De Pueblos Indígenas en Brasil
The printable version is no longer supported and may have rendering errors. Please update your browser bookmarks and please use the default browser print function instead.

Noticias

Usina hidreletrica ameaca o Xingu

30/12/2005

Fonte: CB, Brasil, p.8



Usina hidrelétrica ameaça o Xingu
Os líderes indígenas do Parque Nacional do Xingu decidiram comprar uma briga contra a construção de uma usina hidrelétrica na região. A empresa Paratininga Energia está erguendo uma hidrelétrica no Culuene, no Mato Grosso, próximo à aldeia Tuatuari. Para reclamar junto ao governo, duas lideranças do Xingu foram até a Fundação Nacional do Índio (Funai). Segundo o cacique Pirakumã Yawalapiti, a empresa está explodindo rochas do rio com dinamites. Centenas de peixes estão morrendo nos principais afluentes do Rio Xingu.
A aldeia Tuatuari é a mais prejudicada pelas obras da usina, segundo relataram os índios à Funai. Eles também entregaram um relatório à representante da Organização das Nações Unidas (ONU), Hina Jilani, que visitou o Brasil para avaliar as políticas do governo para proteger os defensores dos direitos humanos. No documentos, os índios relatam que a construção da usina tem anuência do governo do Mato Grosso, que liberou a obra.
A hidrelétrica está localizada a 100km da reserva indígena. No entanto, o rio que será represado é essencial para abastecer o Xingu, que corta o parque nacional de ponta a ponta e serve como principal fonte de alimento para os índios. O maior aliado da aldeia indígena para conter as obras é o Ministério Público Federal, que vai tentar impedir a conclusão da obra na Justiça.
Segundo o governo de Mato Grosso, os índios que reclamam da hidrelétrica de Paranatinga, na verdade, assinaram um documento permitindo a obra. No ano passado, o cacique Aritana Yawalapiti, o chefe mais respeitado do parque, assinou, juntamente com alguns líderes locais, um termo de compromisso com a Paranatinga Energia e com o governador Blairo Maggi para liberar a construção da usina no Rio Culuene. Em troca, eles receberiam R$ 1,3 milhão para projetos como um centro de treinamento e incentivo à piscicultura. O problema é que, só agora, o Ministério Público Federal (MPF) e a Funai descobriram que o acordo não tem valor legal, já que a maioria das 14 etnias que vivem no parque não foi consultada.
Assinou sem ler
O cacique Pirakumã, que lidera o movimento contra a barragem e é irmão de Aritana, alega que ele assinou o acordo sem ler. "Ele assinou assim, meio rápido, sabe? Só agora a gente sabe do que se trata", argumenta. Segundo Pirakumã, a papelada que o governo do Mato Grosso deu para os índios assinarem é muito técnica.
Com a construção da barragem, a Funai prevê que a represa afetará a fauna pesqueira de todo o parque. Os antropólogos do governo sustentam ainda que a obra compromete o Quarup, um dos rituais mais sagrados do Xingu. A usina seria construída em um local local sagrado, onde nasceu a manifestação religiosa. Por enquanto, a obra está embargada. Segundo Piracumã, se a Justiça autorizar a continuidade das obras da usina, os índios partirão para a guerra.
O acordo assinado entre o governo do Mato Grosso e o cacique Aritana prevê ainda o repasse de R$ 300 mil às aldeias. Pelo documento, a empresa Paranatinga liberaria, além dos R$ 1,3 milhão, mais 50 hectares de terras.

CB, 30/12/2005, p. 8
 

Las noticias publicadas en el sitio Povos Indígenas do Brasil (Pueblos Indígenas del Brasil) son investigadas en forma diaria a partir de fuentes diferentes y transcriptas tal cual se presentan en su canal de origen. El Instituto Socioambiental no se responsabiliza por las opiniones o errores publicados en esos textos. En el caso en el que Usted encuentre alguna inconsistencia en las noticias, por favor, póngase en contacto en forma directa con la fuente mencionada.