De Pueblos Indígenas en Brasil
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Noticias
Índios começam, enfim, a deixar fazendas invadidas
06/02/2004
Fonte: OESP, Nacional, p. A9
Índios começam, enfim, a deixar fazendas invadidas
Até o fim da semana, eles devem sair de 11 propriedades e acampar em outras 3
João Naves de Oliveira
Especial para o Estado
Mais de 3 mil índios caiovás-guaranis iniciaram ontem a desocupação de 11 das 14 fazendas invadidas entre as cidades de Iguatemi e Japorã, no extremo sul de Mato Grosso do Sul. Eles estão cumprindo acordo fechado com a Justiça, o Ministério Público Federal e a Fundação Nacional do Índio (Funai), na semana passada. O trato é para ficarem concentrados em três áreas das que foram invadidas, distantes das sedes das propriedades rurais, e não prejudicarem o funcionamento da fazenda.
Em troca, terão os 7.800 hectares de volta para a tribo, o mais breve possível. Os caiovás estão há pelo menos dez anos reivindicando as terras, para serem anexadas à Aldeia Porto Lindo, que possui 1.600 hectares. Em novembro, surgiram informações da Funai sobre os primeiros resultados de um estudo, segundo o qual 7.800 pertencem aos caiovás. Um mês depois as invasões começaram. Conforme o acordo, o laudo antropológico que decidirá a questão ficará pronto no início do próximo mês.
Os fazendeiros não participaram do acordo e querem todos os 14 imóveis sem invasores. Desde anteontem, todas as entidades ligadas direta e indiretamente à produção rural no Estado estão mobilizadas. O objetivo é a convocação em massa para as diversas manifestações e protestos que ocorrerão no sábado em Iguatemi, onde está situada a Aldeia Porto Lindo, ponto de partida para as invasões. Segundo o diretor da Federação da Agricultura de Mato Grosso do Sul (Famasul), Aristóteles Ferreira Júnior, a programação do evento será decidida durante a movimentação.
Segundo o procurador da República em Dourados, cidade-satélite da região, Carlos Estevan da Mota Pessoa, depois que os índios deixarem as 11 fazendas, serão iniciadas negociações com os fazendeiros. "Os índios já cederam em tudo o que podiam, agora os fazendeiros terão de ceder um pouco", afirmou.
Depois informou que está acompanhando o conflito desde o início e acredita que há progresso no caso, porque quase todas as fazendas invadidas serão desocupadas esta semana.
O procurador disse que será feito um relatório sobre os prejuízos causados pelos índios. "Todo produtor rural que reassumir sua propriedade invadida durante esse conflito será acompanhado por um oficial de Justiça, antes de entrar no imóvel. Esse funcionário vai anotar tudo o que foi destruído, consumido ou qualquer outra perda conseqüente das invasões, para futuro ressarcimento", garantiu. "Será um levantamento minucioso, aprovado pelo fazendeiro, facilitando uma provável ação judicial do interessado."
Saída - Ontem, os índios, ainda segundo o procurador, desocuparam as fazendas Guaraporé, São José, São Sebastião, São Pedro e Sítio Zé Lago.
Eles estão saindo a pé, pois acamparam em locais próximos. As barracas de lona estão sendo montadas nas proximidades do Rio Iguatemi, dentro das fazendas São Jorge, Remanso Guassu e Paloma. "A desocupação só está acontecendo agora porque não havia lona plástica para armar as barracas, comentou Pessoa.
OESP, 06/02/2004, Nacional, p. A9
Até o fim da semana, eles devem sair de 11 propriedades e acampar em outras 3
João Naves de Oliveira
Especial para o Estado
Mais de 3 mil índios caiovás-guaranis iniciaram ontem a desocupação de 11 das 14 fazendas invadidas entre as cidades de Iguatemi e Japorã, no extremo sul de Mato Grosso do Sul. Eles estão cumprindo acordo fechado com a Justiça, o Ministério Público Federal e a Fundação Nacional do Índio (Funai), na semana passada. O trato é para ficarem concentrados em três áreas das que foram invadidas, distantes das sedes das propriedades rurais, e não prejudicarem o funcionamento da fazenda.
Em troca, terão os 7.800 hectares de volta para a tribo, o mais breve possível. Os caiovás estão há pelo menos dez anos reivindicando as terras, para serem anexadas à Aldeia Porto Lindo, que possui 1.600 hectares. Em novembro, surgiram informações da Funai sobre os primeiros resultados de um estudo, segundo o qual 7.800 pertencem aos caiovás. Um mês depois as invasões começaram. Conforme o acordo, o laudo antropológico que decidirá a questão ficará pronto no início do próximo mês.
Os fazendeiros não participaram do acordo e querem todos os 14 imóveis sem invasores. Desde anteontem, todas as entidades ligadas direta e indiretamente à produção rural no Estado estão mobilizadas. O objetivo é a convocação em massa para as diversas manifestações e protestos que ocorrerão no sábado em Iguatemi, onde está situada a Aldeia Porto Lindo, ponto de partida para as invasões. Segundo o diretor da Federação da Agricultura de Mato Grosso do Sul (Famasul), Aristóteles Ferreira Júnior, a programação do evento será decidida durante a movimentação.
Segundo o procurador da República em Dourados, cidade-satélite da região, Carlos Estevan da Mota Pessoa, depois que os índios deixarem as 11 fazendas, serão iniciadas negociações com os fazendeiros. "Os índios já cederam em tudo o que podiam, agora os fazendeiros terão de ceder um pouco", afirmou.
Depois informou que está acompanhando o conflito desde o início e acredita que há progresso no caso, porque quase todas as fazendas invadidas serão desocupadas esta semana.
O procurador disse que será feito um relatório sobre os prejuízos causados pelos índios. "Todo produtor rural que reassumir sua propriedade invadida durante esse conflito será acompanhado por um oficial de Justiça, antes de entrar no imóvel. Esse funcionário vai anotar tudo o que foi destruído, consumido ou qualquer outra perda conseqüente das invasões, para futuro ressarcimento", garantiu. "Será um levantamento minucioso, aprovado pelo fazendeiro, facilitando uma provável ação judicial do interessado."
Saída - Ontem, os índios, ainda segundo o procurador, desocuparam as fazendas Guaraporé, São José, São Sebastião, São Pedro e Sítio Zé Lago.
Eles estão saindo a pé, pois acamparam em locais próximos. As barracas de lona estão sendo montadas nas proximidades do Rio Iguatemi, dentro das fazendas São Jorge, Remanso Guassu e Paloma. "A desocupação só está acontecendo agora porque não havia lona plástica para armar as barracas, comentou Pessoa.
OESP, 06/02/2004, Nacional, p. A9
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