De Pueblos Indígenas en Brasil
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Noticias
Drogas chegam às tribos e desestruturam famílias
04/03/2007
Fonte: FSP, Brasil, p. A12
Drogas chegam às tribos e desestruturam famílias
Segundo a Funasa, substância mais difundida nas aldeias é a pasta-base de cocaína
Crianças passam a semana em abrigos da Funasa e, ao voltar para casa, perdem peso porque pais não têm comida, conta nutricionista
Da Agência Folha, em Dourados (MS)
Fome, alcoolismo e uso de drogas desestruturam famílias indígenas guaranis e caiuás em Mato Grosso do Sul. O resultado disso são crianças desnutridas ou em risco nutricional.
A Folha constatou essa situação em visita a aldeias de Amambaí e Dourados.
"Como dar todo dia comida para as crianças se às vezes não tenho para dar?", pergunta a índia caiuá Élida Vilhalva, 33, mãe de sete filhos, da aldeia de Amambaí. O mais velho tem 15 anos e o mais novo, Aleson, de um ano e seis meses, está com desnutrição grave. Pesa 6,1 kg, mas deveria ter 12 kg, diz a nutricionista da Funasa (Fundação Nacional de Saúde) Lady Mary Crespão Mallmann.
Há mais de um ano, Vilhalva perdeu o marido. Sem renda, a família passou então a morar em um barraco de aproximados 2 metros de comprimento por 1,50 m de largura, coberto de sapé e restos de lona, no meio de um matagal. Sem cama, a família dorme no chão. Faltam roupas e comida.
"Está fazendo dois meses que não vem a cesta [de alimentos] do governo [do Estado]. Trabalho para ganhar mandioca. Dinheiro mesmo eu não vejo. As crianças comem só mandioca. Recebi uma cesta da Funasa, mas deu para 15 dias."
Aleson passa a semana no Centrinho da Funasa (abrigo que dá alimento a crianças), na aldeia de Amambaí, com mais 33 crianças desnutridas ou em risco nutricional. No fim de semana, fica em casa.
É justamente nos fins de semana que, segundo Lady Mary, a indiazinha desnutrida Joseane, de um ano e três meses, costuma perder 200 gramas. Na semana, a menina engorda, pois fica no Centrinho.
De sexta à noite a segunda-feira pela manhã, Joseane perde peso devido à situação da mãe, Olinda Ribeiro, 25, grávida (não sabe de quanto meses) e alcoólatra, segundo a Funasa.
Além do álcool, as drogas chegaram às aldeias. Maricleide Isnarde, 28, precisou ser resgatada na aldeia Bororó, em Dourados, por uma equipe da Funasa, na noite de terça-feira, com seis crianças -a mais velha com nove anos e a menor, de dois meses de vida.
Drogado, segundo constatou a Funasa, o marido bateu em Isnarde e ameaçou as crianças. Três delas são irmãs de Isnarde, cuja mãe morreu, e as outras três são filhas dela. Outros dois filhos ficaram na aldeia.
"Ele [o marido] queria dinheiro para comprar droga. Eu queria guardar para a comida", afirmou Isnarde. A família foi levada para a Casa do Índio (um abrigo da Funasa) na cidade, que já abrigava quatro crianças -três desnutridas.
O marido deverá passar por um programa de recuperação de usuário de drogas. Segundo a Funasa, a droga mais difundida nas aldeias de MS é a pasta-base de cocaína.
(Hudson Corrêa)
FSP, 04/03/2007, Brasil, p. A12
Segundo a Funasa, substância mais difundida nas aldeias é a pasta-base de cocaína
Crianças passam a semana em abrigos da Funasa e, ao voltar para casa, perdem peso porque pais não têm comida, conta nutricionista
Da Agência Folha, em Dourados (MS)
Fome, alcoolismo e uso de drogas desestruturam famílias indígenas guaranis e caiuás em Mato Grosso do Sul. O resultado disso são crianças desnutridas ou em risco nutricional.
A Folha constatou essa situação em visita a aldeias de Amambaí e Dourados.
"Como dar todo dia comida para as crianças se às vezes não tenho para dar?", pergunta a índia caiuá Élida Vilhalva, 33, mãe de sete filhos, da aldeia de Amambaí. O mais velho tem 15 anos e o mais novo, Aleson, de um ano e seis meses, está com desnutrição grave. Pesa 6,1 kg, mas deveria ter 12 kg, diz a nutricionista da Funasa (Fundação Nacional de Saúde) Lady Mary Crespão Mallmann.
Há mais de um ano, Vilhalva perdeu o marido. Sem renda, a família passou então a morar em um barraco de aproximados 2 metros de comprimento por 1,50 m de largura, coberto de sapé e restos de lona, no meio de um matagal. Sem cama, a família dorme no chão. Faltam roupas e comida.
"Está fazendo dois meses que não vem a cesta [de alimentos] do governo [do Estado]. Trabalho para ganhar mandioca. Dinheiro mesmo eu não vejo. As crianças comem só mandioca. Recebi uma cesta da Funasa, mas deu para 15 dias."
Aleson passa a semana no Centrinho da Funasa (abrigo que dá alimento a crianças), na aldeia de Amambaí, com mais 33 crianças desnutridas ou em risco nutricional. No fim de semana, fica em casa.
É justamente nos fins de semana que, segundo Lady Mary, a indiazinha desnutrida Joseane, de um ano e três meses, costuma perder 200 gramas. Na semana, a menina engorda, pois fica no Centrinho.
De sexta à noite a segunda-feira pela manhã, Joseane perde peso devido à situação da mãe, Olinda Ribeiro, 25, grávida (não sabe de quanto meses) e alcoólatra, segundo a Funasa.
Além do álcool, as drogas chegaram às aldeias. Maricleide Isnarde, 28, precisou ser resgatada na aldeia Bororó, em Dourados, por uma equipe da Funasa, na noite de terça-feira, com seis crianças -a mais velha com nove anos e a menor, de dois meses de vida.
Drogado, segundo constatou a Funasa, o marido bateu em Isnarde e ameaçou as crianças. Três delas são irmãs de Isnarde, cuja mãe morreu, e as outras três são filhas dela. Outros dois filhos ficaram na aldeia.
"Ele [o marido] queria dinheiro para comprar droga. Eu queria guardar para a comida", afirmou Isnarde. A família foi levada para a Casa do Índio (um abrigo da Funasa) na cidade, que já abrigava quatro crianças -três desnutridas.
O marido deverá passar por um programa de recuperação de usuário de drogas. Segundo a Funasa, a droga mais difundida nas aldeias de MS é a pasta-base de cocaína.
(Hudson Corrêa)
FSP, 04/03/2007, Brasil, p. A12
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