De Pueblos Indígenas en Brasil
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Noticias
Governador quis empresa no garimpo, afirma índio
03/05/2004
Fonte: FSP, Brasil, p.A6
Governador quis empresa no garimpo, afirma índio
HUDSON CORRÊA, DA AGÊNCIA FOLHA, EM CAMPO GRANDE
O gerente do garimpo da terra indígena Roosevelt, Pandere Cinta Larga, 30, afirma que o governador de Rondônia, Ivo Cassol (PSDB), propôs, em abril de 2003, que os índios deixassem uma empresa de mineração extrair diamantes na reserva. Pandere disse ter entendido que a empresa pertencia ao governador. Em troca de permitir a entrada da empresa na reserva, os cintas-largas receberiam uma comissão de 20% do valor do diamante extraído, disse Pandere em entrevista por telefone à Agência Folha. Garimpo em área indígena é ilegal, por falta de lei que regulamente a atividade. As lideranças indígenas, segundo Pandere, não aceitaram que a empresa de mineração atuasse na área indígena. Cassol confirma que conversou com os índios "no início do ano [passado]", mas nega ter feito a proposta (leia texto nesta página). Após a chacina no dia 7 de abril de 29 garimpeiros que invadiram a área dos índios, o governador criticou a Funai (Fundação Nacional do Índio) e os cintas-largas pela extração ilegal de diamantes e pelo contrabando das pedras. Pandere diz que a reação do governador é uma represália contra os índios por não aceitarem a empresa de mineração. Em setembro passado, Cassol retirou a Polícia Florestal de barreiras de fiscalização em três entradas da reserva. Os índios consideram que isso também foi uma represália, afirmou Pandere. Embora ilegal, o garimpo na terra indígena Roosevelt funciona desde 2000. Em janeiro de 2003, a Polícia Federal e a Funai retiraram 5.000 garimpeiros da área. Sete meses depois, os cintas-largas retomaram a atividade. O encontro com o governador, segundo Pandere, ocorreu em Rolim de Moura (RO). Mesmo com as três barreiras montadas pela PF para impedir a entrada de combustível para o garimpo, Pandere diz que a extração de diamantes deve continuar por mais 45 dias com o estoque de óleo diesel, usado para alimentar as dragas, e de comida para o acampamento dos índios. Segundo Pandere, os cintas-largas querem que o governo federal legalize o garimpo, mas exigem que a mineração continue com os índios. "Não aceitamos mineradora nenhuma, seja do governo federal ou do Estado." Sobre o conflito do dia 7, Pandere diz que as mortes ocorreram devido à provocação de garimpeiros. "O Baiano Doido [Francisco das Chagas Alves Saraiva, morto pelos índios] disse que era um cabra trabalhador, enquanto os índios não faziam nada", conta. Ele nega ter participado da chacina, feita por cerca de cem índios guerreiros, segundo ele. "Graças a Deus não fiz isso", disse.
OUTRO LADO Cassol nega ter feito proposta aos cintas-largas
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CAMPO GRANDE O governador de Rondônia, Ivo Cassol (PSDB), disse na sexta-feira não ter feito proposta para que os índios autorizassem a entrada de empresa de mineração na terra indígena. "Eu disse: se vocês precisarem da nossa mineradora, nossa empresa estatal está à disposição. Mas disse: só ajudo após a legalização." A ajuda viria da Companhia de Mineração do Estado de Rondônia. Cassol disse ainda que se reuniu duas vezes com os índios, em Rolim de Moura, "no início do ano [passado]". Afirmou ter sido procurado pelas lideranças indígenas, que pediam que a Polícia Civil fiscalizasse a mineração na terra indígena. Com relação à retirada da Polícia Florestal, disse que o fez porque "estava fazendo papel de otário". Segundo Cassol, os índios permitiam a entrada de garimpeiros na área, enquanto o governo mantinha policiais nas barreiras. (HC)
FSP, 03/05/2004, p. A6
HUDSON CORRÊA, DA AGÊNCIA FOLHA, EM CAMPO GRANDE
O gerente do garimpo da terra indígena Roosevelt, Pandere Cinta Larga, 30, afirma que o governador de Rondônia, Ivo Cassol (PSDB), propôs, em abril de 2003, que os índios deixassem uma empresa de mineração extrair diamantes na reserva. Pandere disse ter entendido que a empresa pertencia ao governador. Em troca de permitir a entrada da empresa na reserva, os cintas-largas receberiam uma comissão de 20% do valor do diamante extraído, disse Pandere em entrevista por telefone à Agência Folha. Garimpo em área indígena é ilegal, por falta de lei que regulamente a atividade. As lideranças indígenas, segundo Pandere, não aceitaram que a empresa de mineração atuasse na área indígena. Cassol confirma que conversou com os índios "no início do ano [passado]", mas nega ter feito a proposta (leia texto nesta página). Após a chacina no dia 7 de abril de 29 garimpeiros que invadiram a área dos índios, o governador criticou a Funai (Fundação Nacional do Índio) e os cintas-largas pela extração ilegal de diamantes e pelo contrabando das pedras. Pandere diz que a reação do governador é uma represália contra os índios por não aceitarem a empresa de mineração. Em setembro passado, Cassol retirou a Polícia Florestal de barreiras de fiscalização em três entradas da reserva. Os índios consideram que isso também foi uma represália, afirmou Pandere. Embora ilegal, o garimpo na terra indígena Roosevelt funciona desde 2000. Em janeiro de 2003, a Polícia Federal e a Funai retiraram 5.000 garimpeiros da área. Sete meses depois, os cintas-largas retomaram a atividade. O encontro com o governador, segundo Pandere, ocorreu em Rolim de Moura (RO). Mesmo com as três barreiras montadas pela PF para impedir a entrada de combustível para o garimpo, Pandere diz que a extração de diamantes deve continuar por mais 45 dias com o estoque de óleo diesel, usado para alimentar as dragas, e de comida para o acampamento dos índios. Segundo Pandere, os cintas-largas querem que o governo federal legalize o garimpo, mas exigem que a mineração continue com os índios. "Não aceitamos mineradora nenhuma, seja do governo federal ou do Estado." Sobre o conflito do dia 7, Pandere diz que as mortes ocorreram devido à provocação de garimpeiros. "O Baiano Doido [Francisco das Chagas Alves Saraiva, morto pelos índios] disse que era um cabra trabalhador, enquanto os índios não faziam nada", conta. Ele nega ter participado da chacina, feita por cerca de cem índios guerreiros, segundo ele. "Graças a Deus não fiz isso", disse.
OUTRO LADO Cassol nega ter feito proposta aos cintas-largas
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CAMPO GRANDE O governador de Rondônia, Ivo Cassol (PSDB), disse na sexta-feira não ter feito proposta para que os índios autorizassem a entrada de empresa de mineração na terra indígena. "Eu disse: se vocês precisarem da nossa mineradora, nossa empresa estatal está à disposição. Mas disse: só ajudo após a legalização." A ajuda viria da Companhia de Mineração do Estado de Rondônia. Cassol disse ainda que se reuniu duas vezes com os índios, em Rolim de Moura, "no início do ano [passado]". Afirmou ter sido procurado pelas lideranças indígenas, que pediam que a Polícia Civil fiscalizasse a mineração na terra indígena. Com relação à retirada da Polícia Florestal, disse que o fez porque "estava fazendo papel de otário". Segundo Cassol, os índios permitiam a entrada de garimpeiros na área, enquanto o governo mantinha policiais nas barreiras. (HC)
FSP, 03/05/2004, p. A6
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