De Pueblos Indígenas en Brasil
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Noticias

Aldeias lutam contra a desnutrição

05/02/2007

Autor: Maria Lucia Tolouei

Fonte: O Progresso



DOURADOS - O fantasma da desnutrição continua rondando as aldeias indígenas e parece que não vai dar trégua até que problemas sociais graves sejam equacionados. No entanto, de acordo com o coordenador técnico da Fundação Nacional de Saúde (Funasa), Antônio Costa, os números registrados nos últimos três anos mostram que as ações técnicas vêm surtindo efeito positivo.
No pólo indígena de Dourados, a mortalidade infantil registra queda, conforme divulgou O PROGRESSO do dia 26 de janeiro, quando estampou a morte de um menino de nove meses vítima de septicemia e gastroenterite em decorrência da desnutrição, conforme consta no atestado de óbito.
Segundo a Funasa, no ano de 2002, o número de mortos em decorrência de várias doenças, para cada mil nascidos vivos era de 46,31. Em 2003 e 2004 subiu, respectivamente, para 51,75 e 66,01. No ano de 2005, registrou queda, com 36,28 e, em 2006, ficou abaixo da média nacional, 24,33. Como conseqüência, a mortalidade entre um a cinco anos, também caiu.
Em Dourados, as mortes de crianças menores de um ano totalizaram 34 em 2004, 16 (2005) e 11 (2006). "Hoje, a maioria que está internada no Centrinho, chegou com baixo peso, em risco nutricional", diz.
Apesar das vitórias, Antônio observa que as ações técnicas esbarram no "lado social". Ele se refere à desestrutura familiar detonada por vários fatores associados: a ausência dos homens, que trabalham fora, nas usinas; o alcoolismo que acomete cada vez mais cedo a população jovem; a falta de terra e a violência generalizada. Questões decorrentes da "urbanização" das aldeias, que passaram a assimilar vícios e costumes alheios à cultura nativa.
Prova disto é que algumas das 36 crianças internadas no Centro de Recuperação da Missão Caiuás, o Centrinho, não podem voltar para casa. Oito delas, residentes na Reserva em Dourados, são consideradas em situação de risco nutricional. "Elas estão bem agora, mas se forem devolvidas podem acabar perdendo peso novamente e adoecer", diz Antônio.
Líderes como os caciques Carlos Antônio Duarte, o Piririta, e o guarani Renato de Souza, apontam o quadro desolador nas Aldeias Bororó e Jaguapiru, onde mães cada vez mais jovens e sem condições de cuidar de seus bebês acabam muitas vezes abandonando os filhos. Em dezembro passado, Renato foi obrigado a recolher quatro meninas e meninos, que não têm onde ficar. Outras crianças em situação de risco já foram encaminhadas a abrigos.
Por outro lado, muitas mães com filhos internados reclamam da separação. Antônio Costa acredita que um projeto piloto da Funasa, implementado nas Aldeia Porto Lindo e de Amambai, pode ajudar a resolver o impasse.
No "Casa Dia", que deve substituir o atual Centrinho, mãe e filho ficam juntos durante o tratamento e recebem quatro refeições durante o dia. Em Dourados, o projeto deve ser implantando ainda este ano, assegura Antônio.
Na última sexta-feira, chegaram em Dourados, os alimentos para serem distribuídos nas aldeias do Sul do Estado. Hoje estão previstas a entrega das cestas entre as famílias indígenas. A ação integra o programa de Vigilância Nutricional da Funasa em convênio com o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS).
 

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