De Pueblos Indígenas en Brasil
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Noticias

Mortes de índios no MS é genocídio, classifica Fábio Trad

15/03/2007

Fonte: Clipping da 6ªCCR do MPF



O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, Seccional Mato Grosso do Sul, Fábio Trad, classificou de genocídio, as constantes mortes ocorridas entre os indígenas do Estado, principalmente as provocadas por desnutrição. "O que está em curso com essa mortandade endêmica de índios é, na verdade, um genocídio, que lança na cara da sociedade a
acusação, até agora irrespondível, de criminosa omissão. De certa forma há uma cumplicidade com a insensibilidade à vida do próximo", criticou. "Qual a diferença entre a morte de João Hélio e a morte por fome de uma criança indígena?", questionou, referindo-se ao assassinato do menor João Hélio Fernandes Vieites, morto ao ser arrastado por cerca de sete quilômetros por assaltantes, no Rio de Janeiro. "Por quê só há mobilização em relação a João Hélio? O que está havendo? Discriminação até na morte?", indagou. Para Fábio Trad, que na noite de ontem (14/03) participou da entrega
do Prêmio Marçal de Souza de Direitos Humanos (foto), em qualquer país do mundo que tenha o mínimo de respeito com a sua história e com o seu povo, a situação que acomete atualmente os indígenas de Mato Grosso do Sul justificaria uma mobilização em massa da sociedade e do poder público para uma solução imediata. Indagado sobre a quem caberia a
tomada das providências que se fazem necessárias, o presidente da OAB-MS destacou que "o que menos importa no momento é saber se a responsabilidade é federal ou estadual no enfrentamento do problema, pois o índio, como ser humano que é, não pode ser tratado como um objeto da burocracia insensível do poder". Fábio Trad lembrou que na
Reserva Indígena de Dourados, por exemplo, os índios têm enfrentado gravíssimos problemas com a violência, suicídios e alcoolismo, além da morte de crianças por desnutrição. Somente neste ano, quatro crianças morreram na Aldeia Bororó e pelo menos duas delas por desnutrição. O dirigente da Seccional da Ordem dos Advogados reiterou que a
entidade está vendo com preocupação o quadro indígena. Uma das primeiras providências da atual diretoria da OAB-MS no Estado, já no início de sua gestão (janeiro), foi reunir-se com representantes do Centro de Defesa dos Direitos Humanos "Marçal de Souza" e de indígenas da região de Amambaí. Logo após esse encontro, Fábio Trad baixou
portaria nomeando o advogado Wilson Matos da Silva para acompanhar o andamento do inquérito policial e eventual ação penal envolvendo a morte da indígena Churetê Lopes, ocorrida durante a desocupação da Fazenda Madama, no município de Coronel Sapucaia. Outras ações de atenção direta à questão serão desenvolvidas. Até mesmo advogadas de São Paulo estão atentas ao problema. Um grupo de advogadas de SP está entregando, pela segunda vez, cerca de 3 mil cestas básicas às aldeias Jaguapiru e Bororó. No final do ano passado essas mesmas advogadas
doaram 1,5 mil cestas.
Criação de Comissões Ainda segundo o dirigente da Seccional, dentro de mais alguns dias dará posse à Comissão de Defesa dos Direitos Indígenas, criada para acompanhar de forma mais sistemática o problema no Estado e também propor soluções. Acreditando que a questão é bem mais abrangente, extrapolando inclusive os limites territoriais de Mato Grosso do Sul, Fábio Trad manteve entendimentos com o conselheiro federal da Ordem dos Advogados do Brasil pelo Mato Grosso do Sul, Lúcio Flávio Sunakozawa, que esta semana propôs à OAB Nacional também a criação de uma comissão para tratar exclusivamente dos interesses e assuntos ligados aos indígenas. O conselheiro argumentou em Brasília que hoje existem cerca de 700 mil indígenas no Brasil, conforme dados do IBGE. Como justificativa para criação da comissão, Lúcio Sunakozawa também citou o Mato Grosso do Sul, que possui 70 mil indígenas, sendo 12 mil em Dourados, onde estão as aldeias Bororó e Jaguapiru. Reiterando a avaliação de Fábio Trad, o relato de Lúcio Sunakozawa no Conselho
Federal alertou que em Dourados dezenas de crianças e adultos indígenas morrem por desnutrição e tratamento de saúde inadequados, além arrendamento impróprio de terras e ampla exploração de recursos naturais sem qualquer tipo de controle. Também têm sido registrados nessas tribos altos índices de uso de drogas, suicídios decorrentes de depressão e atentados contra a dignidade humana de toda a ordem.
 

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