De Pueblos Indígenas en Brasil
The printable version is no longer supported and may have rendering errors. Please update your browser bookmarks and please use the default browser print function instead.
Noticias
Povos do Alto Xingu consideram irregular reinício das obras de Paranatinga II
01/11/2006
Autor: Gisele Barbieri
Fonte: Agência Notícias do Planalto
ENTREVISTA - A construção da Pequena Hidrelétrica de Paranatinga II, no Rio Culuene (MT) um dos formadores do Rio Xingu, está preocupando os 14 povos indígenas que habitam a área do Parque do Xingu. O projeto começou em 2004 e prevê o alagamento de uma área de 1.290 hectares, dos quais 920 de vegetação nativa. Eles denunciam que a obra já trouxe a poluição e redução do volume do rio, a morte de centenas de peixes, e o desrespeito a sua cultura. Em fevereiro deste ano, a Justiça Federal do Mato Grosso, entendeu que as preocupações dos indígenas eram reais e determinou que a obra fosse paralisada. Mas esta decisão não durou muito tempo, pois no início de setembro, o Tribunal Regional Federal da 1ª Região concedeu liminar à empresa Paranatinga Energia S/A autorizando o reinício das obras. Os índios esperam também pelo cumprimento de uma resposta do Ministério do Meio Ambiente, que garantiu que um novo Estudo de Impacto Ambiental (EIA-RIMA) que seria feito pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama), já que o primeiro licenciamento da Fundação Estadual do Meio Ambiente (MT) foi questionado na Justiça. Para saber mais sobre esta situação, a Agência Notícias do Planalto, conversou com uma das lideranças indígenas do Parque do Xingu, Pablo Kamayurá. Ouça agora a entrevista.
Agência Notícias do Planalto: Qual foi a reação das comunidades ao saberem que uma hidrelétrica começaria a ser construída dentro deste território?
Pablo Kamayura: A gente não sabia deste projeto. Fomos saber no final de 2004 que existia um projeto de construção da barragem. Depois desta notícia, a gente foi visitar a obra e no mesmo dia a gente pediu para paralisar. Nós verificamos que aquele local era um local sagrado para o nosso povo, onde foi feito pela nossa mitologia o primeiro Quarup, que é a homenagem aos lideres mortos.
ANP: Quais problemas surgiram com o início da obra?
PK: Aí a nossa luta é para não construir esta obra, porque ele está destruindo um local sagrado nosso. Também há várias cachoeiras neste percurso do rio que são os pontos onde os peixes fazem a piracema, onde eles desovam. Tanto é que a gente viu que eles mataram muitos peixes naquele local, pois estão destruindo os ninhos dos peixes. E pela poluição do rio mesmo, com o trabalho das máquinas a gente viu que o rio está sendo poluído, já está causando problemas de saúde para nós, pois está diminuindo bastante o volume da água.
ANP: E qual o retorno vocês tiveram das autoridades para todas estas preocupações?
PK: Depois de tudo isso, houve um diálogo com a procuradora-geral da Funai [Fundação Nacional do Índio], que foi no local conversar com os guerreiros para prosseguir na luta de impedimento da obra dentro da Justiça. A decisão sairia por Brasília, então nós fomos visitar o desembargador, para ver se ele entendia a nossa luta. Mas com a liberação da obra agora, a gente percebe que eles não entenderam a nossa manifestação e a nossa preocupação.
ANP: E em Brasília vocês tiveram atenção por parte dos órgãos competentes do governo federal?
PK: Com toda esta manifestação em Brasília, foram encaminhados documentos para o Ministério do Meio Ambiente, para a ministra Marina Silva, para que o Ibama assumisse esse licenciamento. Inclusive ela emitiu um documento confirmando isso. Então a gente acreditou que com esta carta que ela encaminhou para nós, a continuidade da obra dependeria de novos estudos, porque está comprovado também que além de ser um local sagrado, aquela terra também seria ocupada pela etnia Xavante, Isto também a Funai encaminhou para o pessoal do Ministério.
ANP: Mesmo com a obra já iniciada, Pablo, os povos indígenas acreditam que ela será paralisada ou vocês estão buscando outras alternativas?
