De Pueblos Indígenas en Brasil
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Justiça manda tirar índios de fazendas invadidas
15/01/2004
Fonte: O Globo, O País, p.10
Justiça manda tirar índios de fazendas invadidas
Paulo Yafusso
Especial para O GLOBO
O juiz federal Odilon de Oliveira, de Mato Grosso do Sul, concedeu ontem a reintegração de posse das fazendas invadidas no último mês pelos índios guarani-caiová. As invasões se concentram nos municípios de Iguatemi e Japorã, no extremo Sul do estado, próximo à aldeia de Porto Lindo. Ele deu prazo de três dias para que a Fundação Nacional do Índio (Funai) cumpra a ordem e retire os índios, que até ontem controlavam 14 áreas no estado.
Presidente da Funai vai ao estado tentar uma solução
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva determinou que o presidente da Funai, Mércio Pereira Gomes, vá ao local tentar uma solução pacífica para o impasse. A ida de Gomes foi acertada ontem, num encontro entre Lula e o governador de Mato Grosso do Sul, Zeca do PT. Segundo o governador, Lula disse que é preciso fazer tudo o que for possível para evitar o confronto. O governador explicou que a situação ainda é mais preocupante porque cerca de 600 índios guaranis do Paraguai cruzaram a fronteira para reforçar as invasões no estado.
O administrador da Funai em Amambaí (responsável pelas questões dos guarani-caiová), Willian Rodrigues, disse que vai aguardar a notificação oficial da decisão do juiz. Mas ele adiantou que vai pedir mais prazo para cumprir a ordem judicial. Rodrigues afirmou ainda que a tarefa não será nada fácil.
- Tenho certeza de que haverá resistência. Os índios não vão querer sair - declarou.
A decisão foi anunciada horas depois de o presidente do Movimento Nacional dos Produtores em Mato Grosso do Sul, João Bosco Leal, denunciar ao ouvidor agrário estadual, promotor aposentado Ulisses Duarte, e à Secretaria Estadual de Justiça e Segurança Pública que os índios estariam roubando gado bovino e levando para a cidade paraguaia de Paloma.
O presidente do movimento de produtores afirmou que os responsáveis por esse crime seriam os índios guarani que vieram do Paraguai apoiar o movimento dos guarani-caiová de Mato Grosso do Sul.
- Soubemos que, dos três mil índios que invadiram as áreas, 1.800 são do Paraguai - disse o fazendeiro.
Leal disse que só seis proprietários rurais entraram com ação de reintegração de posse, porque os demais são pequenos ruralistas que não têm dinheiro para pagar advogado. Mas a decisão vale para todos.
- O que estamos vendo no país é que estão criando uma nova nação, a nação guarani, que não tem comando e nem governo - afirmou.
O líder indígena Gumercindo Fernandes negou que os índios estejam roubando gado dos fazendeiros. Ele também afirma que eles não vão deixar a área e vão resistir ao despejo.
Os guarani-caiová começaram a invadir fazendas na região a partir do dia 22 de dezembro. Eles reivindicam a ampliação da reserva indígena de Porto Lindo dos atuais 1.600 hectares para 9.470 hectares. Eles alegam que as áreas invadidas pertenciam aos seus ancestrais.
O Globo, 15/01/2004, O País, p. 10
Paulo Yafusso
Especial para O GLOBO
O juiz federal Odilon de Oliveira, de Mato Grosso do Sul, concedeu ontem a reintegração de posse das fazendas invadidas no último mês pelos índios guarani-caiová. As invasões se concentram nos municípios de Iguatemi e Japorã, no extremo Sul do estado, próximo à aldeia de Porto Lindo. Ele deu prazo de três dias para que a Fundação Nacional do Índio (Funai) cumpra a ordem e retire os índios, que até ontem controlavam 14 áreas no estado.
Presidente da Funai vai ao estado tentar uma solução
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva determinou que o presidente da Funai, Mércio Pereira Gomes, vá ao local tentar uma solução pacífica para o impasse. A ida de Gomes foi acertada ontem, num encontro entre Lula e o governador de Mato Grosso do Sul, Zeca do PT. Segundo o governador, Lula disse que é preciso fazer tudo o que for possível para evitar o confronto. O governador explicou que a situação ainda é mais preocupante porque cerca de 600 índios guaranis do Paraguai cruzaram a fronteira para reforçar as invasões no estado.
O administrador da Funai em Amambaí (responsável pelas questões dos guarani-caiová), Willian Rodrigues, disse que vai aguardar a notificação oficial da decisão do juiz. Mas ele adiantou que vai pedir mais prazo para cumprir a ordem judicial. Rodrigues afirmou ainda que a tarefa não será nada fácil.
- Tenho certeza de que haverá resistência. Os índios não vão querer sair - declarou.
A decisão foi anunciada horas depois de o presidente do Movimento Nacional dos Produtores em Mato Grosso do Sul, João Bosco Leal, denunciar ao ouvidor agrário estadual, promotor aposentado Ulisses Duarte, e à Secretaria Estadual de Justiça e Segurança Pública que os índios estariam roubando gado bovino e levando para a cidade paraguaia de Paloma.
O presidente do movimento de produtores afirmou que os responsáveis por esse crime seriam os índios guarani que vieram do Paraguai apoiar o movimento dos guarani-caiová de Mato Grosso do Sul.
- Soubemos que, dos três mil índios que invadiram as áreas, 1.800 são do Paraguai - disse o fazendeiro.
Leal disse que só seis proprietários rurais entraram com ação de reintegração de posse, porque os demais são pequenos ruralistas que não têm dinheiro para pagar advogado. Mas a decisão vale para todos.
- O que estamos vendo no país é que estão criando uma nova nação, a nação guarani, que não tem comando e nem governo - afirmou.
O líder indígena Gumercindo Fernandes negou que os índios estejam roubando gado dos fazendeiros. Ele também afirma que eles não vão deixar a área e vão resistir ao despejo.
Os guarani-caiová começaram a invadir fazendas na região a partir do dia 22 de dezembro. Eles reivindicam a ampliação da reserva indígena de Porto Lindo dos atuais 1.600 hectares para 9.470 hectares. Eles alegam que as áreas invadidas pertenciam aos seus ancestrais.
O Globo, 15/01/2004, O País, p. 10
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