De Pueblos Indígenas en Brasil
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Noticias

Bororo tomam caminhão

03/01/2007

Autor: MARCELO SIQUEIRA

Fonte: Diário de Cuiabá



Em protesto contra possível atentado a parente de cacique
indígenas, armados, retêm veículo de um laticínio local

MARCELO SIQUEIRA
Da Reportagem/ Rondonópolis

Em protesto ao possível atentado contra João Osmar Lopes, 44, o Gaúcho, que teve o caminhão incendiado na estrada de acesso a Paraíso do Leste, próximo ao distrito de Jarudore, no dia 26 de dezembro, os bororos da Aldeia Nova, a 6 quilômetros do distrito, tomaram um caminhão do Laticínio Juliano, empresa em que João trabalha. Os proprietários sofreram prejuízos, recorreram às Polícias Civil, Militar e Federal, mas ainda não recuperaram o veículo.

Só ontem a Polícia Civil de Poxoréu divulgou o depoimento do motorista José Maria Lopes Rodrigues, 49, que teve o caminhão apreendido pelos índios. De acordo com a escrivã da delegacia de Poxoréu, Valéria Vieira, segundo o que foi relatado por José, a ação dos bororos aconteceu horas após o caminhão de Gaúcho ser incendiado. "Ele disse que foi até o local para saber o que teria acontecido exatamente, a mando da empresa (laticínio), por volta das 7 da manhã. Segundo ele, um índio pediu para parar o caminhão. José perguntou sobre o Gaúcho e os índios responderam que havia sumido. Então mais quatro índios armados com uma espingarda calibre 22 pediram o caminhão dele, já que haviam queimado o do Gaúcho. Com as armas, o José entregou o caminhão de leite", relatou a escrivã, ao lembrar que o motorista não sofreu qualquer lesão.

Em entrevista, por telefone, ao Diário, uma das donas do Laticínio Juliano, Vera Lúcia Nossol, 35, disse que não sabe mais a quem recorrer para pegar o caminhão de volta. "Já fui nas Polícias Federal, Civil e Militar. Ninguém pode fazer nada", declarou, revoltada, a empresária.

Vera disse que entrou em contato com a Funai de Rondonópolis e conseguiu falar com o presidente da entidade, Benedito Oliveira. Mas ela não ficou satisfeita com o que ouviu: "Ele disse que se eu quisesse ter o meu caminhão de volta eu teria de procurar um advogado e entrar na Justiça contra a Funai". O Diário tentou entrar em contato com Benedito, mas ele não estava na Funai de Rondonópolis. O telefone celular dele não foi repassado.

A empresária afirmou que não sabe onde está o caminhão e que, com a falta do veículo, o laticínio amarga prejuízos. Para fazer a entrega Vera disse que teve de contratar um serviço especial de frete. "Como o caminhão levado pelos índios foi com os latões e tudo mais, meu prejuízo é de, no mínimo, R$ 2.100,00, por semana. Não sei a quem recorrer e já soube que o caminhão nem na aldeia está", lamentou Vera.

Não bastasse pagar para fazer um serviço em que a empresa usufruía de um patrimônio próprio, segundo Vera, o novo motorista que distribui leite no local se cerca de cuidados ao fazer a entrega do leite na região. "Todo mundo aqui no laticínio está com medo em até caminhar para chegar até aqui. Os funcionários estão com muito medo de acontecer mais um conflito. Tem gente que já pediu para não vir trabalhar mais. Tô perdendo empregados", chiou Vera.

SAÚDE : O Gaúcho, saiu sexta-feira do Pronto-Socorro de Primavera do Leste para se tratar em Cuiabá, na Casa de Saúde Indígena (Casai). Segundo a direção do hospital público, ele apresentou um quadro de melhora, mas ainda não apresenta condições normais para conversar. Segundo o diretor do PS de Primavera, Artur Mohr, João melhorou se comparado quando chegou ao hospital.
 

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