De Pueblos Indígenas en Brasil
The printable version is no longer supported and may have rendering errors. Please update your browser bookmarks and please use the default browser print function instead.

Noticias

Aldeia COP reúne delegações indígenas que vieram para a Conferência do Clima e oferece programação própria

14/11/2025

Fonte: MPI - https://www.gov.br



Fruto de uma parceria entre Ministério dos Povos Indígenas (MPI), a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), a Federação dos Povos Indígenas do Estado do Pará (Fepipa), a Secretaria de Estado dos Povos Indígenas do Pará (SEPI) e a Universidade Federal do Pará (UFPA), a Aldeia COP ultrapassa o conceito de alojamento ao se tornar o parlamento das delegações indígenas do Brasil que participam da Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, a COP 30, realizada na capital do Pará entre 10 e 21 de novembro.

Instalada na Escola de Aplicação da UFPA, localizada a 5,7 km do Parque da Cidade, sede da COP, a Aldeia também assume contornos de uma conferência organizada pelos indígenas dentro da dinâmica do evento promovido pela ONU, que reflete a potência, as demandas e a diversidade dos 391 povos do país, segundo dados do Censo de 2022.

Confira a programação aqui.

Ao todo, 3.500 indígenas vindos de todo o território nacional foram credenciados para serem acolhidos e integrar a programação da Aldeia COP. "A Aldeia COP concentra representações e lideranças de uma parte da população do Brasil que de forma geral costuma ser excluída das tomadas de decisão e foi marginalizada por séculos. Mas nesta edição da COP não só superamos o tamanho da delegação presente na zona azul, dedicada às negociações. Desta vez, superamos a própria marginalização em si ao somarmos forças para demonstrar nosso protagonismo na pauta climática", declarou a ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara.

"A parceria entre o governo federal e o governo do Pará está abraçando delegações vindas de todo o Brasil na Escola de Aplicação da UFPA e, para receber os parentes, assumimos a missão de hospedá-los com respeito e dignidade para que possam ter a maior e a melhor participação indígena da história das COPs", afirmou a secretária nacional de Articulação e Promoção de Direitos Territoriais Indígenas (SEART), Giovana Mandulão.

Estrutura

Para recepcionar as delegações dos 26 estados e do Distrito Federal, 18 equipes incumbidas de setores distintos compostas pelo MPI, SEPI, UFPA, COIAB, FEPIPA, Articulação dos Povos Indígenas (APIB), Articulação Nacional das Mulheres Indígenas Guerreiras da Ancestralidade (ANMIGA), entre outras organizações indígenas, se mobilizaram para adaptar a Escola.

O ginásio, duas quadras e 46 salas da Escola, com área total de 72.695 m² e área construída de quase 15 mil m², foram adaptados com beliches para acomodar milhares de indígenas e a cada um deles foi entregue um kit de enxoval com lençol, fronha, manta e travesseiro. Dois redários com o total de cem redes para descanso foram disponibilizados em pontos diferentes da Aldeia.

Oferecida três vezes ao dia, a alimentação dos indígenas é proporcionada por um refeitório que foi reformado na área de convivência. Até o fim do evento, toneladas de comida serão preparadas. Parte da alimentação foi providenciada em parceria com o Ministério do Desenvolvimento Social, por meio da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), com alimentos advindos do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), que visa fortalecer a agricultura familiar, gerando emprego, renda e desenvolvendo a economia local.

Além dos alojamentos, da parte de trás da Escola de Aplicação foram removidas cerca de 10 toneladas de entulho nos meses anteriores à COP para a construção de um Espaço Institucional para reuniões entre autoridades e delegações e recebimento de documentos; de um Domo para promover a programação oficial da Aldeia COP; de uma Casa Ancestral voltada à espiritualidade e do Espaço Guardiãs do Clima. Os dois últimos equipamentos são coordenados pela ANMIGA para dar visibilidade, voz e protagonismo às mulheres indígenas. As construções foram erguidas por indígenas e vão permanecer na Escola de Aplicação como legado.

Um palco para eventos culturais, uma ativação da Assessoria Especial de Comunicação do MPI sobre remoção de invasores de Terras Indígenas (desintrusões) e dezenas de tendas e estandes de madeira foram criados para uma feira de bioeconomia com artesanato, cestarias, pinturas, cerâmica, adornos e produtos indígenas típicos também faz parte do evento. A feira registrou a presença de 150 expositores de 13 organizações indígenas, incluindo uma internacional que representa os nove países da Bacia Amazônica.

