De Pueblos Indígenas en Brasil
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Noticias
Índios invadem Barragem Norte
08/11/2001
Autor: Eliane Brum
Fonte: Diário Catarinense-Florianópolis-SC
Cinqüenta Xokleng pretendem tomar o controle das comportas que regulam nível do reservatório
A Barragem Norte foi invadida ontem à tarde por cerca de 50 índios da Reserva Duque de Caxias, repre sentando as aldeias Sede, Bugio, Figueira e Palmeira. A intenção era tomar o controle das comportas que regularam o nível da barragem do Rio Hercílio. Apesar da movimentação, o clima era de tranqüilidade no local. A cacique presidente Iraci Aniba José disse que os índios estudavam a invasão há cerca de 20 dias, depois que as negociações com a Fundação Nacional do Índio (Funai) não prosseguiram. "Estivemos em Brasília há 15 dias e sequer fomos ou vidos. Por causa disso, as famílias se organizaram e tomaram a decisão de acampar próximo às comportas'', explica ela. Iraci conta ainda que há dois representantes em Brasília aguardando uma respostas do governo depois da manifestação na represa. Segundo ela, há três pontos principais a serem resolvidos. O primeiro se refere à indenização das terras alagadas pela construção da barragem. A outra questão é a remarcação da área da reserva. Conforme a cacique, o relatório das terras que já estava pronto, voltou para a Funai, para um novo exame. O último ponto conflitante diz respeito ao convênio do governo para a construção de casas para as famílias. Uma exigência de cadastramento do pessoal que vive na reserva teria provocado descontentamentos entre os índios. O prazo para a manifestação no local não tem data para acabar. A chuva que caiu sobre a região ontem à noite não atrapalhou o movimento. O Xokleng Aniel Priprá, que preside o Conselho Indígena de Santa Catarina, também reforçava a mobilização na ponte da represa. Para ele, os mais de 2 mil índios da reserva estão unidos e aguardam uma solução rápida do governo federal. Ele também lista entre os pedidos ao governo estadual, a construção de uma ponte próximo ao lago da barragem, que diminuiria em 20 quilômetros a locomoção da aldeia para o município de José Boiteux, no período de enchentes. Na sede da Funai em José Boiteux, nenhum representante foi encontrado para falar sobre o assunto.ENTENDA O CASO
Confronto no vale
o A disputa pelas terras começou logo após a construção da Barragem Norte, em José Boiteux, na década de 70, que alagou áreas utilizadas pelos Xoklengo A Reserva Indígena Duque de Caxias, com uma área de 14 mil hectares, foi criada para abrigar os índios desalojados com a construção da barragemo Em 1996, os índios invadem regiões de reflorestamento das empresas Cebex, Odebrecht e Battistellao Entre julho e setembro de 1998, colonos da localidade de Bonsucesso têm as casas invadidas pelos índios. Neste período, fizeram policiais militares de reféns e intensificaram o corte de pinus dos reflorestamentoso Em uma carta de intenções, a Funai se compromete a ampliar a área da reserva indígena para 37 mil hectares, além do pagamento de indenizações pelo uso das terras e um convênio para a construção de 188 casas para abrigar as famílias nas reservaso Ontem à tarde, representantes das aldeias da Sede, Bugio, Figueira e Palmeira invadiram a ponte sobre a Barragem Norte e ameaçam tomar o controle das comportas, caso não sejam ouvidos pela Funai. Entre as principais reivindicações estão o pagamento de indenizações pelo uso da terra indígena, a demarcação definitiva da área da reserva e a construção de mais casas para abrigar as famílias da reserva
Controle das comportas é feito normalmente
Para o administrador da Barragem Norte, Nildo Rocha, o controle das comportas continua sendo feito normalmente.
Diante da hipótese de uma invasão na sala de controles, onde é feita a regulagem da saída de água, Rocha determinou que o operador fechasse o local e mantivesse a guarda.
A Barragem Norte controla o fluxo de águas do Rio Hercílio, que desemboca no Itajaí-Açu.
