De Pueblos Indígenas en Brasil
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Noticias
Três sem-terra são mortos em confronto com índios no Xingu
28/11/2001
Fonte: O Liberal-Belém-PA
Um confronto armado entre índios parakanã da reserva apyterewa e invasores de terras provocou a morte de três pessoas em São Félix do Xingu, segundo informações do Conselho Indigenista Missionário (Cimi) de Altamira. Os corpos das três vítimas ainda não identificadas, segundo o coordenador do Cimi, Tarcísio Feitosa, estão dentro da reserva indígena desde sexta-feira, 23, mas ainda não puderam ser resgatados pela polícia ou por legistas do Instituto Médico legal de Marabá devido ao clima tenso na área, onde índios e posseiros preparam-se para um novo confronto. A reserva dos parakanã é rica em mogno e ouro. Ela é habitada por 304 índios que vivem numa área de 980 mil hectares.
O cacique Xapucatua Parakanã é quem está liderando os índios armados. Depois que os índios mataram a tiros os três invasores, os outros trabalhadores rurais decidiram recuar. Xapucatua informou à Funai que seus guerreiros não permitirão a permanência dos invasores em suas terras. Eles estariam a apenas dois quilômetros da aldeia.
Os invasores se dizem dispostos a vingar os colegas mortos e também matar alguns índios. "Se houver mais mortes e o conflito se tornar incontrolável a culpa será das autoridades, que deixaram de cumprir uma decisão da Justiça", criticou Feitosa.
Sangue - O coordenador da Fundação Nacional do Índio em Altamira, Benigno Marques, está muito preocupado com a possibilidade de um banho de sangue na reserva, porque um grupo expressivo dos dois mil possseiros que ocupam o local ameaçam expulsar os índios à bala das terras. Eles prometem não sair da área enquanto o Incra não encontrar um local para assentá-los.
Em julho passado, o então juiz federal de Marabá, Francisco Alexandre Ribeiro, concedeu liminar de reintegração de posse aos índios, porém a ordem não foi cumprida pela polícia. No dia 5 de julho, o juiz mandou para o governador Almir Gabriel um ofício requisitando o "envio de forças policiais suficientes" para garantir o cumprimento de sua decisão.
O secretário-executivo de Defesa Social, Paulo Sette Câmara, por intermédio de sua assessoria, afirmou que a Polícia Militar não irá entrar na reserva indígena porque a tarefa cabe à Polícia Federal. O superintendente da PF no Estado, Geraldo Araújo, vê com reserva a questão. "Matança é problema de ordem pública em qualquer lugar", disse Araújo.
Local - A Polícia Federal, segundo ele, lida com os interesses da União e intervém nos crimes praticados contra a comunidade indígena. Em relação ao que aconteceu na aldeia parakanã, disse ele, se índios mataram invasores a questão é de homicídio simples. "O que tem que se ver é se o índio é aculturado ou não. Se não for, poderá ser preso e processado", explicou.
A PF, resumiu o superintendente, não possui tropa e nem é força pública para agir no caso da retirada de dois mil invasores. "Como é que se vai tirar esses posseiros sem um local onde colocá-los?". Ao fazer essas considerações, Geraldo Araújo fez questão de declarar que não estava criticando Sette Câmara, por quem disse nutrir "enorme admiração".
Araújo informou que ainda não recebeu qualquer notificação sobre o cumprimento da decisão judicial para retirar os invasores da reserva, mas já comunicou o fato ao diretor-geral da PF, Agílio Monteiro, para que este cientifique o ministro da Justiça, Aloísio Nunes Ferreira.
Se a Justiça determinar que a PF cumpra a decisão, o superintendente disse que será necessário fazer um planejamento da operação. "Não tenho efetivo e nem recursos financeiros para fazer isso".
O cacique Xapucatua Parakanã é quem está liderando os índios armados. Depois que os índios mataram a tiros os três invasores, os outros trabalhadores rurais decidiram recuar. Xapucatua informou à Funai que seus guerreiros não permitirão a permanência dos invasores em suas terras. Eles estariam a apenas dois quilômetros da aldeia.
Os invasores se dizem dispostos a vingar os colegas mortos e também matar alguns índios. "Se houver mais mortes e o conflito se tornar incontrolável a culpa será das autoridades, que deixaram de cumprir uma decisão da Justiça", criticou Feitosa.
Sangue - O coordenador da Fundação Nacional do Índio em Altamira, Benigno Marques, está muito preocupado com a possibilidade de um banho de sangue na reserva, porque um grupo expressivo dos dois mil possseiros que ocupam o local ameaçam expulsar os índios à bala das terras. Eles prometem não sair da área enquanto o Incra não encontrar um local para assentá-los.
Em julho passado, o então juiz federal de Marabá, Francisco Alexandre Ribeiro, concedeu liminar de reintegração de posse aos índios, porém a ordem não foi cumprida pela polícia. No dia 5 de julho, o juiz mandou para o governador Almir Gabriel um ofício requisitando o "envio de forças policiais suficientes" para garantir o cumprimento de sua decisão.
O secretário-executivo de Defesa Social, Paulo Sette Câmara, por intermédio de sua assessoria, afirmou que a Polícia Militar não irá entrar na reserva indígena porque a tarefa cabe à Polícia Federal. O superintendente da PF no Estado, Geraldo Araújo, vê com reserva a questão. "Matança é problema de ordem pública em qualquer lugar", disse Araújo.
Local - A Polícia Federal, segundo ele, lida com os interesses da União e intervém nos crimes praticados contra a comunidade indígena. Em relação ao que aconteceu na aldeia parakanã, disse ele, se índios mataram invasores a questão é de homicídio simples. "O que tem que se ver é se o índio é aculturado ou não. Se não for, poderá ser preso e processado", explicou.
A PF, resumiu o superintendente, não possui tropa e nem é força pública para agir no caso da retirada de dois mil invasores. "Como é que se vai tirar esses posseiros sem um local onde colocá-los?". Ao fazer essas considerações, Geraldo Araújo fez questão de declarar que não estava criticando Sette Câmara, por quem disse nutrir "enorme admiração".
Araújo informou que ainda não recebeu qualquer notificação sobre o cumprimento da decisão judicial para retirar os invasores da reserva, mas já comunicou o fato ao diretor-geral da PF, Agílio Monteiro, para que este cientifique o ministro da Justiça, Aloísio Nunes Ferreira.
Se a Justiça determinar que a PF cumpra a decisão, o superintendente disse que será necessário fazer um planejamento da operação. "Não tenho efetivo e nem recursos financeiros para fazer isso".
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