PK: Na verdade quando a gente foi lá ver o local da obra, como estava sendo feita, uma parte dela já está avançada, por exemplo a parte onde será colocada a turbina. Mas nós acreditamos, pelo que a gente viu, que ainda falta muita coisa para ser feita. Por isso acreditamos que temos condições de pedir que pare definitivamente a construção desta obra. Nós não pensamos em outra alternativa por enquanto.
Vocês ouviram a entrevista com uma das lideranças do Parque do Xingu (MT), Pablo Kamayura que falou sobre a construção da Pequena Hidrelétrica de Paranatinga II no Rio Culuene (MT)
Agência Notícias do Planalto: Qual foi a reação das comunidades ao saberem que uma hidrelétrica começaria a ser construída dentro deste território?
Pablo Kamayura: A gente não sabia deste projeto. Fomos saber no final de 2004 que existia um projeto de construção da barragem. Depois desta notícia, a gente foi visitar a obra e no mesmo dia a gente pediu para paralisar. Nós verificamos que aquele local era um local sagrado para o nosso povo, onde foi feito pela nossa mitologia o primeiro Quarup, que é a homenagem aos lideres mortos.
ANP: Quais problemas surgiram com o início da obra?
PK: Aí a nossa luta é para não construir esta obra, porque ele está destruindo um local sagrado nosso. Também há várias cachoeiras neste percurso do rio que são os pontos onde os peixes fazem a piracema, onde eles desovam. Tanto é que a gente viu que eles mataram muitos peixes naquele local, pois estão destruindo os ninhos dos peixes. E pela poluição do rio mesmo, com o trabalho das máquinas a gente viu que o rio está sendo poluído, já está causando problemas de saúde para nós, pois está diminuindo bastante o volume da água.
ANP: E qual o retorno vocês tiveram das autoridades para todas estas preocupações?
PK: Depois de tudo isso, houve um diálogo com a procuradora-geral da Funai [Fundação Nacional do Índio], que foi no local conversar com os guerreiros para prosseguir na luta de impedimento da obra dentro da Justiça. A decisão sairia por Brasília, então nós fomos visitar o desembargador, para ver se ele entendia a nossa luta. Mas com a liberação da obra agora, a gente percebe que eles não entenderam a nossa manifestação e a nossa preocupação.
ANP: E em Brasília vocês tiveram atenção por parte dos órgãos competentes do governo federal?
PK: Com toda esta manifestação em Brasília, foram encaminhados documentos para o Ministério do Meio Ambiente, para a ministra Marina Silva, para que o Ibama assumisse esse licenciamento. Inclusive ela emitiu um documento confirmando isso. Então a gente acreditou que com esta carta que ela encaminhou para nós, a continuidade da obra dependeria de novos estudos, porque está comprovado também que além de ser um local sagrado, aquela terra também seria ocupada pela etnia Xavante, Isto também a Funai encaminhou para o pessoal do Ministério.
ANP: Mesmo com a obra já iniciada, Pablo, os povos indígenas acreditam que ela será paralisada ou vocês estão buscando outras alternativas?
PK: Na verdade quando a gente foi lá ver o local da obra, como estava sendo feita, uma parte dela já está avançada, por exemplo a parte onde será colocada a turbina. Mas nós acreditamos, pelo que a gente viu, que ainda falta muita coisa para ser feita. Por isso acreditamos que temos condições de pedir que pare definitivamente a construção desta obra. Nós não pensamos em outra alternativa por enquanto.
Vocês ouviram a entrevista com uma das lideranças do Parque do Xingu (MT), Pablo Kamayura que falou sobre a construção da Pequena Hidrelétrica de Paranatinga II no Rio Culuene (MT)
Las noticias publicadas en el sitio Povos Indígenas do Brasil (Pueblos Indígenas del Brasil) son investigadas en forma diaria a partir de fuentes diferentes y transcriptas tal cual se presentan en su canal de origen. El Instituto Socioambiental no se responsabiliza por las opiniones o errores publicados en esos textos. En el caso en el que Usted encuentre alguna inconsistencia en las noticias, por favor, póngase en contacto en forma directa con la fuente mencionada.