No caso de uma enxurrada, se as comportas não fossem fechadas, como ameaçam os índios, toda a população do Médio Vale e Foz do Rio Itajaí-Açu poderia ser atingida por uma enchente.
A Barragem Norte foi invadida ontem à tarde por cerca de 50 índios da Reserva Duque de Caxias, repre sentando as aldeias Sede, Bugio, Figueira e Palmeira. A intenção era tomar o controle das comportas que regularam o nível da barragem do Rio Hercílio. Apesar da movimentação, o clima era de tranqüilidade no local. A cacique presidente Iraci Aniba José disse que os índios estudavam a invasão há cerca de 20 dias, depois que as negociações com a Fundação Nacional do Índio (Funai) não prosseguiram. "Estivemos em Brasília há 15 dias e sequer fomos ou vidos. Por causa disso, as famílias se organizaram e tomaram a decisão de acampar próximo às comportas'', explica ela. Iraci conta ainda que há dois representantes em Brasília aguardando uma respostas do governo depois da manifestação na represa. Segundo ela, há três pontos principais a serem resolvidos. O primeiro se refere à indenização das terras alagadas pela construção da barragem. A outra questão é a remarcação da área da reserva. Conforme a cacique, o relatório das terras que já estava pronto, voltou para a Funai, para um novo exame. O último ponto conflitante diz respeito ao convênio do governo para a construção de casas para as famílias. Uma exigência de cadastramento do pessoal que vive na reserva teria provocado descontentamentos entre os índios. O prazo para a manifestação no local não tem data para acabar. A chuva que caiu sobre a região ontem à noite não atrapalhou o movimento. O Xokleng Aniel Priprá, que preside o Conselho Indígena de Santa Catarina, também reforçava a mobilização na ponte da represa. Para ele, os mais de 2 mil índios da reserva estão unidos e aguardam uma solução rápida do governo federal. Ele também lista entre os pedidos ao governo estadual, a construção de uma ponte próximo ao lago da barragem, que diminuiria em 20 quilômetros a locomoção da aldeia para o município de José Boiteux, no período de enchentes. Na sede da Funai em José Boiteux, nenhum representante foi encontrado para falar sobre o assunto.ENTENDA O CASO
Confronto no vale
o A disputa pelas terras começou logo após a construção da Barragem Norte, em José Boiteux, na década de 70, que alagou áreas utilizadas pelos Xoklengo A Reserva Indígena Duque de Caxias, com uma área de 14 mil hectares, foi criada para abrigar os índios desalojados com a construção da barragemo Em 1996, os índios invadem regiões de reflorestamento das empresas Cebex, Odebrecht e Battistellao Entre julho e setembro de 1998, colonos da localidade de Bonsucesso têm as casas invadidas pelos índios. Neste período, fizeram policiais militares de reféns e intensificaram o corte de pinus dos reflorestamentoso Em uma carta de intenções, a Funai se compromete a ampliar a área da reserva indígena para 37 mil hectares, além do pagamento de indenizações pelo uso das terras e um convênio para a construção de 188 casas para abrigar as famílias nas reservaso Ontem à tarde, representantes das aldeias da Sede, Bugio, Figueira e Palmeira invadiram a ponte sobre a Barragem Norte e ameaçam tomar o controle das comportas, caso não sejam ouvidos pela Funai. Entre as principais reivindicações estão o pagamento de indenizações pelo uso da terra indígena, a demarcação definitiva da área da reserva e a construção de mais casas para abrigar as famílias da reserva
Controle das comportas é feito normalmente
Para o administrador da Barragem Norte, Nildo Rocha, o controle das comportas continua sendo feito normalmente.
Diante da hipótese de uma invasão na sala de controles, onde é feita a regulagem da saída de água, Rocha determinou que o operador fechasse o local e mantivesse a guarda.
A Barragem Norte controla o fluxo de águas do Rio Hercílio, que desemboca no Itajaí-Açu.
No caso de uma enxurrada, se as comportas não fossem fechadas, como ameaçam os índios, toda a população do Médio Vale e Foz do Rio Itajaí-Açu poderia ser atingida por uma enchente.
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