De Pueblos Indígenas en Brasil
The printable version is no longer supported and may have rendering errors. Please update your browser bookmarks and please use the default browser print function instead.
Noticias
Índios adotam ação de sem-terra em MS
09/02/2004
Fonte: FSP, Brasil, p. A5
Índios adotam ação de sem-terra em MS
Guaranis e cauás acamparam em três fazendas invadidas, em Japorã, em estratégia semelhante à do MST
Hudson Corrêa
Da Agência Folha, em Japorã (MS)
Índios guaranis e caiuás acamparam dentro de três fazendas invadidas em Japorã (464 km de Campo Grande), adotando um sistema semelhante ao do movimento sem-terra. Eles montaram barracos cobertos com lonas pretas a cerca de 500 metros de cada uma das sedes das propriedades.
Os líderes indígenas disseram que vão esperar acampadas a demarcação de 7.800 hectares. Nessa área estão 14 fazendas invadidas pelos índios em dezembro.
Na sexta, a Funai (Fundação Nacional do Índio) informou que 11 fazendas foram desocupadas, na tentativa de um acordo com os proprietários. Os acampamentos foram montados em outras três. Os produtores rurais querem a desocupação total das áreas.
O presidente da Funai, Mércio Pereira Gomes, afirma que até o final deste mês publica no "Diário Oficial" da União estudo antropológico que define a área como indígena. Os fazendeiros terão prazo de 90 dias, a contar da publicação, para contestar o estudo.
O líder guarani Avatucambi, 33, disse que 800 índios estão acampados. As lonas foram fornecidas pela Prefeitura de Japorã e pela Funai. "A nossa decisão é não sair mais daqui", disse Avatucambi.
O TRF (Tribunal Regional Federal) da 3ª Região em São Paulo deu 20 dias para fazendeiros e índios entrarem em acordo, sem o uso de 600 policiais para fazer a desocupação das fazendas. O prazo termina amanhã, segundo o Ministério Público Federal.
Perícia
Os proprietários das fazendas invadidas devem pedir hoje perícia judicial nas sedes das propriedades, informou o advogado Geones Miguel Ledesma. Os fazendeiros afirmam que as sedes das áreas invadidas foram destruídas, após a desocupação.
Na fazenda São José, duas casas foram derrubadas e os móveis, retirados. Sobraram apenas parte do telhado e um vaso sanitário preso ao chão. Um grupo de 200 produtores rurais montou, a 150 metros da ponte de acesso às áreas invadidas, uma espécie de observatório com dois binóculos presos a tripés para observar o movimento de índios.
A um quilômetro dali está a sede da fazenda São Jorge, onde móveis das casas foram destruídos. Há pedaços deles no chão. O dono da propriedade, Pedro Fernandes Neto, 50, disse que havia televisões, geladeiras, camas, guarda-roupas, fogões e telefones.
O líder Avatucambi disse que os móveis foram retirados enquanto as lideranças dormiam. "Não tínhamos como segurar os patrícios [índios da mesma etnia]."
FSP, 09/02/2004, Brasil, p. A5
Guaranis e cauás acamparam em três fazendas invadidas, em Japorã, em estratégia semelhante à do MST
Hudson Corrêa
Da Agência Folha, em Japorã (MS)
Índios guaranis e caiuás acamparam dentro de três fazendas invadidas em Japorã (464 km de Campo Grande), adotando um sistema semelhante ao do movimento sem-terra. Eles montaram barracos cobertos com lonas pretas a cerca de 500 metros de cada uma das sedes das propriedades.
Os líderes indígenas disseram que vão esperar acampadas a demarcação de 7.800 hectares. Nessa área estão 14 fazendas invadidas pelos índios em dezembro.
Na sexta, a Funai (Fundação Nacional do Índio) informou que 11 fazendas foram desocupadas, na tentativa de um acordo com os proprietários. Os acampamentos foram montados em outras três. Os produtores rurais querem a desocupação total das áreas.
O presidente da Funai, Mércio Pereira Gomes, afirma que até o final deste mês publica no "Diário Oficial" da União estudo antropológico que define a área como indígena. Os fazendeiros terão prazo de 90 dias, a contar da publicação, para contestar o estudo.
O líder guarani Avatucambi, 33, disse que 800 índios estão acampados. As lonas foram fornecidas pela Prefeitura de Japorã e pela Funai. "A nossa decisão é não sair mais daqui", disse Avatucambi.
O TRF (Tribunal Regional Federal) da 3ª Região em São Paulo deu 20 dias para fazendeiros e índios entrarem em acordo, sem o uso de 600 policiais para fazer a desocupação das fazendas. O prazo termina amanhã, segundo o Ministério Público Federal.
Perícia
Os proprietários das fazendas invadidas devem pedir hoje perícia judicial nas sedes das propriedades, informou o advogado Geones Miguel Ledesma. Os fazendeiros afirmam que as sedes das áreas invadidas foram destruídas, após a desocupação.
Na fazenda São José, duas casas foram derrubadas e os móveis, retirados. Sobraram apenas parte do telhado e um vaso sanitário preso ao chão. Um grupo de 200 produtores rurais montou, a 150 metros da ponte de acesso às áreas invadidas, uma espécie de observatório com dois binóculos presos a tripés para observar o movimento de índios.
A um quilômetro dali está a sede da fazenda São Jorge, onde móveis das casas foram destruídos. Há pedaços deles no chão. O dono da propriedade, Pedro Fernandes Neto, 50, disse que havia televisões, geladeiras, camas, guarda-roupas, fogões e telefones.
O líder Avatucambi disse que os móveis foram retirados enquanto as lideranças dormiam. "Não tínhamos como segurar os patrícios [índios da mesma etnia]."
FSP, 09/02/2004, Brasil, p. A5
Las noticias publicadas en el sitio Povos Indígenas do Brasil (Pueblos Indígenas del Brasil) son investigadas en forma diaria a partir de fuentes diferentes y transcriptas tal cual se presentan en su canal de origen. El Instituto Socioambiental no se responsabiliza por las opiniones o errores publicados en esos textos. En el caso en el que Usted encuentre alguna inconsistencia en las noticias, por favor, póngase en contacto en forma directa con la fuente mencionada.