De Pueblos Indígenas en Brasil
The printable version is no longer supported and may have rendering errors. Please update your browser bookmarks and please use the default browser print function instead.
Noticias
Morre Yukuru, um dos principais autores do livro Peixe e Gente no Alto Rio Tiquié
11/08/2005
Fonte: ISA - NSA
O tuyuka Laureano Ramos, ou Yukuru, foi um incansável e paciente colaborador da mais recente publicação do ISA, responsável pela maior parte das informações sobre a ecologia das espécies, a classificação tuyuka, e muitas das informações utilizadas no cápítulo 2, onde é mencionado repetidamente. O organizador do livro, Aloisio Cabalzar, enviou de São Gabriel da Cachoeira um texto relembrando um pouco da vida e da história de Laureano.
Yukuru, Laureano Ramos, tuyuka do Alto Tiquié, viveu boa parte de sua vida na localidade de Fronteira. Nascido antes da demarcação de limites que separou o Brasil da Colômbia, num local chamado Yayapito, cabeceira do rio Abiu (afluente do Tiquié, na parte colombiana), era filho de Josué.
Quando chegaram as Comissões de Fronteira, na década de 1930, houve certo rebuliço naquela região, com obras e um esforço das autoridades brasileiras para instalar a população dispersa no Alto Tiquié junto ao marco. Nessa época, Laureano veio descendo o rio com o pai, que acabou se fixando em Kairataro (próximo ao marco), onde construiu uma maloca. Ele era baya e kumu ("mestre de cerimônia" e "benzedor").
Depois, já adulto, Laureano andou muito na região como empregado de policiais colombianos. Esteve no Uaupés, Mitú e outros lugares antes e depois de se casar. Casou-se com Quitéria Barreto, tukana de São Domingos. Teve os filhos José, Terezinha e Isaías. Antes de 1990, já idoso, foi morar com o filho José, professor, em São Pedro.
Laureano Ramos foi o arquiteto da maloca da Foirn (Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro), construída em 1993, e de muitas outras que ajudou a construir no Alto Tiquié.
Desde que surgiu a Escola Tuyuka, em 1999, tornou-se seu maior colaborador, ajudando os alunos e professores em suas pesquisas, com todo o conhecimento que tinha da cultura, do artesanato e dos benzimentos tuyuka. Também participava das cerimônias, ajudando os mais jovens nos procedimentos rituais, relembrando as narrativas da origem. No livro Peixe e Gente, Laureano colaborou ativamente e foi um de seus autores. Explicou pacientemente a ecologia de cada espécie, a origem das mesmas, como devia ser benzida e como os tuyuka deveriam se cuidar em suas relações com os peixes. Uma parte de seu conhecimento está registrada nesse livro e nos inúmeros trabalhos dos alunos da Escola Tuyuka.
Tinha um tempo que estava doente. Primeiro foram dores no pescoço. Procurou tratamento e recuperou-se um pouco. Mas há mais de um ano passou a ter diarréias freqüentes, que ultimamente se tornaram quase contínuas, e foi enfraquecendo... Faleceu nesse domingo, no Alto Tiquié.
Yukuru, Laureano Ramos, tuyuka do Alto Tiquié, viveu boa parte de sua vida na localidade de Fronteira. Nascido antes da demarcação de limites que separou o Brasil da Colômbia, num local chamado Yayapito, cabeceira do rio Abiu (afluente do Tiquié, na parte colombiana), era filho de Josué.
Quando chegaram as Comissões de Fronteira, na década de 1930, houve certo rebuliço naquela região, com obras e um esforço das autoridades brasileiras para instalar a população dispersa no Alto Tiquié junto ao marco. Nessa época, Laureano veio descendo o rio com o pai, que acabou se fixando em Kairataro (próximo ao marco), onde construiu uma maloca. Ele era baya e kumu ("mestre de cerimônia" e "benzedor").
Depois, já adulto, Laureano andou muito na região como empregado de policiais colombianos. Esteve no Uaupés, Mitú e outros lugares antes e depois de se casar. Casou-se com Quitéria Barreto, tukana de São Domingos. Teve os filhos José, Terezinha e Isaías. Antes de 1990, já idoso, foi morar com o filho José, professor, em São Pedro.
Laureano Ramos foi o arquiteto da maloca da Foirn (Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro), construída em 1993, e de muitas outras que ajudou a construir no Alto Tiquié.
Desde que surgiu a Escola Tuyuka, em 1999, tornou-se seu maior colaborador, ajudando os alunos e professores em suas pesquisas, com todo o conhecimento que tinha da cultura, do artesanato e dos benzimentos tuyuka. Também participava das cerimônias, ajudando os mais jovens nos procedimentos rituais, relembrando as narrativas da origem. No livro Peixe e Gente, Laureano colaborou ativamente e foi um de seus autores. Explicou pacientemente a ecologia de cada espécie, a origem das mesmas, como devia ser benzida e como os tuyuka deveriam se cuidar em suas relações com os peixes. Uma parte de seu conhecimento está registrada nesse livro e nos inúmeros trabalhos dos alunos da Escola Tuyuka.
Tinha um tempo que estava doente. Primeiro foram dores no pescoço. Procurou tratamento e recuperou-se um pouco. Mas há mais de um ano passou a ter diarréias freqüentes, que ultimamente se tornaram quase contínuas, e foi enfraquecendo... Faleceu nesse domingo, no Alto Tiquié.
Las noticias publicadas en el sitio Povos Indígenas do Brasil (Pueblos Indígenas del Brasil) son investigadas en forma diaria a partir de fuentes diferentes y transcriptas tal cual se presentan en su canal de origen. El Instituto Socioambiental no se responsabiliza por las opiniones o errores publicados en esos textos. En el caso en el que Usted encuentre alguna inconsistencia en las noticias, por favor, póngase en contacto en forma directa con la fuente mencionada.