia, perda de memória, dores de cabeça, fraqueza muscular e até a morte.
No caso das mulheres, elas podem sofrer danos reprodutivos e frequentemente apresentam níveis elevados de mercúrio no leite materno. As crianças, por sua vez, correm um risco substancial de sofrer danos neurológicos devido à exposição direta ao mercúrio e à inalação de seu vapor, de acordo com o porta-voz
Um estudo recente conduzido nas bacias dos rios Nanay e Pintuyacu, na província de Loreto, no Peru, mostrou que 79% das pessoas analisadas apresentaram níveis de mercúrio acima dos limites estabelecidos pela Organização Mundial da Saúde (OMS). "Essa situação preocupante não é isolada; afeta povos indígenas em toda a região amazônica e representa uma ameaça à sua sobrevivência, devido ao acúmulo de mercúrio em espécies de peixes que são vitais para sua alimentação", alerta o porta-voz.
Redes criminosas e desafios de governança
Embora empresas do setor mineral defendam avanços em práticas mais sustentáveis, a AARIMO vê um cenário dominado por atividades ilegais. "As operações de mineração ilegal de ouro em toda a bacia amazônica são controladas por grupos armados e redes criminosas internacionais", observa Canal.
Ele acrescenta que o aumento da demanda global por ouro tem funcionado como um incentivo econômico para o avanço dessas operações, atraindo organizações envolvidas também em tráfico de pessoas, crimes financeiros e violações de direitos humanos.
A Colômbia, segundo ele, é um exemplo de país que busca enfrentar o problema. "Após a proibição nacional do mercúrio em 2021, as autoridades colombianas intensificaram os esforços para conter o tráfico do metal líquido, lançando diversas operações que resultaram na destruição de equipamentos usados na mineração ilegal e na apreensão de mercúrio", diz. A estratégia inclui "aprimorar a diligência devida, fortalecer a responsabilidade corporativa e criar um mercado global para insumos essenciais à energia limpa".
Cooperação transfronteiriça e transição justa
A AARIMO defende maior integração regional para conter os impactos da mineração ilegal e reduzir a influência de redes criminosas nas fronteiras amazônicas. "Incentivamos fortemente que os governos locais e nacionais fortaleçam a colaboração e o investimento nas regiões de fronteira", explica Canal.
Entre as propostas apresentadas está a criação de um Mecanismo Conjunto de Coordenação no âmbito da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA), que incluiria protocolos padronizados para operações conjuntas de fiscalização.
"Uma coordenação desse tipo tornará cada vez mais difícil que os atores ilegais restabeleçam suas operações e permitirá uma melhor supervisão das áreas estratégicas, garantindo que os esforços de aplicação da lei estejam alinhados com as jurisdições de cada país", diz Canal.
A aliança defende ainda ampliar a cooperação entre Minamata e o Marco Global de Biodiversidade de Kunming-Montreal até 2030, usar dados de comércio para identificar riscos de lavagem de dinheiro ligados ao mercúrio e desenvolver mecanismos conjuntos para apreensão e custódia do metal.
Para ele, o conceito de "transição justa" na Amazônia precisa incluir as populações que vivem na floresta. "É fundamental enfrentar essas questões para proteger a saúde e o bem-estar dessas populações vulneráveis", afirma.
Entre as recomendações que a AARIMO vai levar à Convenção de Minamata, estão criar um subgrupo consultivo que avalie os impactos socioambientais do mercúrio em regiões de alta biodiversidade e a incorporação da perspectiva amazônica dos povos indígenas nos documentos técnicos da convenção.
A rede também busca reforçar o papel de mulheres e jovens indígenas nas discussões sobre mineração e clima. "Nosso trabalho busca compreender os efeitos devastadores da contaminação por mercúrio em áreas de alta biodiversidade, bem como em comunidades indígenas e locais... Paralelamente, buscamos fortalecer a colaboração com autoridades indígenas, serviços de saúde e instituições acadêmicas para enfrentar os impactos socioambientais da mineração ilegal de ouro e da poluição por mercúrio em toda a Bacia Amazônica", diz Canal.
A AARIMO quer também a revisão da Convenção de Minamata, para incluir datas e metas mais ambiciosas. A organização apoia as recomendações do relator especial da ONU sobre Tóxicos e Direitos Humanos, Marcos Orellana, que investiga violações de direitos associadas ao uso do metal.
https://umsoplaneta.globo.com/financas/negocios/noticia/2025/11/07/mineracao-ilegal-e-contaminacao-por-mercurio-ameacam-povos-da-amazonia-alerta-alianca-indigena.ghtml
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