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Noticias

Integrantes da reserva Laranjinha pedem punição para PMs acusados de assassinato

25/04/2001

Autor: ANTÔNIO TEIXEIRA

Fonte: Gazeta do Povo - Curitiba - PR



Protestos marcam enterro de índio Para guaranis, ação policial de segunda-feira foi a mais violenta dos últimos 40 anos

Revoltados, os indígenas da Reserva de Laranjinha enterram ontem o índio guarani Vicente Cândido de Lima, 40 anos, morto na tarde de segunda-feira por policiais militares do Destacamento de Santa Amélia, a 130 quilômetros de Londrina. O crime, considerado um dos mais violentos dos últimos 40 anos contra os guaranis, chocou a comunidade de cerca de 400 índios. Eles pedem punição para o cabo Nilson dos Santos, comandante do Destacamento e que teria disparado os dois tiros contra Vicente, e os demais policiais que acompanharam a operação. Ontem, durante o velório na Escola Cacique Tudjá Nhanderú, jovens da Reserva Laranjinha se juntaram com parentes do índio morto, que vieram de uma aldeia no estado de São Paulo, e fizeram um protesto pedindo respeito aos seus direitos indígenas. O mais indignado com a morte de Vicente era o cacique Mário Paulinho Sampaio. Eles entraram na Reserva sem autorização dos líderes, que poderiam ter resolvido o problema sem ter que acabar em morte. Para resolver estas coisas existem os caciques e chefe do Posto, disse. De acordo com o cacique, o índio morto residia na reserva, mas filha e neta moravam com a ex-mulher Antonia da Silva Lima, na cidade de Santa Amélia. Sampaio conta que no dia do crime deu carona para Vicente da cidade para a aldeia, mas ele retornou para ver a neta de cinco meses e a teria retirado das mãos da mãe, saindo por uma trilha no meio do mato porque queria mostrar a menina aos demais indígenas. A ex-mulher procurou policiais militares, que alcançaram o guarani já dentro da aldeia. O crime foi presenciado pelos índios Jeferson de Abreu e Júlio César Camargo, que ontem prestaram depoimento em inquérito aberto pela Polícia Federal de Londrina. Para os indígenas, a polícia mostrou falta de preparo e cometeu uma violação contra os seus direitos ao entrarem na reserva sem dar satisfação aos líderes. Outra condenação aos PMs é pelo fato do índio estar desarmado, enquanto que os policiais estavam em quatro - três militares e o delegado de Santa Amélia, Luiz Nelo Pagliaci. Eles não precisavam atirar, porque um homem desarmado poderia ser contido facilmente pelos quatro, disse o índio Albani Jacinto, um dos líderes da aldeia. A opinião do indígena é compartilhada pelo administrador da Funai de Londrina, José Gonçalves dos Santos, que acionou a Polícia Federal. Além da falta de preparo, os policiais mostram falta de sensatez, pois ali na reserva existem autoridades para resolver os problemas., disse Santos, acrescentando que o caso será acompanhado por um advogado da Funai de Brasília, que deverá se descolar para a região nos próximos dias.

Investigação
Inquérito deve ser concluído em 40 dias

Dois inquéritos vão apurar a morte do índio Vicente Cândido de Lima, um na Polícia Federal de Londrina, comandado pelo delegado Pedro Paulo Figueiredo, e outro na Polícia Militar, ordenado pelo coronel Rubens Guimarães de Souza. Segundo o coronel Guimarães, o inquérito policial militar tem 40 dias para ser concluído. Ele disse que recebeu um relatório do tenente Ginotti, da 2.ª Companhia da PM, em Bandeirantes. Segundo os policiais, os disparos só foram feitos porque o guarani estaria estrangulando a menina. Guimarães disse ainda que a posição em que o índio se encontrava no momento do crime não dava para saber se fazia parte da reserva. A única providência tomada contra o cabo foi a sua transferência de Santa Amélia para outra cidade.
 

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