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O milésimo waimiri-atroari

09/12/2003

Fonte: O Globo, O País, p. 12



O milésimo waimiri-atroari
Nascimento marca fim do perigo de extincao da tribo

Joubert Lima

Eram mais de 1.200 índios, dançando e cantando por três dias seguidos no maior marubá (festa) já realizado numa tribo amazônica. Eles comemoravam o nascimento de uma criança, um menino especial, o milésimo índio waimiri-atroari. O menino chamado Iawyraky (lutador) simboliza o fim da ameaça de extinção que rondou os Waimiri-atroari nos últimos 40 anos.

Foram dois meses de comemoração, que culminaram, no domingo, com a celebração do marubá. A festa aconteceu na aldeia Iawará, onde nasceu a criança, com a presença de todos os Kinja (pronuncia-se Kinhá, como os waimiri-atroari se autodenominam), da terra indígena e convidados de outras etnias, como Makuxi, Way-Way e Parakanã.

O evento também teve a presença do presidente da Fundação Nacional do Índio (Funai), Mércio Pereira Gomes, da Eletronorte, Silas Rondeau, e de representantes do Ministério Público Federal do Amazonas e de Roraima.

A recuperação da cultura waimiri-atroari foi possível graças a um programa promovido pela Eletronorte em convênio com a Funai e idealizado pelo antropólogo Porfírio Carvalho. O Programa Waimiri-atroari foi criado em 1988 como forma de compensar os índios pelo impacto causado pela construção da hidrelétrica de Balbina, no Amazonas, que inundou 30 mil hectares da terra Waimiri, obrigando a remoção de duas aldeias.

Como resultado do programa, que tem duração de 25 anos, e deve continuar até 2013, os índios waimiri-atroari desfrutam de uma qualidade de vida rara entre as populações indígenas do Brasil. A Eletronorte implantou ações integradas nas áreas de saúde, educação e de resgate cultural, tornando os índios auto-suficientes na produção e aquisição de alimentos, livres de doenças e com um crescimento populacional de 5,68% ao ano.

Os waimiri-atroari não comemoram apenas o nascimento de uma criança, mas a vitória contra o extermínio e seu próprio renascimento enquanto etnia. Até 1986, sua população era de 374 índios, com um decréscimo de 20% a cada ano. Os índios eram dizimados por garimpeiros, caçadores, pescadores e coletores de castanha, por epidemias de sarampo, malária, gripe e pela subnutrição.

- O que sonhamos desde o começo era isso. Nossos parentes todos estão aqui, animados e satisfeitos. Agora somos mais de mil e sabemos que ninguém vai morrer - disse o cacique Paruwe Mario.

O Globo, 09/12/2003, O País, p. 12
 

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