Saúde e abastecimento

A Aldeia COP conta com um posto de atendimento de saúde com farmácia, composto pelo apoio da Coordenação Estadual de Saúde Indígena e Populações Tradicionais da Secretaria de Saúde do Estado do Pará (SESPA), com a Secretaria Municipal de Saúde de Belém (SESMA), o Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) Guatoc e a UFPA. O posto fica aberto 24 horas por dia e conta com médico, enfermeira, técnicos de enfermagem para fazer a triagem dos pacientes.

Uma ambulância com UTI está estacionada na Aldeia para o caso de emergência e necessidade de atendimento especializado em unidades hospitalares. Um serviço de odontologia está em funcionamento na UFPA com uma van transportando os indígenas da Escola de Aplicação até a Universidade.

Além disso, a SESMA vem realizando a vigilância epidemiológica e coleta de dados com formulários dentro da Aldeia ao monitorar doenças tropicais e arboviroses (transmitidas por mosquitos), como dengue e malária. Se algum caso for identificado, o paciente recebe encaminhamento para tratamento médico imediato.

O abastecimento de água nos prédios do Ensino Fundamental e do Ensino Médio possuem capacidade para 40 mil e 31,5 mil litros, respectivamente. Uma caixa d'água adicional com 30 mil litros foi adicionada, assim como um sistema auxiliar de 30 mil para os dois reservatórios foi instalado.

Maior participação indígena

Segundo Jecinaldo Sateré, chefe da Assessoria de Participação Social e Diversidade no MPI, a Aldeia COP é a consolidação do Ciclo COParente. A iniciativa foi conduzida pelo MPI desde abril e, ao longo de 15 encontros pelo país, realizou escuta ativa com as organizações de base, esclareceu dúvidas sobre a COP e recolheu indicações do movimento indígena para compor uma delegação de aproximadamente 400 indígenas na zona azul, um recorde de participação e incidência indígena nas COPs.

"Conseguimos cumprir a missão de comparecer a todos os biomas e regiões do país para dialogar e construir a participação indígena na Conferência. Os frutos desse Ciclo são o reconhecimento da legitimidade e representatividade indígena no evento. Na Aldeia COP nos unificamos e, em Belém, lutamos como a última fronteira para impedir o fim do mundo e isso é algo que emociona. A Aldeia COP é território indígena. Estamos demarcando e aldeando a Conferência", disse Jecinaldo.

A presença expressiva dos indígenas em Belém, trata-se da maior participação da história das 30 edições da COP, tem como principal objetivo utilizar a visibilidade da Cúpula do Clima para instituir, por meio da incidência indígena, a demarcação de territórios como política oficial de mitigação da crise climática; obter financiamento direto e regulamentar a gestão ambiental e territorial indígena como forma de reconhecer a contribuição dos saberes indígenas e garantir a proteção de suas terras.

Puyr Tembé, secretária de Estado de Povos Indígenas do Pará, falou sobre a importância da iniciativa. "A ideia da Aldeia COP ser na Escola de Participação veio da ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara. Nós acatamos e chamamos o movimento indígena para abraçar a ideia. Todas as oito etno regiões do Pará, que possui 57 povos em seu território, foram mobilizadas para representarem os 80 mil indígenas que vivem no estado", disse, ao destacar o projeto de Caravanas que preparou e esclareceu os indígenas desde 2024 em diferentes etapas.

Para o coordenador executivo da Apib, Kleber Karipuna, o chamado da ministra Sonia para reunir os povos indígenas e construir o espaço foi fundamental não só pelo aspecto do acolhimento, mas pela atenção aos costumes e tradições dos povos indígenas.

"O espaço foi ambientado não apenas para os parentes brasileiros. Temos indígenas da Mesoamérica, América Latina, Indonésia, entre outros países. O que temos aqui é uma experiência indígena que retrata nossa diversidade e está aberta ao público para que conheçam nossa cultura", analisou o coordenador da APIB, que representa as principais organizações indígenas do Brasil e as mobilizou para comparecerem a Belém.

Serviço -

Endereço: Av. Perimetral, 1000 - Terra Firme, Belém - PA, 66095-780

Visitas aberta ao público das 9h às 20h30

https://www.gov.br/povosindigenas/pt-br/assuntos/noticias/2025/11/aldeia-cop-reune-delegacoes-indigenas-que-vieram-para-a-conferencia-do-clima-e-oferece-programacao-propria
 

Las noticias publicadas en el sitio Povos Indígenas do Brasil (Pueblos Indígenas del Brasil) son investigadas en forma diaria a partir de fuentes diferentes y transcriptas tal cual se presentan en su canal de origen. El Instituto Socioambiental no se responsabiliza por las opiniones o errores publicados en esos textos. En el caso en el que Usted encuentre alguna inconsistencia en las noticias, por favor, póngase en contacto en forma directa con la fuente mencionada.